Em um futuro ainda desconhecido,
as dracmas que um dia fora tão usadas, agora só podem ser prestigiadas.
No museu de Paris, somente duas dracmas restaram, agora como monumento histórico. E para que não tão facilmente fosse roubada, forjaram no fogo...
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Depois das palavras retinirem como sino em sua cabeça a ficha caiu mais uma vez, Itai sabia, ele ouviu sua conversa com Bezalel. Ruthe logo se retirou os deixando sós, sendo este um momento particular para osdois.
Com as forças sumindo de suas pernas, Ester caminhou relutante em direção ao Nelfo machucado. Cautela, era o que seu olhar transmitia.
— Então... – coçou a nuca, correndo os olhos em todas as direções, mas não ousava repousar sobre os seus.
— Eu ouvi vocês, não foi certo. Mas quando iria me pronunciar, Bezalel chegou com uma feição nada agradável e me foi preferível revelar depois – alegou, fitando o teto.
Ester suspirou amargamente, não queria que soubesse dessa forma. Mas, estava aliviada por uma responsabilidade a menos. — Ouviu... tudo? – perguntou receosa vendo-o assentir ponderando.
— Eu não queria te dar duas trágicas notícias num mesmo dia, – fungou reprimindo o choro – mas agradeço por ter ouvido. Eu sinto muitíssimo pelo que houve com seu irmão. Eu gostava dele, mesmo não tendo um convívio maior. Mas, não é somente isto, sei do vínculo forte que tinham. Meu coração... dói em vê de forma absurdamente rápida e brusca se perder. Eu... eu... sinto muito, Itai. – sem conseguir reprimir, chorou.
Assustada por sentir um polegar macio, limpar sua lágrima, abriu os olhos e notou um casto sorriso em seus lábios. Isto com certeza lhe espantou.
Suspirando profundamente, sentindo paz em seu coração, lhe disse: — Foi inevitável. Sei que o verei novamente, algum dia. Isto, mantém meu coração em paz, ainda que doa, mas em paz. Princesa, – encarou seus mares tempestuosos, cheios de aflição – não se preocupe. Você não me magoou contando a verdade. Eu reconhecia ela, quis te ajudar... mas acabei gostando de você. Mas sabia, que seu coração jamais pertenceria-me... somente, quis tentar a sorte. – riu, tirando um grande sorriso da jovem a sua frente e este fora seu contentamento aquele dia.
— Tudo bem! – limpou as lágrimas sorrindo pelo peso tirado de suas costas – Agora, – levantou-se e foi requentar a infusão de ervas feita – espera um pouco para tomar essa infusão. Sabe, – lembrou-se de algo – Bezalel me ajudou com você… – disse como quem não queria nada.
— Foi? – perguntou curioso.
Assentiu
— Hum… – murmurou pensativo – você gosta dele? – sua pergunta pegou-a desprevenida e quase perde a infusão que segurava na chaleira. Virando-se abruptamente, arregalou os olhos a ponto de fazê-lo sair de órbita.
— NÃO! – gritou gesticulando as mãos negando – Não dessa forma que seu tom de voz sugeriu.
Itai caiu na gargalhada pelas expressões seguidas das outras feitas por Ester, enquanto tentava negar o provável.
Sentia uma pequena dor por não poder ter seu amor, mas ter o seu carinho lhe era suficiente, sabe que fez uma amiga que poderia contar a qualquer momento. E vê seu amadurecimento em poucos dias, alegrou-lhe bastante. O jovem Nelfo, sentir-se presenteado, por ter a oportunidade de ajudá-la de alguma forma.
Sua gargalhada cessou momentaneamente ao vê-la com feição chorosa, porém, riu em seguida ao lembrar do ocorrido. Ester bateu os pés exasperada com Itai, acaso não fosse seu precário estado, iria estapiá-lo sem dó.
— Você me paga… Itai – praguejou irritadiça, terminado de preparar sua infusão.
°°°
Passos ressoaram à cada pisada de Bezalel descendo a escada, de longe pôde ouvir risos, e os conhecia muito bem.
No fundo do seu íntimo, ficou feliz por Itai está melhor, esperava que Ester houvesse tomado coragem e contado a verdade, mesmo sabendo que não era fácil ser dita.
Chegou ao último degrau atraindo atenção de ambos, percebeu o sorriso deles fenecerem lentamente, se martirizou por ser um estraga prazer, pensou até na probabilidade de retornar para o lugar que não deveria ter saído.
— Me desculpe incomodar – se pronunciou dando meia voltar, porém, antes que pudesse dar o primeiro passo Itai o chamou.
— Obrigado por ajudar à princesa, cuidando de mim. É um ato muito nobre, sim? – afirmou questionando.
— Oh... claro – respondeu sem jeito coçando a nuca pronto para correr dessa situação constrangedora.
Suas sobrancelhas elevaram-se, quando correu seus olhos para Ester que lhe encarava, com um olhar diferente. Agora que ele corria, oras, o que mais poderia lhe constranger que suas orbes azuis cruzarem com suas íris negras? Nem o agradecimento de Itai que foi ao extremo estranho, pôde lhe causar borboletas no estômago como Ester lhe causou ao somente lhe olhar de forma serena, sem a rispidez da última vez.
Pigarreando para tentar recobrar sua postura, deu uma desculpa esfarrapada e subiu apressado às escadas outra vez, deixando um ar instigante, propenso a risadas de dois jovens cúmplices.