ESPECIAL 2K|I WILL LIVE FOREVER

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Olá, é a Lany. Puta merda. Nós somos quase 2,5k e meio!!! Eu não sei nem como descrever como eu me sinto, gente, é simplesmente fantástico, uma realização do caralho. Vocês são incríveis! Eu me lembro de ficar muito desanimada no início, de guardar minhas histórias apenas para mim por sentir vergonha disso e ter muito medo, mas agora estamos aqui... 2,5K de pessoas que se interessaram pela minha escrita. Eu mal tenho palavras. Apenas muito obrigada por tudo!

       XOXO, Lany Dream.

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TW: SU1C1D10

Não desistam por nada. Sempre tem outra chance.

Pequeno aviso: Esse especial retrata acontecimentos do passado da história, quando Effy ainda estava com um dos ex dela. Apenas para não causar nenhuma confusão a ninguém.

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Eu coloco meus tênis surrados com pressa, sentindo meu coração bater com força, o que faz meu peito doer como o inferno. A ansiedade morbida toma conta do meu peito. Mau parece que eu vou aguentar um passo sem desabar ao chão. Porra, eu acho que vou vomitar mesmo com o estômago vazio. Eu sinto tão intensamente essa sensação. É perturbador, é assustador, é desesperador, é horrível...

Sem mais nem menos, deixando apenas para trás um pequeno bilhete avisando da minha situação para Griffin, Sophia e Billy, eu saio pela porta da frente, sentindo-me cada vez mais ansiosa. Deixo minha casa para trás, um lugar que já foram vivo e feliz, mas que agora só tem lugar para memórias dolorosas, lembranças de brigas, abusos, gritos e desespero. Já não era mais minha casa, apenas um espaço preenchido por angústias acumuladas e esperanças destruídas.

A noite está fria e o vento corta minha pele como lâminas finas, como se a noite quisesse me lembrar que ainda estou viva. Enquanto eu caminho pela rua deserta, a sensação de alívio iminente começa a penetrar em mim, como um veneno que trazia uma paz macabra. Cada passo parece querer me derrubar com o peso dos meus pensamentos terríveis, mas ao mesmo tempo, me deixa mais leve, como se me esvaziasse de tudo que já não suporto mais. Desintoxicação. A cada batida do meu coração, sentia uma dor surda no peito, mas ao contrário das vezes anteriores, essa dor era mais agonizante, me faz querer vomita-la para fora de minhas entranhas. O som dos meus passos ecoava pela calçada vazia, misturando-se com o silêncio distante da cidade que ainda mesmo quieta ainda parece viva, no entanto fantasmagórica, mas ainda assim alheia ao o que esta prestes a acontecer.

À medida que me aproximo da linha do trem, o som distante dos trilhos começa a reverberar no ar. O peso no meu peito se intensifica, mas agora é junto com uma estranha euforia e um medo aterrorizante. Rir parece a reação mais natural para toda essa cena patética, então eu rio, um riso oco e sem vida, enquanto meu corpo treme de frio, medo e ansiedade. A linha do trem entra em meu campo de visao, um caminho de ferro e madeira se estendendo para longe. A simples visão dela intensifica minha incerteza. Isso não era pra ser uma escolha, mas sim uma necessidade, era pra ser uma solução para o caos que parecia se agravar a cada dia, mas não, eu tô morrendo de medo disso. Meu riso se esvai lentamente, substituído por uma respiração irregular. Sinto minhas mãos tremendo, meus dedos se fechando em punhos, como se meu corpo estivesse tentando resistir ao inevitável, uma reação natural, mas minha mente já havia decidido, e o meu corpo vai ter que obedecer. Subo na pequena colina que leva aos trilhos, sentindo o terreno se tornar mais irregular e escorregadio sob meus pés. A cada passo, eu quero correr, me puxar para trás e voltar pra casa, mas eu tenho que fazer isso. O som do trem ainda está distante. Isso é insano, agonizante. Parece que o mundo estava pausado, apenas esperando pelo momento certo. E eu também espero, sentindo cada segundo se arrastar como uma eternidade. O ar esta pesado, cheio de tensão. Meu coração batia no ritmo do trem que se aproximava. Sentei-me nos trilhos, meus olhos embaçados pelas lágrimas fixos no trilho que reflete a luz prata da lua. A luz intensa do trem finalmente apareceu ao longe, crescendo em minha direção. Um último pensamento vem em minha mente, um eco das vozes daqueles que amava, daqueles que eu sabia que deixaria para trás, fãs lembranças tão boas que tivemos em meio as dificuldades. E me veio ao pensamento, como eles vão ficar com isso? Como o Griffin vai acordar de manhã pra ir pra escola e não me encontrar na cama? Como a Sophia e o Billy vão reagir quando souberem da notícia? Mas a dor em meu peito é mais forte. Não é sobre querer morrer, é sobre não conseguir mais viver, não suportar mais nada disso. A luz do trem fica mais intensa, o som ensurdecedor. Fechei os olhos, permitindo que uma última lágrima escapasse, enquanto esperava que a escuridão me envolvesse por completo.

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O vento gélido causado pela velocidade do trem sopra meus cabelos para trás, e eu abro os olhos chorosos com medo. Eu assisto o trem passar sob os trilhos ao meu lado. O medo me arrancou dos trilhos, me fez sair dos trilhos como um cachorrinho assustado de forma covarde. Mas, por algum motivo, eu não me sinto com raiva, eu não me sinto frustrada, eu tô tão aliviada. Eu sinto meu coração batendo forte no peito, eu sinto o sangue pelas minhas veias, eu sinto o ar em meus pulmões. Eu não morri. Minha mão viaja até minhas bochechas, e quando eu as toco, a lágrimas quentes escorrendo por elas.  Uma outra risada escapa dos meus lábios, alívio. Eu tô viva. Eu tô viva. Eu mal consigo respirar de tão extasiada.

Minhas pernas se locomovem em direção a mesma colina que eu subi. Eu piso nela, sentindo o solo escorregadio de terra fofinha se desmanchar sob meus pés, me derruba diz fazendo eu rolar pela ladeira, causando alguns cortes, machucados e sujeira, mas eu não ligo. Eu corro pelas ruas até sentir que meus pulmões vão explodir, sem me importar se minhas pernas estão doendo. Nem parece real. Deus, ser aque isso é real? Minha casa de faz presente ao longe, com uma figura parada ao lado dela, o que me faz sorrir ainda mais ao seu alcance. Eu me aproximo, me sentindo tão intensamente feliz ao ver o garoto moreno com cabelos descoloridos a minha frente, de uma forma que nunca me senti ao vê-lo.

— Elizabeth, mais que merda é essa?! Você faz noção de quantas vezes eu te liguei?!— Travis diz com raiva ao reparar na minha presente. Sua feição de franze em uma careta de horror e surpresa. Seus belos olhos castanhos analisam minha aparência, notando a sujeira, os arranhões e as lágrimas.— O que aconteceu...— Eu mal espero ele terminar de responder e ei abraço como nunca o abracei na minha vida. Até ele está confuso com o gesto. Nosso relacionamento não é nada demais. Eu sou dele, e ele é meu, porém apenas para o sexo.

—T-Trav- E-Eu estou viva...?— Eu pergunto com um leve receio, me derretendo em seus braços, respirando seu cheiro de colônia masculina e cigarro de maconha. Travis suspira, relaxando mais no abraço e acariciando meu cabelo.

—Você... Parece mais viva que nunca, Effy.


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