Capítulo curto porque sou preguiçosa.QUARTA FEIRA, 1978
Um suspiro cansado escapa dos meus lábios entre abertos, deixando, também, a fumaça do cigarro ser liberada. Meus olhos encaram nervosamente a porta de madeira escura da casa de Sophia a minha frente, enquanto minha mente nubla com possibilidades negativas, mesma coisa de sempre. Engulo em seco, dando outra tragada no cigarro, para o desgosto de Vance que parece odiar esse habito. Merda, eu não sei o que fazer. Sei que ela é minha amiga a muito tempo e sei que ela irá me acolher quando eu precisar, mas mesmo assim esse sentimento de que sou um fardo sempre me assombra. Foda. O loiro cruza os braços, impaciente, bem, ele está assim desde que saímos da minha casa e começamos a caminhada. Engraçado que ele está assim mas insistiu em me acompanhar até aqui, não que ele tenha dito com essas palavras óbvio.
-Porra, a gente já tá aqui há uns 5 minutos. Por que você não bate logo, caralho?- Vance diz, me fazendo encará-lo com irritação.
-Ah vai se fuder.- Minha voz cansada escapa dos meus lábios, mas não me permito descontar minhas frustrações no Hopper. Eu sei que sou uma pessoa ruim, então tenho noção de algumas merdas que faço.
Me viro novamente pra encarar a porta, novamente, respirando profundamente na tentativa de me acalmar. Jogo o cigarro no chão e o apago com o pé. Dou três batidas na porta e me afasto um pouco da entrada, e o loiro se encosta na parede, saindo do campo de vista de qualquer um que venha de dentro da casa. Sons de passos se aproximam da porta de forma lenta e demorada, fazendo meu coração gelar por já saber de quem se trata. A porta se abre rapidamente, revelando o diabo na terra Margaret Charles, a avó de Sophia, e uma das pessoa que iriam me esfolar se tivessem a chance. Ela está como sempre, cabelos curtos grisalhos, óculos tão grande quantos os peitos dela, camisola florida e uma cruz em seu cordão. Parece aquelas vovós de filmes de terror que trata bem os vizinhos, cospe em gays e pretos, e depois descobrem que ela é uma assassina em série. Eu não iria me surpreender se um dia me dissessem que ela já fez uma coisa dessas, quer dizer, olhe como ela é velha e amargurada pra caralho. Maggie, ou como ela insiste que eu a chame, senhora Charles, com certeza já fez algo macabro e secreto quando era mais nova, mas não consigo me decide se ela foi espiã, nazi, ou assassina. Talvez os três. Um sorriso falso se abre em meus lábios como cumprimento, mas a velha apenas continua a me encarar séria.
-O que você quer, Elizabeth?- A velha me analisa de cima a baixo lentamente, provavelmente notando meus hematomas. Sua voz fria mas ao mesmo tempo estranha me denuncia que ela está sem dentadura. Me lembro de quando eu e Sophia era mais novas e acabamos descobrindo a dentadura da Maggie dentro de um copo. Eventos traumáticos.
-A Sophia está em casa, senhora Charles?- Eu pergunto. O demônio revira os olhos em resposta, fechando a porta novamente, seus passos se distanciando.
Meus olhos encontram os do loiro, que está com um olhar questionador estampado em seu rosto. Suas sobrancelhas se franzem em minha direção, e ele faz um gesto com sua cabeça, questionando silenciosamente o que estava acontecendo. Em resposta, coloco meus dedos indicadores em cada lado da minha cabeça, sinalizando a minha conversa com o diabo de camisola. O olhar de Vance se suaviza, sua mão indo em direção a própria boca para abafar uma possível risada. Merda, não é justo! Eu gosto da risada dele. Passos se aproximam da porta novamente, e ela é aberta por uma figura de cabelos loiros um tanto alta trajando uma camisola parecida com a de sua avó. Sophia me encara confusa com os olhos cansados de quem já estava dormindo, o que a faz coça-los com os punhos.
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ALL I WANT | VANCE HOPPER
Fanfiction"𝐬𝐚𝐲 𝐢'𝐥𝐥 𝐛𝐞 𝐡𝐞𝐫𝐞, 𝐢'𝐥𝐥 𝐛𝐞 𝐡𝐞𝐫𝐞" Onde Elizabeth Stagg tem um histórico de relacionamentos tão ruins quanto sua reputação. Ou Onde Vance Hopper não entende os sentimentos que surgiam em relação a colega de classe. ...