Alyssa Baker
Reflito um pouco sobre o que ele acabou de propor. Na verdade, acho que não é um pedido, e sim uma exigência. Não posso negar que estou faminta, então não há problemas em acompanhá-lo.— Vamos almoçar em Coconut Grove? Eu não tenho dinheiro para pedir uma água em nenhum restaurante aqui. — Digo ao ver que já estamos entrando no bairro onde Pump reside.
Encaro-o tanto que ele finalmente olha para mim, com um sorriso diferente.
— Não vai ser você quem vai pagar.
Demoro alguns segundos para entender o que ele disse. Eu não posso permitir que ele pague para mim, não vou dar à ele esse sensação de achar que dependo dele para tudo.
— Lil, eu...
— Veja isso como uma troca, um almoço hoje, por outro no domingo. — Ele interrompe antes que eu comece a minha reclamação. Até que sua argumentação faz sentido.
— Já que é assim, tudo bem.
Ele estaciona não muito longe do restaurante. Olho para a fachada do mesmo e vejo que é um dos estabelecimentos mais requintados que já vi. Seguro o pulso de Pump, que imediatamente para e se vira pra mim, confuso.
— Eu não posso entrar lá desde jeito. — Falo, apontando para o meu próprio corpo.
— Isso é uma bobagem, não tem nada a ver!
— Esse lugar parece ser muito chique, e eu estou horrível!
— Você não está horrível, Alyssa. Acho que isso é até impossível pra você!
Sinto o meu rosto esquentar de vergonha com a fala de Pump. Será mesmo que ele fala sério?
— E além do mais, você está comigo. Não vou deixar que te tratem mal.
Assinto e solto o seu pulso, o que ele disse com certeza me deixou mais tranquila. Lil segura a minha mão e adentramos o restaurante. Assim que entro, consigo sentir alguns olhares em mim, mas tento não me importar.
Nos sentamos em uma mesa com vista para o mar. Perco-me observando a bela vista, até que a voz de um homem me desperta do transe.
— Boa tarde, o que gostariam de pedir? —Um garçom nos pergunta.
Seu uniforme é extremamente ajustado e detalhado. Na verdade, é tão bonito que nem parece um uniforme. Olho para Pump que está com o cardápio, acho que ele quem vai escolher nossos pratos.
— Serão dois risotos de cenoura roxa e dois soberts de ervilha-de-cheiro. Também quero uma garrafa do vinho de sempre, para começar. — Ele diz, olhando para o garçom e desviando o olhar para mim no final de sua fala.
Eu volto a olhar para a vista, como se ele ainda não estivesse me encarando.
— Claro, senhor. Em poucos minutos tudo estará pronto, pegarei o vinho neste instante.
O homem parece esperar alguns breves segundos para ouvir um agradecimento de Lil, mas sai quando percebe que não o receberia.
Em menos de dois minutos, o mesmo garçom trás uma garrafa de um vinho de uma marca que nunca havia visto na vida, duas taças e um pequeno balde de gelo. Ele coloca tudo diante de nós e nos serve após pedir licença.
— Muito obrigada. — Agradeço quando ele quase está saindo. Ele sorri e apenas assente, se afastando depois.
Pump me olha com uma sobrancelha erguida e dá um gole na sua taça. Eu tento não encará-lo para não parecer estranha e apenas observo o gelo se movimentar pelo meu copo.
— Não gosta de vinho? — Lil me surpreende ao questionar e finalmente quebrar o silêncio.
— Gosto, apesar de não beber muito.
— Desse você vai gostar.
Ele me olha, como se só ficasse satisfeito se eu tomasse a bebida. Sendo assim, dou alguns goles na taça.
— É realmente muito bom. — Sorrio e ele retribui.
— Não tem nada aqui que está te incomodando, certo?
— Não, não. Estou bem.
Ele concorda com a cabeça e volta o seu olhar para a vista. Continuo o observando, tentando ao máximo ser discreta.
— Pergunte logo o que quer tanto perguntar. — Ele diz, com os olhos ainda na janela.
— Perdão.
— Não pedi para se desculpar, pedi para fazer a pergunta.
Ele volta seu olhar para mim, mas não consigo fixar meus olhos nos deles por muito tempo. Eu estava pensando em como às vezes ele era tão legal comigo, e às vezes era um babaca, mas é claro que eu não poderia falar nada sobre. Seria uma grande falta de educação, considerando o gesto que ele está fazendo por mim. Penso na coisa menos invasiva que eu poderia inventar para não irritá-lo.
— Eu só queria saber... seu primeiro nome. É que eu sempre ouço as pessoas te chamarem de Sr. García.
— Meu primeiro nome? Você não poderia procurá-lo pela internet?
— Eu não tinha pensado nisso. — Ele ri de uma forma quase debochada.
— Meu nome é Gazzy, Gazzy García.
— Gazzy... — Repito e afirmo com a cabeça para mostrar que entendi. Eu acho que nunca tinha conhecido ninguém com esse nome.
— Eu sei que é estranho, o idiota do meu pai quem te teve a ideia.
— Você não gosta?
— Tanto faz. — Ele dá de ombros e volta a tomar vinho.
— Eu gosto. — