Eu estava sentada em uma das cadeiras de meus aposentos, com os braços para trás entrelaçados presos ao redor da cadeira com algum tipo de corda, não consegui identificar direito, havia um pano enrolado em meus olhos tapando minha visão, meu coração estava totalmente acelerado e o tecido em meus rosto estava enxarcado devido as lágrimas que tornava a derramar desesperadamente. Saber que eu perdi minha única filha, meu tesouro mais precioso por conta das imbecilidade e soberba de uma pessoa, Aemond estava completamente fora de si e não possuía coração e sangue algum e ser capaz de fazer tantas atrocidades. Me passou pela cabeça que talvez aquela informação sobre ele que Daemon recebeu, foi uma armadilha e só os Deuses sabem onde ele se encontra agora e que tomem conta dele, eu nesse exato momento estou torcendo para que nós continuássemos vivos.
Os passos e gritos no castelo eu conseguia ouvir, o que mais me afligia era que eu não conseguia saber o que estava acontecendo, se ele havia machucado Laena ou Alys ou qualquer um dos funcionários do castelo, eu não sabia onde Syrax estava e o que havia acontecido com ela, será que a mataram-na ou a prenderam em algum lugar, ela jamais deixaria que encostassem nela. Ouço a portas se abrirem e passos tomarem conta do ambiente, pelo barulho da sola do sapato, era Aemond que estava entrando, sinto o gélido de uma lamina sobre a minha coxa, eu me encontrava de roupas de baixo, minha vestimenta para dormir, sinto um queimar se rasgar sobre minha coxa, ele havia me cortado, emito um ruido de dor no momento que ele retira a lamina e torna a por entre meu queixo e meu pescoço.
- Acaba logo com isso, se é isso que queres, ACABE LOGO COM ISSO! - Digo entredentes.
- Quero faze-la sofrer, quero que seu marido chegue aqui e a encontre totalmente desconfigurada - Sua respiração sopra meus ouvidos - Que assim ele veja com quem está se metendo.
- Você não sabe o preço que está pagando, fazendo tudo isso. - Digo, ele pressiona ainda mais forte a lamina de sua espada em meu pescoço, não importa o que eu fale para ele, o deixarei com mais raiva.
- Não tem preço...
Ele retira o pano de meus olhos e a visão dele a minha frente me causa repulsa, olho para o berço aonde estava o corpo de Visenya e não enxergo nada sobre os panos, para onde levaram o corpo de minha filha, eu não poderei nem velar o corpo dela. Esse homem era desprezível, e o ódio que eu estava sentindo por causa dele estava crescendo cada vez mais.
Gritos emergem do andar de baixo e Aemond inclina a cabeça para ouvir, ele emite um ruido e volta de onde veio, dessa vez eu conseguia enxergar e precisava de um plano, tento soltar as mãos com rapidez para poder sentir o tipo de corda em que ele entrelaçou, sinto um tecido, era nó fácil de desfazer, mexo uma mão para cima e outra para baixo, e repito o movimento de novo e de novo, e de novo, novamente, faço com mais força, até que sinto ele nas pontas dos dedos e puxo com força para solta-lo. Me desfaço da corda e corro até a cama aonde estava minha espada, eu havia deixado ela abaixo do colchão, pelo simples fato de que ninguém soubesse de minha arma e pudesse rouba-la, afinal era de aço Valiriano feito pelo meu pai. Empunho a espada e escondo ela para trás de minhas costas, caminho lentamente para o lado de fora do corredor, quando vejo um dos soldados de Aemond de costas, caminho em sua direção devagar e sem fazer barulho para que ele não me note e giro a espada em direção de seu pescoço, sua cabeça cai no chão como se não fosse nada, um jato de sangue mancha o tecido de minha vestimenta, mas eu não ligo, precisava ir aos aposentos aonde Laena e Alys se encontravam. Abro a primeira porta que era os aposentos de Alys e não vejo ninguém, onde é que ele havia posto elas, eu estava torcendo que nada tenha acontecido com as duas, esse era meu desejo nesse momento pois nunca irei me perdoar. Caminho até os aposentos de Laena e vejo um corpo caído ao chão com uma poça de sangue ao seu lado, meu coração se aperta ainda mais, torço para que não seja nenhuma das duas, caminho em direção do corpo e vejo as vestimentas de uma das criadas do castelo, não era nenhuma das duas graças aos deuses, mas mesmo assim eu não sabia o paradeiro de nenhuma. Ouço passos rápidos pelas escadas e me escondo ao lado da entrada dos aposentos, ouço as pegadas se tornando mais lentas como se a pessoa estivesse esperando alguma ação, continuo imóvel esperando a silhueta aparecer em meu campo de visão e em questão de segundos Laena caminha lentamente para dentro do cômodo, fecho a porta atrás de nós.
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Loving like a Dragon
Hayran KurguRhaenyra, uma camponesa do vale de Arryn, leva uma vida pacífica com sua mãe, Aemma, até o dia em que a corte real, comandada por Daemon Targaryen em seu dragão, chega para cobrar impostos. A alternativa à morte é uma condenação ainda mais sombria:...