Lutsie Lancaster
Eu saí da sala, e agradeci por o prostituto ter ficado lá.
Eu saí correndo pelos corredores que nem uma maluca, tudo isso porque queria contar a fofoca pras minhas amigas.
Depois de subir os quatro lances de escada correndo pra chegar no segundo andar, eu quase tive um ataque cardíaco, eu sei que sou sedentária mas não sabia que era nesse nível.
Mentira, sabia sim, eu que me faço de sonsa.
Bati na porta do quarto da Paola desesperadamente, até ela abrir pronta para gritar e xingar até a décima geração da pessoa que estava lá, no caso eu.
— Ah, é você. — ela disse, engolindo os gritos. — Entra, vadia.
A gente se tratava com muito carinho e amor.
— Ares Valentinne é um viciado em sexo. — soltei a bomba.
Instantâneamente eu vi os olhos da Paola se arregalarem, e ouvi e voz da Lica de longe.
— É O QUE? — a Lica apareceu na porta do banheiro.
— Vocês não imaginam pelo que eu acabei de passar. — eu disse e a Lica andou rapidamente até mim.
{•••}
Eu contei a elas desde o começo. Tudo, desde quando eu entrei no quarto.
— Eu ainda não tô acreditando nisso. — a Paola estava em êxtase,
Eu havia terminado de contar que o Ares era entiado da Ginny, e que meu pai é empresário dele. O que era uma coincidência desgraçada.
— Eu acho que parei de entender quando você falou que tinha um chicote. — a Lica diz, tentando absorver tudo que eu falei.
Ela é meio lerda, tadinha.
— Tá, mas ele é bonito? — a Lica perguntou.
Eu sabia que ele iria perguntar, eu falar que ele é uma maluco, alucinado por sexo, não iria fazer elas dispensar essa pergunta.
— Não sei responder. — eu afirmei.
— Ah, sabe sim. — a Paolla exclamou. — Eu sei que nessa altura do campeonato ele é só um cara muito estranho pra você, mas como ele é? É gostoso?
Eu voltei a minha memória de quando eu o vi pela primeira vez.
— Ele é alto, bem alto. Ele tem um cabelo meio longo, cortado nas laterais. A mandíbula é bem marcada, o queixo é quadrado, seguindo as linhas da mandíbula, o nariz é empinado, e meio grande, os lábios são cheios. As sombrancelhas são grossas e bem desenhadas, tem um corte em uma delas. Os olhos são cinzas, eu acho. — eu o descrevi, tentando puxar tudo na minha mente.
— Puta que pariu, o que ele tem de babaca tem de um gostoso, só de imaginar sinto calafrios. — a Lica respondeu me fazendo rir.
— Calafrios eu senti quando eu vi uma camisinha cheia no chão do banheiro. — voltei a cena na minha cabeça, me fazendo arrepiar de novo.
— Puta que me pariu, isso é realmente muito esquisito, mas bem interessante. — a Paolla proferiu me fazendo franzir o cenho pra ela. — Tipo, ele tem um quarto só pra transar, com um monte de brinquedinhos, e até um chicote! — ela completou.
O masoquista agora tem fã.
— Fala sério, imagina transar com ele?! Qual é o porte físico dele? — a Lica me perguntou.
E novamente eu voltei a cena em que vi ele pela primeira vez, e aí eu me dei conta.
O prostitutinho é gostoso para um caralho.
— Grande, e ridiculamente sarado.
— Oh céus! eu quero ser levada para aquele quarto! — escandalizou, Lica.
— Fala sério, ele pode realmente ser um filhotinho de Bolsonaro, mas vamos confessar que se eu fosse assim eu também seria. — a Paola confessou.
Eu já sou insuportável e nem tenho essa beleza toda.
Quer dizer, ele nem e bonito... Parece o tinhoso.
— Eu não vou ficar aqui vendo vocês endeusando aquele estrume! — proferi.
Me levantei da cama de Paola.
— Estou indo pro meu motel pessoal, não me incomodem. — eu disse antes de sair de lá marchando.
Eu lá sou obrigada a ficar ouvindo falarem que aquele Christian Grey paraguaio é gostoso.
Eu adquiri ódio da cara dele, assim que ele começou a me acusar de algo que eu não fiz, e tampouco ficar perto desse capeta.
Marchei pelas escadas até o terceiro andar, e puxei as chaves do motel do meu bolso. abri a porta do quarto, e adentrei.
Tranquei a porta, e peguei meu telefone, abri a camera e tirei várias fotos do quarto. Da gaveta com preservativo, ao preservativo no chão do banheiro.
Eu vou usar isso aqui se precisar.
Quando bati a última foto no banheiro, escutei alguém abrir a porta.
Se estava trancada, só uma pessoa pode abrir. O Prostitutinho, ou um espírito.
Se for um espírito eu me afogo nessa banheira agora.
— Diaba ruiva? — escutei a voz grossa, e arrastada do espírito.
digo... do Ares, que não deixa de ser um espírito maligno.
eu saí do banheiro vendo a miniatura do capeta encostado na porta de entrada.
— Me dá a chave. — eu disse, olhando pra ele.
— Não me encrenca com o Ramón. — ele disse, me ignorando.
— Parece que eu te tenho na minha mão. — eu provoquei.
Eu estava agindo assim pelo simples fato de: Eu sei o quão filho da puta ele é, (pelo menos acho que sei), então talvez eu deva ser o seu karma.
Eu brinco com a cara dele por aí, ele não pode fazer nada, e então eu tenho diversão e não me encrenco com nada.
Parece perfeito demais.
— Só não faz nada. — ele diz, virando o rosto para me olhar.
Implora reizinho MUAHAHAHA.
Eu estava apoiada no batente da porta, de braços cruzados, olhando pra ele.
Eu comecei a analisar ele, prestei atenção nos detalhes.
Ele usava uma regata preta, e calça moletom da mesma cor, e ele estava descalço.
Ele tinha tatuagens espalhadas pelos braços, tinha uma no ombro direito. Usava um piercing no nariz, uma argola preta. Tinha uma corrente prata em seu pescoço, ele usava duas pulseiras no pulso direito, também prata, e um brinco de flexa na orelha esquerda.
Se eu tiver oportunidade, com certeza irei roubar aquele brinco.
— Você sabe o que eu quero em troca. — eu digo.
— Você acabou de chegar, quer me ter nas mãos para quê? — ele questionou. — Nem me conhece.
Pra de usar como saco de pancadas.
— Não posso me envolver em problemas, eu vou te usar para fazer o que eu quiser sem ter consequências. — ele cerrou os olhos para mim. — E sim, eu sei quem você é aqui dentro, prostitutinho.
— É minha fã? Obrigado pelo carinho. — ele ironizou.
Vou voar nele jajá.
— Deus me defenderai. — eu exclamei. — Agora, arruma essa bagunça que você fez no meu quarto.
Continua...
• Autora
Adoro que Lutsie já chegou causando com o causador.
Isso mesmo, põe esse macho muito problemático e gostosissimo no lugar.
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The Valentinne
RomanceO que talvez parecia uma trama adolescente se aprofunda em algo muito maior. The Valentinne conta a história de dois Jovens adultos que ainda estão no colegial, que se envolvem em uma relação conturbada.