CAPÍTULO V - Por essa você não esperava

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                  Se o mel se comparasse a doçura de seu delicado beijo, o moço somente precisaria dele para saciar seu voraz desejo

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                  Se o mel se comparasse a doçura de seu delicado beijo, o moço somente precisaria dele para saciar seu voraz desejo.

A sua razão lutava contra o seu desejo, mas como tal poderia ser tão forte ao deixá-lo sem consciência ao ponto de cometer uma leviandade, que lhe ocasionaria à morte?

Quando Bezalel notou o que estava fazendo e com quem, no mesmo instante, freneticamente se afastou dela, deixando-a sem reação alguma.

Ester ficou de mãos abanando, o momento que tanto ansiava um dia ter, e esperava que fosse mágico – por um momento foi –, não passou de um aproveitamento dele.

Um mar tempestuoso de lágrimas tomou os olhos da pobre e inocente moça. Bezalel não poderia ser o corvade que era, beijá-la e abandoná-la, como se nada houvesse acontecido, certo?

Mas foi o que ele fez, o sentimento novo que tomava seu peito, lhe deixou desnorteado ao ponto de no mesmo instante que desvencilhou seus lábios, deixá-la da forma mais cruel.

Uma honra machada não era nada perto de um coração destroçado.
O que era agora o conto de fadas que a princesinha Ester desejava viver? Ainda poderia ser o tão almejado amor verdadeiro ou somente uma ilusão criada em seu coração de que algum dia encontraria alguém que lhe amasse ao ponto perder sua própria por ela?

Os caquinhos de seu coração demoraria a ser reconstruídos, seria um após outro e outro, e outro, até que pudesse ser reconstruído de novo. Mas não se engane, não seria da mesma forma, seria vazio, sem brilho e sem o amor para recontrui-lo.
E se Ester ainda acreditasse no dito: o amor restituirá isto.

Tamanha força fora usada em sua mão para limpar às lágrimas que desciam pelo seu rosto. E para piorar ou acalentar sua alma, as nuvens se rasgaram em dor pela donzela, e para demonstrar-lhe consolo, derramou seu agonizante choro.

Se rumo, andava pela rua não tão escura como desejava. Agradecia aos Céus pela chuva. Era o melhor consolo que poderia se ter no momento. Seus cabelos negros respingava as gotas da chuva que se derretia; em seus olhos não contia lágrimas, todas haviam se esvaindo.

Como poderia, uma decepção dessas ser pior que uma adaga enfiada no peito? Se questionava.

Sobre à ponte que um dia eternizava amores, nesse tempo somente era uma simples pontes, não mais carregava amores, somente percas e dores.

A chuva que à consolava, cessou. Agora só o agonizante ruído de sua dor, restou.

Sentido um toque delicado em seu braço, bruscamente se virou. E olhando aquela figura, seu coração gritou:

Me solte, você me destroçou.

Com força puxou seu braço para si, e um estralado tapa pôde se ouvir.
Agora marcando não somente o copo, como a sua sua alma.
Ele via o desprezo nos seus olhos, que não eram mais azulados, os azulados que ele amava, que era um alento para sua alma. Os fitava, e viu-os tornarem-se pretos, como se eles denotasse cada sentimento que ela sentia, e por fim... vazios como à noite.

Ele foi um corvade e sabia disso, como repararia o erro imperdoável que cometeu? Esse sentimento deixava-o excruciante. Aquela latejante agonia, crescia em seu peito. O tapa que levara no rosto, não chegava perto desse tormento.

O coração da donzela, relutante insistia em dizer: fui idiota, em acreditar em você.

O amor, como uma casinha de areia se desmoronou. E a princesa ali o deixou.

Sem palavras a proclamar, caiu sobre seus joelhos e começou a chorar, se pudesse gritaria para se livrar de toda agonia.

E se ela não passasse, como seria? Viveria pelo resto da vida sem o amor que tanto queria. Do que adiantaria correr até ela, e em sua incomensurável declaração de amor, dizer que para todo o sempre à amaria?

