Ana Luiza 💋
Alguns dias se passaram desde que eu descobri que minha mãe está viva, pra mim ainda era muito difícil de acreditar. O corno do Samuel, passou esses anos todos me fazendo sofrer e me sentir culpada por uma morte que nunca aconteceu, o que esse homem fez comigo foi cruel e desumano.
Eu ainda não tinha me resolvido com a Bia, e eu não faço a menor idéia de como ela observeu essa notícia, mas de uma coisa eu tenho certeza, a gente precisa se acertar de uma vez por todas, além do mais eu estou morrendo de saudades da minha irmã, eu sei que nesse momento ela é a única capaz de entender tudo que estou sentindo.
Desligo o chuveiro depois de alguns minutos no banho e me sinto até revigorada, pra mim não existe jeito melhor de colocar todos os pensamentos no lugar ao não ser debaixo d'água. Após sair do banho enrolo uma toalha no corpo e outra no cabelo, vou até o closet e escolho uma roupa mais fresca, então visto uma calcinha branca, um short jeans preto e um cropped faixa rosa.
Tiro a toalha do meu cabelo, passo um leave-in e desembaranço com a ajuda do pente, deixando secar naturalmente. Passo desodorante, meu perfume e me jogo na cama tentando tomar coragem pra descer.
Olho para o lado e vejo a glock do Gustavo em cima da escrivaninha, dou um sorriso e me levanto. Pego a arma e admiro ela inteirinha, eu achava um charme as iniciais dele gravadas nela. Já tem dias que ele vêm me ensinando a atirar, eu até aprendi como atirar com o fuzil, confesso que foi bem difícil, mas com a paciência do meu namorado peguei a prática.
Fui até a janela com a arma dele na mão e olhei fixamente para uma latinha posicionada no muro de uma laje, mirei bem e atirei acertando a latinha em cheio fazendo ela cair no chão com o impacto.
Dei um sorriso ficando orgulhosa de mim mesma, mas tomei um susto assim que o Gustavo entrou correndo no quarto.
— Quer me matar do coração filha da puta? — falou após ver a arma dele na minha mão.
— Eu quem te pergunto isso, olha o jeito que você entrou no quarto. — saí da janela e me joguei novamente na cama.
— Eu escutei um disparo vindo daqui de cima, tu queria que eu pensasse o que? — perguntou em tom de deboche.
— Que sua namorada linda e gostosa, pegou sua arma e estava atirando em uma latinha? — debochei e ele negou com a cabeça.
— Ainda não me acostumei com essa porra, agora tu sabe atirar e eu fico até com medo de brigar com tu e receber um tiro. — falou e eu dei uma gargalhada alta.
— Até parece, a gente nem tem costume de brigar Gustavo! — me sentei na cama e olhei pra ele.
— Ainda bem! Mas o motivo da gente não brigar é a confiança que temos um no outro, tu tá ligada que não faltou inúmeros motivos pra gente brigar né? — perguntou se sentando ao meu lado.
— Tô ligada sim! — dei um suspiro — Mas a gente sempre preferiu conversar um com o outro antes de qualquer coisa, por isso eu amo nosso relacionamento, porque apesar de tudo ele sempre foi muito saudável. — me sentei no colo dele.
— E põe saudável nisso! — deu um sorrisinho e apertou minha bunda.
— Meu deus, é impressionante como você vai de dez a cem muito rápido. — soltei uma gargalhada e dei um tapa no braço dele.
— Tá reclamando de que? Eu sei que tu gosta, agora levanta do meu colo que eu preciso trabalhar. — falou e me empurrou para o lado me jogando na cama.
— Não sei porque pediu pra me levantar se logo em seguida me empurrou. — falei e ele deu risada.
— Foi mal pretinha, é que eu tô atrasado e tu sentada no meu colo estava me desconcentrando pô! — falou pegando a glock que ainda estava na minha mão e colocando na cintura.
— Você tem notícias da minha mãe? — perguntei me sentando na cama.
— Ainda não, eu e os moloques vai tentar falar com seu pai e qualquer bagulho diferente eu aviso pra tu! — falou me tranquilizando um pouco.
— Tudo bem amor, agora vai lá antes que você se atrase mais ainda. — falei e ele concordou.
— Jaé, até mais tarde minha preta, te amo pra caralho! — me deu um selinho e logo se afastou saindo pela porta do quarto.
— Eu também te amo! — gritei e escutei a gargalhada dele no meio da escada.
Assim que escutei a porta da sala bater me levantei da cama e desci para o andar debaixo indo diretamente pra cozinha.
Fui até a geladeira e peguei a travessa de salada de frutas que eu havia feito ontem, em seguida peguei um copo de quinhentos ml que o Gustavo ganhava de algumas festas e despejei a salada de frutas e finalizei com granola e um pouquinho de leite em pó.
Guardei a travessa na geladeira e fui pra sala com meu copo na mão, me joguei no sofá e liguei a tv em um canal qualquer só pra passar o tempo mesmo.
Quando minha salada de frutas já estava na metade, escutei meu celular tocar e tirei ele da cintura, olhei na tela e vi o nome "cunhada" estampado na mesma.
- Que milagre é esse que você tá me ligando?
- Estou indo aí com as meninas!
- Ué, que meninas? - perguntei.
- A Vanessa e a Bianca, tô sabendo da discussão de vocês duas, achei uma palhaçada! - murmurou.
- Como você ficou sabendo disso?
- Pelo amor né Analu, eu namoro o Leonardo, aquele ali sempre sabe de tudo. - falou.
- Verdade, ele é um fofoqueiro de primeira!
- Pois é! Vou desligar e daqui a pouco estou chegando aí, beijos te amo.
- Tá bom, também te amo. - desligou.
Assim que ela desligou deixei meu celular em cima do sofá e fui até a cozinha. Lavei o copo da salada de frutas e voltei novamente pra sala me jogando no sofá enquanto encarava o teto.
Minutos depois escutei um movimento vindo da porta, me sentei no sofá e segui meu olhar naquela direção vendo a Júlia, a Vanessa e quando meu olhos avistaram a Bianca sentir ambos lacrimejrem automaticamente. Sem pensar duas vezes caminhei até ela e me joguei em seus braços.
— Me desculpa irmã, eu não entendi seu lado e nós duas nem tivemos a oportunidade de desabafar uma com a outra sobre a nossa mãe! — chorei nos braços dela e percebi que ela também chorava já que suas lágrimas molhava meus ombros.
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Atração Perigosa
RandomApesar de qualquer vestígio de atração que meu corpo possa sentir por você, meu cérebro sabe o que é melhor.