Alyssa Baker
Gazzy está apaixonado por mim. Esse é o pensamento que está rondando a minha cabeça desde o momento em que ele disse isso. Agora, estou no ônibus, à caminho do banco, pronta para lutar contra qualquer gerente que tentar tomar a minha casa. Só que, mesmo assim, tudo que penso é que Gazzy está apaixonado por mim. Ele me disse isso.Isso me deixa assustada. Mas eu também estou apaixonado por ele, e também disse isso para ele. Ele ficou tão feliz que acalmou várias das minhas preocupações, só que o sentimento de achar que tudo está indo rápido demais continua me assombrando.
Tudo entre a gente é tão novo, tanto pra mim quanto pra ele. Apesar de eu nunca ter vivido relacionamentos assim, Gazzy viveu muitas relações completamente diferentes da que estamos construindo. Isso é o que mais me deixa paranoica, já que ele não está acostumado com mulheres como eu. E nem eu com caras como ele.
Desvio dos meus pensamentos somente quando vejo o banco pela janela e percebo que tenho que descer do ônibus. Vejo Penélope escorada em uma parede enquanto observa com um olhar crítico tudo que está em sua volta. Com um sorriso no rosto, me aproximo da minha amiga.
— Ei, Lupita! — Cumprimento-a com um abraço, e ela retribui, aliviada ao me ver.
— Graças a Deus você chegou! As pessoas desse bairro metido à besta não paravam de me olhar esquisito!
— Nossa, tenho certeza que agora que você, uma mulher latina, se juntou a mim, uma preta retinta, as coisas vão ficar muito melhores!
— Claro, nós somos os rostos do sonho americano!
— Pois que pesadelo é para os republicanos! — Nós rimos da nossa própria situação complexa, enquanto nos encaminhamos para dentro do estabelecimento.
Retiramos uma ficha de atendimento, e logo somos atendidas por um homem branco, visualmente bem indisposto a nos ajudar.
— Boa tarde! Eu estou aqui para negociar a quitação de dívidas da minha casa que está em financiamento.
— Documento. — Ele não diz mais nada, mas consegue ser rude com apenas uma palavra. Busco fazer o que ele pede rapidamente, fornecendo minha carteira de identidade. — Aqui consta que desde o momento em que o imóvel passou para o seu nome nós não recebemos pagamentos.
— Bem, é que o imóvel foi passado para mim quando minha mãe faleceu, e eu estou passando por um momento muito delicado nas finanças. Mas consegui um emprego, e agora tenho condições de fazer um acordo pela casa.
— A senhorita entende que não é mais confiável para essa instituição, não é? A falta de responsabilidade com os compromissos nos impedem de estabelecer um bom acordo de quitação de dívidas, e eu acredito que os juros altos sejam impossíveis para o seu orçamento. — Ele diz essa frase terrível me olhando de cima para baixo, com muita presunção. — O meu conselho é que deixe que o imóvel seja encaminhado para o leilão, o que deve acontecer nas próximas duas semanas. Dessa forma, a senhorita poupa seu novo salário para um aluguel em um bairro melhor, menos perigoso! Posso te ajudar em algo mais?
Incrédula com o que acabei de escutar, paraliso na frente do atendente. Mesmo depois de tantos absurdos insensíveis, ele continua com um sorriso cínico no rosto. Penso em apenas ir embora, mas não posso ser tão covarde assim. Ele me humilhou, a troco de nada!
— Escuta aqui, seu branquelo desgraça... — Penélope decide intervir antes que eu tomasse alguma decisão, e rapidamente paro ela com um aceno para que fique tranquila. Eu mesma devo me defender desse idiota.
— Escuta aqui, meu caro senhor. Eu não vim até aqui para ouvir conselhos desagradáveis sobre o que você acha que eu devo fazer. Inclusive, eu deixei bem claro o que eu queria que fosse feito! Eu tenho uma dívida a ser quitada, e não implorei para que o senhor fizesse um mega desconto ou que me desse opções completamente diferentes do que eu solicitei. Eu tenho dinheiro para resolver a situação e estou aqui por isso, até porque eu não perderia o meu tempo passeando nesse banco esteticamente horroroso se eu não tivesse. Tipo, quem escolhe verde e laranja para ser símbolo de uma marca?
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Arms Around You {Lil Pump}
FanfictionAlyssa Baker é uma jovem de 18 anos que reside em Miami, Flórida. Apesar de sua pouca idade, ela já enfrentou situações extremas. Entre elas, a mais recente e traumática: a morte de sua mãe. Mesmo com o óbito de sua mãe, as dívidas do hospital onde...