Lutsie Lancaster
Sabado, 22:13 Da noite.
Meu pai entrou no meu quarto após bater na porta e eu permitir sua entrada.
Ele estava com o celular na mão.
— Conversei com o Ginny, a Diretora do Internato Maroz. — ele me olha sorrindo. — Só tinham dois quartos vazios, então, consequentemente só tinham mais duas vagas para matrícula.
— E agora? — pergunto, ficando tensa em segundos.
— Não se preocupe, como eu e a Ginny fomos muito amigos no passado, ela resolveu ceder um dos quartos que ficam no terceiro andar do prédio. Os quartos do terceiro andar são apenas para familiares, mas ela resolveu te dar. — sorrio escutando a notícia.
Eu finalmente aceitei o fato do meu pai não estar querendo me "jogar longe" e sim querendo garantir que eu finalmente complete o último ano do ensino médio.
Cheguei nessa conclusão ontem quando estava em um momento de brisa olhando para o teto do meu quarto.
Eu tenho sérios problemas com o medo de ser deixada de lado, de me afastarem, e eu acho que é óbvio o motivo.
Meu pai e as tias estão fazendo muito por nós, eu não podia ficar brava com meu pai, ou com elas, não seria justo.
— Ela está te dando o quarto, por favor, não cause confusões, não brigue com ninguém e não decepcione a Ginny, ela está te fazendo um enorme favor. — ele diz, e vem até mim, e me abraça. — Eu te amo, pequena Lutsie.
— Eu te amo, pai.
[...]
Domingo, 13:21 Da tarde.
Eu estava terminando de arrumar minhas malas, quando recebo uma ligação de vídeo por Facetime com Paola e Lica.
O dia tinha começado péssimo, eu acordei com uma dor insuportável na cabeça, isso fazia eu me sentir muito cansada, e aquilo estava me deixando terrivelmente irritada.
Só nessas três horas que eu estava acordado tinha acontecido muitas coisas. Eu tinha dado uma voadora em Dalida. Ela puxou meu cabelo, roubou minhas tintas que eu usava para pintar e jogou todas no lixo, eu não pude resgata-las, já que o lixo já tinha sido recolhido. Em vingança por ela ter feito isso, eu joguei o pôster do Bruno Mars assinado dela, no vaso sanitário.
Eu e ela vivíamos em pé de guerra, mas as vezes a gente fingia se amar.
Eu aceito a chamada, e logo vejo Paola sorrindo feito idiota para a câmera, e a Lica tendo um surto.
— EU. NÃO. TENHO. ROUPA! — esse era o motivo do surto dela.
— Está tendo um ataque de pelanca? — pergunto a Lica, que grita, e olha para a câmera do seu telefone com um olhar mortal.
— Não me faça sair daqui, e ir até sua casa só dar com minha mão na sua cara.
— O que vem de baixo não me atinge. — digo, me referindo a altura da Lica, ela só era um pouco menor que eu, mas não me impedia de fazer essas brincadeiras.
— Vai caçar o que fazer e me deixa surtar em paz. — ela diz, dando continuidade ao seu surto.
— Eu tô tão feliz! — Paola finalmente fala. — Eu normalmente estaria em depressão por estar indo estudar, mas hoje é diferente. Nós vamos pro Maroz Internal Dream. Depois do primeiro dia de aula eu volto a ser depressiva.
— Okay, até que é feliz e tal, mas nós vamos estudar integral, o que me faz perder a felicidade. — digo, voltando a tentar enfiar minhas roupas na segunda mala que já estava incrivelmente cheia.
Eu tinha muita roupa, porque, apesar da fodida que me colocou no mundo ter me abandonado, ela me dava muita coisa, talvez a culpa fizesse ela gastar horrores do que tinha, apenas para se sentir um pouco melhor consigo mesma.
— Eu já terminei de fazer minhas malas. — a Paola diz, o que me faz ficar muito surpresa.
Ela era normalmente aquela pessoa que enrola para fazer tudo.
— Eu não estou nem perto! Eu não sei quais roupas levar... Apesar que nem roupa direito eu tenho. — a Lica volta a surtar.
— Eu estou quase, mas meu pai disse que eu só poderia levar duas malas, então eu estou sofrendo para escolher quais roupas levar, e fazer tudo caber aqui nessa caraia de mala.
— Sofri com isso também, a Dona Maiara só deixou eu levar uma mala, mas ela é bem grande, coube muita coisa... — disse a Paola. — Fui atacar meu primo sobre o Babaca gostoso.
A Lica ressurgiu das cinzas ao ouvir falar sobre o garoto de ontem.
— O que descobriu? — Lica pergunta.
— O nome dele é Ares... Só de ouvir o nome me arrepiei todinha. — Paola conta.
Ares... Nome de Deus Grego, não poderia ser pior.
— Aí, me tremi toda. — Lica diz e eu acabo rindo.
— Falou em homem, a Lica já se estremece toda. — digo, e a Lica nega.
Não adianta negar, só de ver um branquinho ela se sacode toda.
— Meu primo me falou que esse ano seria o último ano do Ares lá, e me disse que em apenas dois anos ele foi chamado na diretoria pelo menos 150 vezes. — a Paola diz, e eu revido os olhos.
— Já não gostei, tenho um concorrente. — brinquei, fazendo as meninas rirem.
Tento de qualquer forma enfiar um moletom na mala que estava prestes a explodir, mas acabo por desistir, e passar para a próxima etapa: conseguir fechar a mala.
— Tem mesmo! Aparentemente o Ares é um inferno na terra, meu primo disse que ele gosta de atenção, provocar e fazer as pessoas até perderem a sanidade.
— Eu quero que ele me faça perder a sanidade! Mas de outra forma. — a Lica diz, enquanto vasculha o guarda-roupa.
— Mas você nunca nem viu ele, como já pode querer fazer coisas com ele? — pergunto a Lica, que dá de ombros.
— Meu instinto disse que ele será meu, e meu instinto nunca falha. É por isso que já quero adiantar as coisas.
Eu volto a focar em fechar a mala.
— Eu estou curiosa para saber como ele é. — digo, após alguns segundos em silêncio.
Apesar de não estar nenhum pouco interessada na existência desse tal garoto, queria ver com os meus próprios olhos quem é ele.
— Eu também, com tudo que meu primo disse, fica difícil não ficar. — Paola diz. — Não sei, a forma que o meu primo descreveu ele, fez eu ficar muito curiosa para descobrir mais sobre ele.
— Eu me sinto exatamente assim, mas não vou perder meu tempo com esse cara, seu primo falou muitas coisas ruins sobre ele. Não vale a pena tentar. — respondo a Paola.
Me jogo em cima da mala, em tentativa de fecha-la, mas acabo por estourar o zíper da mala.
Continua...
• Autora
Fiquei em dúvida sobre colocar esse nome nele. Mas eu sou simplesmente fascinada por nome gregos, não podia perder essa oportunidade.
Por favor, sem comparações com outros personagens com o mesmo nome.
mi segui? 🥹🫶🏽
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The Valentinne
RomanceO que talvez parecia uma trama adolescente se aprofunda em algo muito maior. The Valentinne conta a história de dois Jovens adultos que ainda estão no colegial, que se envolvem em uma relação conturbada.