Seria de total uma façanha, ela diria. Como poderia ter certeza que ele não faria tudo novamente, como saberia se não à abandonária? Às dúvidas e o medo lhe corroía, não aceitaria de forma alguma novamente ser abandonada, ainda mais por alguém que nem ao menos conhecia.

Para Ester, esse tal de amor nada restituiria, coisa alguma faria. Os amores do conto de fadas que sua mãe lia nas lindas noites estreladas, não passaram de uma tremenda mentira. Um ultraje, não? Mas é assim que termina.

Com as mãos trêmulas, imersa nesse sonho assombroso que tivera, Ester se levanta sentindo os lados do local que estava balançando de um lado ao outro. Oh! Como aquilo lhe causava náuseas. Se soubesse antes, não colocaria seus pés ali.

O tormento ainda rondava o órgão que lhe dava vida. Mas não poderia deixar algo fútil como esse sonho lhe atormentar. Não era sempre que os tinha, mas sempre que os tivera, os desprezou. Devido a tragédia que roubou a vida de seus pais, enquanto  acontecia, Ester adormecia e tinha belos sonhos, que sempre ao seu lado teria sua família.

Filipe, não era excessão, porém, ainda sim, ele não era de fato a sua família. Não era o mesmo que ter seus pais, não era o mesmo, nunca seu seria.

Seu tio não estaria ao seu lado, sentado sobre a beira da cama lhe contando histórias para que adormecesse, não deixaria um selar em sua testa, para que ela soubesse que nenhum mal lhe alcançaria e que não precisava ter temor, pois, sempre ali estaria.

Seu tio, não poderia dar o amor que ela almejava. Não poderia restituí-lo.
Ele era o oposto daquilo que ela buscava, sempre o amou, era vero. Porém, a realidade que ela vivia não era dela, mas sim de uma das personalidades criadas por ela. Seu tio, recebia dela o que merecia, e o que ele assim dava.

Sua real personalidade, nem a própria princesa conhecia. Onde ela encontraria sua identidade, o que a vida lhe revelaria? Esses questionamentos lhe rondavam todos os dias que via o nascer do sol.

As tábuas daquele barco, se descascava. O que fazia que ela se lembrasse do jornal do seu querido amigo, Lima.

Ele fez o vídeo repercutir mundialmente, que danado – sorriu nasalmente ao lembrar do ícone que ele era. Não via a hora de vê-lo.

Rangido altos fora ouvidos por todo aquele local, devido as dobradiças enferrujadas da porta, seus finos e delicados dedos de princesinha, roçaram as tiras soltas da tábua quando sairá do lugar em que se escondia. A forte luz dos raios solares atingiram seus olhos, o que os fez fechar.

Quando se acostumou com a clareza, viu aquele par de olhos negros lhe fitando com estranheza.
Óbvio que ele iria estranhar, o que aquela estranha princesa fazia lá.

— Oh! Princesa! – uma voz inconfundível resoou em seus ouvidos.

— Caro, Oséias! – o cumprimentou com um sorriso enquanto acenava para ele, que estava no segundo andar do barco, se apoiando sobre a borda azulada.

— O que faz aqui? – questionou Bezalel atraindo sua atenção.

— Eu sei, por essa você não esperava. – exclamou – Mas, enquanto ao seu questionamento, eu não lhe devo satisfação. – disse ríspida, e ele sabia o motivo da rispidez.

Na noite anterior, eles tinham discutido, e claro, por bobagem.

Bezalel, como o debochado que era – só faltava a medalha –, revirou os olhos e deu de ombros lhe virando as costas.

Que audácia!

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Revisado rapidamente, contém erros ortográficos!

Sinto muito pelo clichê ter sido apenas um sonho.
Espero que tenha tido uma ótima
leitura.
Deus vos abençoe.
<3

Dracma, o Elo PerdidoOnde histórias criam vida. Descubra agora