The Valentinne

12. Caminhos Errados

Lutsie Lancaster

Se eu ficasse com ele ali mais cinco minutos tinha enlouquecido.

Essa merda tá me deixando desnorteada.

Eu literalmente acabei de chegar e minha vida já rodopiou em trezentos e sessenta, eu não tenho capacidade mental pra sustentar isso aqui não.

Eu não tenho capacidade mental pra nada, na verdade.

Pra falar a verdade, eu nem sei porque tô fazendo isso com ele, (apesar de já ter sacado que ele é realmente um filho da puta.), eu não precisava estar fazendo isso.

E confesso que acho que não vai acabar bem. Eu estou fuçando onde não me cabe, e isso pode tomar proporções graves.

Mas você acha mesmo que eu vou parar?

Não, eu não vou.

E não tem nada que me represente mais do que minha teimosia.

Essa sou eu. Teimosa, egoísta, problemática. Meio biruleibe da cabeça, exquisofrenica as vezes... Mas quem não é hoje em dia?

Eu tenho grandes problemas com a minha personalidade, cheguei a passar por alguns psicólogos, mas nada me ajudou realmente.

A única coisa que eu ouvia com frequência era: "Você procura atenção, e isso está ligado a sua mãe."

Não me diga, Sherlock Holmes.

Era ainda pior quando eu ouvia que sou completamente quebrada por causa dela.

Essa sirigaita mesmo nem existindo na minha vida, consegue foder ela.

Não vou colocar toda a culpa na mulher que me pariu, eu posso ser noiada da cabeça, mas isso também faz parte de mim. É quem eu sou.

E eu sou uma vagabunda.

As vezes eu me pego pensando em quem eu seria se ela estivesse lá o tempo todo.

Mas de uma coisa eu tenho certeza, a vida do meu pai seria bem melhor se eu não estivesse aqui pra atrapalhar.

Eu juro que não faço as merdas que faço, apenas porque sou problemática. Mas parece que eu simplesmente me vejo na situação e não consigo mais sair.

O exemplo de agora.

Eu não penso antes de agir, eu só faço, e então agora eu estou envolvida com um cara só por ser pirada.

POR QUE CARALHOS EU ME METI NISSO?!

Chorei.

Não tem mais volta, ao mesmo tempo que eu sei que não é algo realmente importante, eu não sei quais são as consequências disso.

Mas também tenho que assumir que isso me faz ficar mais interessada na coisa.

Talvez eu tenha me metido em confusão nas primeiras três horas aqui dentro, mas isso também era bem excitante para mim.

De uma coisa eu sei: Não vou ter uma vida longa, ou de grande importância, eu só quero viver.

Vivendo na merda ou não, eu estou aqui.

Eu desci no quarto da Paola.

A Lica ainda estava lá, ajudando a Paola a organizar suas coisas.

Me sentei na cama.

— Eu odeio a forma que eu me meto em situações assim sem nem me dar conta. — declarei para as meninas. — Mas essa merda me dá uma vontade de viver.

Lica me olhou rindo.

— Você é assim desde sempre. — ela proferiu. — Acho que se você mudar não vamos te reconhecer mais.