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SEXTA FEIRA, 1978

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SEXTA FEIRA, 1978

Meus olhos cansados e entediados tentam se manter abertos enquanto observo a professora Brooke, de história, divagar sobre esses homens velhos que usam perucas brancas e invadem outros países. No entanto, apesar de tentar me concentrar na aula, meu olhar ansioso vai em direção a porta diversas vezes, esperando por alguma coisa... Ta, eu não sou boa em mentir. Só há um motivo pelo qual eu tô aguentando essa merda de aula com essa fumante cheirando a nicotina, e o motivo tem cabelo loiro encaracolado e bagunçado. A esse ponto, eu já pareço uma completa idiota stalker estranha, e por mais que eu queira muito negar toda essa merda idiota... toda vez que eu penso nele eu sinto meu estômago embrulhar e sorrio como uma boba, e isso é péssimo. Eu odeio me sentir assim.

Eu suspiro entediada, abaixando minha cabeça na cadeira. Nem Billy nem Sophia estavam nessa aula, o que só torna isso mais horrível. A voz rouca da Brooke para por um momento, me deixando um tanto aliviada por finalmente poder pensar sem a voz dela consumindo meu cérebro como um verme. A porta é aberta, o que faz meu peito acelerar.

—Sra. Brooke, o aluno Vance estava vadiando pelos corredores do colégio. Ele ainda pode entrar na aula?— O monitor Kyle Dickinson pergunta com a voz levemente assustada. Sra. Brooke olha para ele irritada.

—Claro que pode.— Kyle acena positivamente e abre espaço. Vance é empurrado para dentro da sala pelo zelador, sua feição irritada focada no chão.— Anda logo, garoto, pro acento que foi determinado na última aula.— A Sra. Brooke suspira, também irritada, apontando para o acento ao meu lado.

De forma inconsciente, prendo minha respiração de forma ansiosa, ficando meu olhar na mesa de madeira. Vance se senta ao meu lado com um semblante irritado, sem nem ao menos olhar para mim. Brooke começa a divagar sobre alunos arruaceiros, que não querem nada com nada, papo de professor, mas ela logo volta a dar sua aula normal. O clima parece estranho entre nós dois, não sei explicar. Ele nem parece querer olhar pra mim.

—Ei.— Eu o chamo com a minha voz baixa. Ele me olha pelo canto do olho, mas mantém seu foco no quadro branco. Que. Merda. Eu abaixo meu olhar, me sentindo estúpida e envergonhada.— É-É verdade que você se envolveu na briga com aquela garoto do-

—É, é verdade, mas não pense que foi por sua causa ou por causa de seja lá o que você esteja fazendo no seu braço.— Sua voz sai baixa e irritada, fazendo meu rosto esquentar de vergonha.— Eu só fiz isso porque ele tava tentando bater meu recorde na máquina de Pinball.— Eu sinto o bolo de choro em minha garganta, enquanto seguro a caixinha com o presente que eu havia comprado no bolso do casaco. Apenas aceno com a cabeça e permaneço quieta.— Só para de ser estranha e fazer esse tipo de merda, Stagg.

—...Eu nem tava pensando sobre isso, cara.— Minha voz sai um pouco dura e na defensiva, o que faz ele me olhar com as sobrancelhas franzidas, talvez um pouco surpreso pela minha atitude, ou apenas por eu fingir que não me importo. Mentira, eu tava que nem uma idiota com a ideia de que ele fez isso pra me defender.—  Só fiquei curiosa porque não acreditei que tu foi parar na enfermaria por causa de um corte pequeno na mão.— Agora o rosto dele que fica um pouco vermelho.

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