Ares Valentinne
A garota entrou na sala, o olhar de todo mundo grudou nela, e eu só conseguia pensar no quão fodido eu estava.
Eu tô perdido, e não consigo aceitar ainda que essa miniatura do capeta está realmente me fazendo de palhaço no circo dela.
Namoral, a garota nem chegou aqui direito, e simplesmente conseguiu virar minha vida de cabeça para baixo.
Seguindo o roteiro que normalmente acontecia, eu deveria estar fodendo ela, até seus gemidos virarem entediantes.
Mas quem tá me fodendo é ela, e nem é do jeito que eu queria.
E tudo piora por ela ser filha do Ramón, logo do Ramón.
O Ramón é meu empresário, eu faço uns trabalhos como modelo as vezes, mas o meu lance mesmo é outro.
Mas mesmo assim, se essa garota do caralho abrir a boca pra falar algo, eu estou simplesmente morto.
Ginny tá por um triz comigo, desde a última merda que eu fiz, ela ameaçou me expulsar, depois de anos causando aqui dentro.
Eu não queria estar aqui, mas desde o casamento da minha mãe com a Ginny, eu sou obrigado a estudar aqui.
Daí eu me revoltei, nunca quis que minha mãe se casasse com a Ginny, e ainda me jogaram aqui dentro. Eu só joguei tudo pra cima, e fiz tudo que me deu vontade.
Mas parece que o meu karma chegou, a Diaba ruiva.
E esse rostinho tá me dando muita raiva, onde eu iria transar agora? no meu quarto que não é.
Poderia ao menos ser feia, para eu ter o que falar dela. Mas não.
Ela é gata, gata para um caralho.
Gostosa, muito gostosinha!
— É ela, caralho! — Declan murmurou, atrás de mim. — A filha da puta que me viu com a Diana.
Essa garota tá passando igual um furacão na vida de todos aqui.
Declan me contou que uma garota enfrentou ele, não podia ser outra pessoa.
Na real, eu não sei nada sobre ela, e prefiro assim. Mas espero descobrir algo dela tão grandioso a ponto de fazer ela implorar.
Tá na cara que essa garota é tão maluca da cabeça quanto eu, e isso me incomoda. Ter que lidar com alguém parecido comigo é terrível.
— Eu não vou nem te falar o que ela fez comigo — respondi.
— Pessoal, essa é a nova colega de classe de vocês. — o professor Rubberts exclamou. — Se apresente, querida.
Ele tá querendo comer ela ou é impressão minha?
— Eu sou a Lutsie. — ela disse, passando o olhar pela turma. — Lutsie Lancaster, apesar do rostinho angelical de 16, farei 18 logo mais.
Seu olhar grudou em mim.
Qual e a dela? Namoral, eu não vou me segurar por muito tempo.
O rostinho angelical dela me enchia de raiva, simplesmente isso. Me causava irritação, eu sentia vontade de saber por quê disso comigo.
Mas quando eu simplesmente focava nos olhos dela, eu meio que me perdia no momento, eu não sei o que significa, mas tá me irritando.
Eu só quero ela mais longe possível, mas eu preciso ficar por perto, é por algo maior.
E infelizmente não é pra comer ela em algum canto do internato.
— Angelical? tá mais pra endemoniado. — Declan gritou.
A maioria das pessoas riram, mas eu esperei a sua resposta.
A maldita língua afiada dela não deixaria isso quieto.
— Acho que quem está com o demônio é você. — ela proferiu. — Acho que a sua pegação com a menina ali não era de deus hein.
Ela respondeu, apontando para Diana que se encolheu na cadeira, enquanto os alunos riram.
— Sr. Vidal, isto é verdade? — o professor indagou, exaltado.
— É sim, professor. Ele estava em uma das salas próximo ao refeitório, com a Diana, eu vi tudo. — a Samantha proferiu rapidamente.
— Sr. Vidal e Srta. Smith, me acompanhe até a sala da diretora.
E foi assim que em menos de três minutos com os pés dentro da sala, a Diaba ruiva conseguiu foder a vida de Declan.
Ela não estava para brincadeiras.
A garota realmente é uma diaba.
Ela caminhou até a mesa do outro lado da sala, e se sentou na cadeira.
jogou os braços sobre a mesa e deitou a cabeça. Os fios vermelhos brilhantes se espalharam pela mesa.
— Caralho, ela é gata. — Jordan exclamou ao meu lado.
— Na mesma proporção que é bonita, é insuportável. — respondi, ainda observando ela.
— Fala como se já a conhecesse. — ele disse.
O pouco que conheço, odeio.
Ela é um teste de sanidade, e eu não achava isso por estar sendo chantageado por ela, ela me faz querer surtar.
Ela movimentou a cabeça, virando-a para mim, seus olhos abriram e se encontraram com os meus, e então ela me mostrou a língua, fazendo careta.
Ela me deu língua?
Foi isso mesmo? Que audácia dessa filha da puta.
Como resposta, levantei o dedo do meio para ela. que me mostrou a língua novamente. E aí eu percebi um piercing na ponta da língua.
Um snake eyes.
Seus olhos se fecharam novamente e então eu comecei a analisar cada parte dela.
Branca, sua pele era tão branca quanto uma folha A4, me pergunto se ela toma sol.
Os fios vermelhos e longos davam contraste na pele clara, as sobrancelhas escuras e bem desenhadas davam ênfase no olhar escuro e sombrio.
Seus olhos eram negros, tão escuro quanto o abismo de sua alma.
Esse olhar esconde tantas coisas, que me deixam curioso para descobrir o que ela esconde tanto.
Ela tinha alguns piercings pela orelha, todos em prata. Ela usava dois cordões com pedras brilhantes no pescoço, uma pulseira de linha vermelha, e uma aliança.
Uma aliança?
Alguém atura este cão? Como pode?
Minhas sobrancelhas se juntaram tentando entender como ela namora e eu não.
Eu não por escolha, mas ela?
Encarei a aliança por alguns minutos, até o professor voltar a sala e começar a resmungar sobre a irresponsabilidade dos alunos.
Imagine se ele descobre o que eu fazia no meu falecido motel.
Tem isso também, ainda não superei meu falecido quarto vermelho.
Estou numa cilada com essa garota e nem posso transar pra desestressar.
Essa diaba me paga.
Continua...
Autora
Ixi, parece que o Ares ficou meio incomodado em ver a aliança da Lutsie, não?
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The Valentinne
RomanceO que talvez parecia uma trama adolescente se aprofunda em algo muito maior. The Valentinne conta a história de dois Jovens adultos que ainda estão no colegial, que se envolvem em uma relação conturbada.