Lutsie Lancaster
Após me perder algumas várias vezes andando por aqueles corredores eu finalmente achei as meninas no segundo andar.
— Finalmente! — a Lica diz, ao me ver chegando até elas, muito cansada.
Sou sedentária sim, o que eu poderia fazer? Exercícios? Claro que não, eu prefiro assistir séries de mafiosos muito, muito gatos.
— Me desculpem. Eu me perdi, e um cara estranho ainda veio me ameaçar só porque eu vi ele fazendo coisas com a não namorada dele.
— Pelo amor de deus, conta essa fofoca pra gente. — a Lica disse, sendo a boa fofoqueira que é.
— Conta, conta. — a Paola diz, seguindo a Lica como fofoqueira.
— Depois, eu quero só deitar na minha nova cama, onde estão a Jean e a Merlin?
— elas tiveram um problema, aparentemente aconteceu alguma coisa com uma garota aí na aula de Química. — a Lica me respondeu.
— Queria saber o que aconteceu... Mas enfim, a Jean me deu as chaves dos nossos quartos, o seu é no terceiro andar, muito chique. — a Paola diz, me entregando uma chave com uma numeração. — Ela disse que seu quarto é o de número 08
— O meu é o quarto 23, e o da Paola o quarto 04. — Lica disse.
— Okay, eu vou subir com minhas coisas, depois vocês me chamam?
As duas assentiram.
Com muita dificuldade, eu subi as escadas com as duas malas.
Analisei o lugar com cuidado. O corredor era largo, as portas eram distantes uma das outras, todas as portas eram numeradas. Procurei por a de número 08.
Caminhei pelo corredor até encontrar a porta.
Depois de passar por duas portas lá estava a de número 08.
A numeração das portas não faziam muito sentido, era tão confuso quanto eu.
Parei em frente a minha porta, peguei a chave e enfim abri a porta.
Coloquei as malas para dentro e entrei no quarto, finalmente olhando ele por dentro.
E não foi uma visão nenhum pouco boa.
Por que isso só acontece comigo?
O quarto estava revirado.
Tinha roupas no chão. Uma das gavetas da escrivaninha que ficava ao lado da cama, estava no chão, e a gaveta estava cheia de preservativos.
A cama estava bagunçada e... Tinha alguém dormindo nela.
Em que cabaré eu me meti?
Eu adoraria entender o que caralhos estava acontecendo.
Tinha uma pessoa no meu novo quarto, e isso me fazia pensar se esse era o quarto dele, e a Jean me deu a chave errada, ou se ele tinha invadido o quarto.
Eu entrei no quarto.
Sou muito apocalíptica, me perdoem.
Por mais que eu não deveria, eu entrei, eu queria saber o que era aquilo.
Sou fofoqueira, o que esperam de mim?
Adentrei um pouco o quarto, olhei em volta e a bagunça parecia ainda maior.
Tinha uma caixa ao lado da porta, me abaixei pra ver o que era.
Eu tive certeza que aqui era um cabaré.
A caixa estava lotada de itens sexuais, de lubrificantes à um chicote.
Eu apenas pisquei olhando a caixa, olhei para o guarda-roupa que estava na minha esquerda.
O guarda-roupa estava com uma das portas abertas, e eu vi que não tinha nenhuma roupas. Eu caminhei até ele, e abri a outra porta, desse lado tinha algumas roupas, mas eram femininas, alguns sutiãs e calcinhas.
Abri uma das gavetas e mais itens sexuais. Mas dessa vez eram itens como brinquedos. Tinham mais dois chicotes, uma máscara facial, uma corda, algemas, uma faixa de pano vermelha, vibradores e muitos preservativos.
Eu não sei quem é esse garoto, mas sei que ele é um maniaco por sexo.
Eu acho melhor zarpar daqui.
— Vou te dar uma chance pra falar o que está fazendo aqui. — uma voz ecoou atrás de mim.
Era rouca, e meio grossa, imponente me fez estremecer.
Meus olhos arregalaram, e eu só consegui continuar parada e sem falar um a.
— Eu não vou falar de novo.
Tomei coragem e me virei. Era o garoto que estava na cama, cabelo médio, com um corte que eu não soube indentificar, ele parecia irritado e estava de braços cruzados me olhando.
Engoli seco.
— Eu... é... — tentei me explicar, mas as palavras não saiam.
— Não importa. Sai. — eles fez um gesto com a cabeça para a porta.
— O que?
— Além de bisbilhoteira, é sonsa? Eu disse para sair. — ele repetiu em um tom mais alto.
Este pavilhão era só para garotas, não fui avisada sobre nenhum garoto, e se tivesse um garoto aqui no pavilhão não me dariam a chave do quarto dele.
Ele claramente tinha invadido o quarto, então, bem... Quem deveria sair é ele.
— Eu não sei como entrou, mas vai sair.
— Eu aconselho a olhar ali. — Apontei para minhas malas ao lado da porta. — ou só para isso. — levantei a mão com a chave da porta.
Ele olhou a chave depois me olhou.
— Por que está com a chave do quarto? — ele perguntou.
— Por que esse quarto é meu. — eu digo, encarando os olhos dele. — Mas aparentemente você transformou ele em um... Motel?
Motel não, quarto do Christian Grey.
— Esse quarto não é seu, e o que eu faço aqui não é da sua conta. — ele tentou pegar a chave, mas eu não deixei.
Eu estava prensada contra o guarda-roupa, não tinha muito o que fazer quando ele tentou pegar a chave novamente e conseguiu.
— Onde arrumou a chave? — ele perguntou indo até a porta fechando ela, ele tirou a chave que estava por dentro do quarto e guardou as duas nos bolsos da calça moletom.
Vagabundo, eu sou só uma camponesa.
— Eu não te devo explicações, devolve a minha chave, e destranca a porta. — eu disse entre dentes.
Eu não sabia quem era esse garoto, e sendo bem sincera, não quero saber. Eu só quero sair daqui.
— Deve, você me deve explicações sim. — ele apontou o indicador para mim. — Entrou no meu quarto, mexeu nas minhas coisas e ainda ficou me observando.
— Seu quarto o caralho! Esse quarto é meu, a Jean me deu a chave, eu não te observei, e é claro que eu ia olhar, esse quarto tá parecendo o quarto vermelho do Christian Grey!
Ele riu.
— Vai, continua rindo, seu viciado em sexo.
Ele tem problemas?
— Olha só, eu não sei quem você é, como conseguiu a chave, mas eu estou te falando, ou você fala como conseguiu a chave. Ou eu vou fazer de você, a minha Anastasia.
— Tá repreendido! — fiz o sinal da cruz.
— Você quer a chave? — ele indagou.
— Eu quero é ir embora daqui. — respondi.
Continua...
• Autora
Quem será que é esse gente?
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The Valentinne
RomanceO que talvez parecia uma trama adolescente se aprofunda em algo muito maior. The Valentinne conta a história de dois Jovens adultos que ainda estão no colegial, que se envolvem em uma relação conturbada.