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QUARTA FEIRA, 1978

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QUARTA FEIRA, 1978

—Puta merda. Como eu ainda deixo você me convencer a vir pra esses lugares insalubres, Elizabeth?— Sophia diz em tom de bronca, agarrando seu braço ao meu.

Eu encaro a casa a nossa frente com ânimo, ou talvez nem seja isso, eu posso estar apenas tentando disfarçar o medo e o vazio que ainda está crescendo em peito, mas agora já estamos aqui. Há algumas pessoas na frente da casa, sentadas no chão, encostadas nas paredes de madeira branca fumando maconha e outros injetando heroína ou sei lá que merda é essa, compartilhando da mesma seringa. Meu estômago se contorce um pouco ao ver a cena, mas eu não quero ser hipócrita. Acabo mordendo minha boca com força, na tentativa de para a ansiedade crescente em mim, misturando o gosto de sangue com gloss de morango. Começo a caminhar a passos firmes até a entrada da casa, a música invadindo meus ouvidos, deixando Sophia para trás, mas ela logo vem ao meu alcance com uma feição estranha no rosto. Sei que parece estranho por sermos amigas, mas quando vamos para uma festa juntas não ficamos grudadas o tempo todo, já que cada uma gosta de fazer uma coisa distinta nesses lugares.

—Tudo bem, eu sei que você quer espairecer um pouco, mas pelo amor de Deus não faça nada que... você sabe, te coloque na porra de uma cova.— A loira diz me fazendo soltar uma risada com seu tom divertido mas preocupado. Minhas mãos vão até o bolso da minha jaqueta preta, pegando um maço de cigarro e um esqueiro.

—Não sei o que você quer dizer.—Eu falo. Um pequeno sorriso se forma no meu rosto, enquanto eu acendo um cigarro.

—Eu tô falando sério, Effy. E deixa de ser egoísta e me dá um!— Sophia pega um dos cigarros e encosta a ponta no meu, o acendendo.

Entramos na casa, automaticamente meu campo de visão sendo preenchido por todo tipo de gente dessa cidade, inclusive a porra do Dave Blood, e eu não tava muito afim de falar com ele depois de ter o tratado mal aquele dia. Tinha que ser a minha vida mesmo pra acontecer esse tipo de coisa! Puta que pariu. Ele me viu.

—Puta merda.— Eu sussurro para a loira.— Você não sabe quem está aqui!

—Quem- Puta merda...— Ela nota Dave vindo em nossa direção e logo me olha feio.— Não me diga que você ainda fala com ele? Ele é um pedófilo, Effy.

—Eai, minha garota!— Dave diz, se aproximando de nós com um sorriso largo.—. E você é...

—Sophia.— Ela o responde com um sorriso falso, beliscando minha mão para chamar minha atenção. Geralmente esse belisco significa "Puta que pariu, eu quero te matar pra sua própria segurança".— Você já me conheceu antes, na festa da Kelly Brown uns anos atrás.

—Ah...— Ele parece envergonhado, e estranho.— Foi mal, mas eu realmente não lembro.

—Err, tudo bem. Vamos Effy-— Sophia segura a minha mão, começando a me conduzir pra longe do loiro, mas o mesmo me chama, me fazendo parar abruptamente.

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