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Lutsie Lancaster

Segunda-feira, 06:18 Da manhã.

Eu estava brinsando olhando pro teto do meu quarto, procastinando sobre me levantar e ter que aceitar que eu vou pro maldito Internato de freira.

Não tenho paz desde que meu pai resolveu me matricular em um internato religioso.

Eu merecia? Sim, até eu concordo com isso. Mas na pratica eu estou quase cometendo suicídio.

Moro em Londres. Não sou daqui, venho de matade brasileira, dada pela minha mãe, e parte Britanica dada por meu pai.

Vivi no Brasil com meu pai mesmo depois... da desgraçada sumir.

Viemos para Londres quando papai resolveu voltar a cidade onde nasceu. Pouco tempo depois, nasceu a Dalila minha irmã mais nova.

Toda vez que olho pro meu pai, e lembro que ele me deu Dalila como irmã, eu sinto vontade de jogar ele e ela numa caçamba de lixo.

Meu pai não ficou com a mãe de Dalila, mas ficou com a guarda da menininha estranha. A que me vem causando terror desde sempre.

E falando no demônio, minha irmã invadiu meu quarto.

Eu ainda não sei como não soquei a fuça dela, ou só a joguei em uma lata de lixo enquanto ela ainda não tinha aprendido a voltar pra casa.

- Sai daqui, Sid da era do gelo. - gritei me escondendo de baixo das cobertas.

- Eu vou chamar o papai, lembra que você vai pro colégio interno hoje? - ela lança, e eu me sento na cama mais rápido que a Lica arrumando macho.

- Fala pro papai que eu morri! - esbravejei

- Queria que fosse verdade. - ela diz, e sai do meu quarto, fechando a porta com uma batida.

Dalila tem seus onze anos, é um pouco mais baixa que eu, o que significa que ela não é baixa levando em conta que eu tenho 1,76.

Ela recebeu toda á herança genética da vovó. O que significa que eu sou uma mirradinha, desprovida de seios grandes, coxas grossas ou quadril largo.

Eu me deito novamente, e apenas penso em quais merdas eu tenho que fazer pra ser expulsa logo de cara de um colégio interno de freiras.

Papai escolheu o pior colégio interno possível, eu vou para uma prisão, e ainda tem que ser de freiras, sendo que eu sou atéia.

Mas, graças a Deus, eu consegui arrastar minhas duas amigas comigo. Não iria me foder sozinha nunca!

- Será que eu consigo pular minha janela? - me pergunto.

Lembro que moro no décimo quinto andar, mas a ideia de pular a janela ainda me é tentadora.

Meu celular toca em algum canto da cama, e por um momento eu me desespero tentando achar aquele pocket que eu chamo de celular.

Finalmente acho, atendo a chamada de Lica.

- Eu achei um jeito de não irmos pro internato! - ela profere em palavras rápidas

- Fala, fala, fala pelo amor de deus!

- Só precisamos ir até a ponte mais próxima, e pular de lá.

Meu sorriso some tão rápido quanto minha mãe.

- Não acha que eu já pensei nisso? Tava olhando agora mesmo pra minha janela. - escuto uma breve risada de Lica, que em segundos mais se parecia com um choro.

The ValentinneOnde histórias criam vida. Descubra agora