06. Caminhos Cruzados

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Lutsie Lancaster

As duas mulheres sorriram, e ficaram na minha frente.

- Você é muito linda, Lutsie! - uma das mulheres disse, ela tinha cabelo loiro, e aparentava ter mais de 50 anos.

- Muito obrigada. - sorri, tentando ser simpática.

- Lutsie, Paola e Lica, essas são Jean e Merlin. Elas trabalham aqui há mais de 38 anos. Elas vão ajudar vocês aqui. - meu pai diz, e nos três assentindo.

- Oi, Jean. Oi, Merlin. - a Paola cumprimenta as senhoras, animada.

- Olá, pequena. Você deve estar no primeiro ano, certo? - a Merlin diz, olhando para a Paola.

- Não... Eu tô no último ano, e sou repetente. - a Paola diz.

Ser rebaixada não era tão bom assim, Paola sempre era comparada com crianças, e ela queria que isso fosse mentira.

- Ah. Achei que tivesse quatorze anos... - a Merlin diz. - Então vocês três já estão no último ano do ensino médio?

- Ahan, e infelizmente as três são repetentes. - a Lica responde.

- Entendo, eu também fui repente na minha época, até hoje não sei o que é hipotenusa. - a Jean diz, e nos três rimos.

Acontece que: eu também não sei o que é.

[...]

A Jean e a Merlin nos levaram para dentro, em seguida para a sala da direção.

Meu pai nos acompanhou, afim de falar com a Ginny.

Nós entramos na sala.

- Querido Ramón! - a mulher, que chuto ser Ginny por motivos óbvios, se levanta, e abraça meu pai.

- Ginny! Santo Deus, quanto tempo. - os dois se afastam, segurando as mãos. - Continua incrivelmente linda. Como está a Antonnela?

Quem demônios é Antonnela?

- Ah, que isso. - Ginny sorriu. - A Antonnela está muito bem. - a Ginny responde, e se vira para nós três. - Aqui está as pequenas.

A Ginny era bem alta, e estava ainda mais alta por conta dos saltos que usava, ela tinha cabelos curtos e lisos, a lateral direita do cabelo era raspada.

Senti uma vibração gay.

- Eu estou tentando desvendar quem é a Lutsie. - a Ginny diz. - Talvez essa pequena aqui?

Ela parou em frente a Paola.

- É a rockeira. - meu pai diz, e os olhos da Ginny param em mim.

Quantos mais adjetivos meu pai vai usar para falar quem eu sou?

- Minha pequena Lutsie. - a Ginny me abraçou, e eu retribui.

O abraço foi finalizado, e a Ginny olhou no meu rosto.

- Você é muito linda, Lutsie. - ela sorri. - Paola e Lica.

A Ginny olha para minhas duas amigas.

- Quem é Paola, e quem é Lica? - a Ginny pergunta confusa.

- Eu sou a Paola. - a Paola levanta a mão. - É um prazer te conhecer, Senhorita Ginny.

Puxa saco.

- E eu sou a Lica.

- Não precisa do senhorita, quero que possamos ser mais íntimas. Estamos todos ligados de alguma forma. - a Ginny diz, com um sorriso. - É muito bom poder receber vocês três aqui, principalmente a filha de um grande amigo. Falando nisso, Ramón, precisamos marcar um jantar.

O jantar que se dane, o que eu quero é a comida.

- Claro, claro. Vou fazer uma viagem a trabalho, fico uma semana fora, quando eu voltar, marcamos. - meu pai diz, e a Ginny assente, sorrindo.

Acho que essa mulher é a nova contratada da Colgate.

A Ginny exalava elegância. Ela estava vestindo um terno preto, os salto altos, e acessórios, todos em prata.

Me apaixonei. Será que ela é casada?

- Perfeito assim. - a Ginny respondeu ao meu pai. - Meninas, eu queria poder mostrar o quarto de vocês, e apresentar o Maroz, mas infelizmente não poderei. A Jean e a Merlin irá apresentar o Maroz para vocês, hoje vocês não vão participar das aulas, mas amanhã vocês já começam, okay?

- Sem problemas. - respondi.

Ainda bem.

Nós saímos do escritório, as meninas foram na frente com a Jean e a Merlin, depois de pegar nossas malas e eu fiquei para conversar com meu pai.

- Eu estou apostando tudo em você, Lutsie. Não me decepcione, por favor. - meu pai diz, juntando as mãos, implorando.

- Eu prometo não te decepcionar, Pai. - eu digo.

Não estava mentindo, eu realmente faria o possível, e o impossível para não decepcionar meu pai e a Ginny.

Mas ser serelepe é tão bom...

- Muito obrigado por tentar, Lutsie. Eu te amo muito.

- Eu também te amo, Pai. - eu digo, e meu pai sorri.

- Agora você precisa ir com elas. Um beijo, minha pimentinha. - meu pai me lança um beijo na testa, e volta para a sala da Ginny.

Meu pai me chamava de pimentinha desde que eu tinha pintado o cabelo de vermelho. Eu não gostava desse apelido, mas aprendi a conviver com ele.

Corri até onde as meninas tinham ido, procurando por elas.

A gente ia primeiro nos quartos, colocar as malas, e nós organizarmos.

Eu entrei em uma sala, procurando por elas, mas só encontrei um casal se pegando, muito, muito forte.

Os dois gritaram assim que me viram, eu fechei a porta, e continuei andando pelo corredor, até alguém me puxar.

- Que porra é essa?! - o garoto grita comigo.

Era o garoto que estava se pegando com a menina.

- Que porra é essa digo eu, quem é você é por que tá gritando comigo?! - confrontei o garoto.

Ele era alto, cabelo raspado, piercings mas orelhas e cara de mal.

Cara de mal até eu tenho.

- Você sai entrando assim nas salas sem nem bater? - ele pergunta, e eu assinto.

- Eu estava procurando minhas amigas. E eu não tenho culpa de você e sua namorada decidirem se pegar e nem trancar a porta. - eu me defendo. - E pelo que eu sei, é proibido relacionamento, beijo, sexo, suruba o caralho a quatro no Colégio!

É proibido mas quando for a minha vez não vai ser mais.

- Foda-se, e ela não é minha namorada. Eu juro que se você abrir a porra da sua boca, eu acabo com a sua raça. - ele me ameaça.

- Adivinha? Eu não tenho medo de você, é dessa sua cara de pinscher com diarréia. - respondi.

- Continua fazendo piada sobre mim, e eu te mostro como posso acabar com sua vida ao estralar os dedos.

- Olha só, me deixa em paz. Se continuar me ameaçando, eu vou acabar com sua vida. - eu mostro o dedo do meio para a cara do indivíduo muito afrontoso.

Volto a andar pelo corredor pisando duro.

Pelo amor de Deus, quinze minutos aqui dentro e já é isso que eu recebo de boas vindas?

Continua...

• Autora

Muito afrontoso ele...

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