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Segunda-feira, 1978

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Segunda-feira, 1978

-Effy, mamãe tá chamando pro café.- Griffin me avisa, parado na porta do meu quarto.

-Ok, meu bem. Eu já tô indo.- Eu respondo. Me viro para encarar meu reflexo no espelho, novamente, e escuto os passos do meu irmão descendo as escadas.

Termino de amassar meus cachos castanhos, dando uma última conferida nos meus piercings. Meu piercing do nariz havia inflamado algum tempo atrás e isso havia tirado meu sono. Mas todos eles, sombrancelha, nariz, orelhas e umbigo, aparentam estarem bem.

Pego minha mochila e sigo em direção a cozinha. Ao chegar lá, o cheiro de panquecas rapidamente invadem meu nariz me fazendo sorrir.

-Então temos panquecas?- Perguntei para minha mãe, que estava no fogão.

-Sim. Elas são para o Griffin. Você pode pegar cereal no armário, Elizabeth.- Ela falou.

Griffin, que estava sentando mesa devorando as panquecas, me olha com tristeza.

-Não me importo de dividir com a Effy, mamãe.- Vou até ele e bagunço seus cabelos.

-Tudo bem, irmãozinho, eu vou comer cereal.

Caminho em direção ao armário, o abrindo e retirando o pacote de cereal. Pego uma tijela e derramo um pouco de leite e em seguida coloco o cereal. Me sento na mesa ao lado de Griffin.

-Olá, família. Temos panquecas?- Michael, o namorado de minha mãe, pergunta.

-Sim, querido. Se sirva.- Ele pega algumas panquecas e se senta na minha frente.

Pude ver a cara de desânimo do Griffin, mas apenas acaricio sua bochecha, pois sei como ele fica com quando nossa mãe age dessa forma. Infelizmente não ha nada que possamos fazer. Melanie Stagg era uma mãe narcisista, nenhuma novidade nisso.

-Ei, garota.- Michael me chama.

-Hã...que foi?

-Você precisa de um sutiã maior, Effy. Seus peitos estão quase pulando pra fora.

Minha boca se abre em choque, mas não surpresa. Michael Riggs é do tipo que fazia comentários desagradáveis, olhava demais e tocava demais. Não é a primeira vez que acontece esse tipo de coisa, então apenas ignoro como sempre, me focando em terminar o cereal o mais rápido possível.

Pelo canto do olho, vejo o rosto de minha mãe se contorcer em raiva. Infelizmente essa raiva não é direcionada para o homem, e sim para mim.

-Estou cheio!- Griffin fala dando uma última garfada mas panquecas, seu olhar focado em mim.

-Eu também já terminei. Vamos Griff.- Eu pego nossas mochilas e nós dois vamos em direção a porta. Antes de sairmos, Griffin se despede dos dois adultos na cozinha com um aceno.

Saímos da casa, ar puro invadindo minhas narinas. A escola não é tão longe, o que me deixa triste. Aquele lugar é semelhante a um purgatório. As vezes me pego pensando se alguma tentativa de suicidio minha deu certo e agora vivo nesse purgatório, pagando pelos meus pecados.

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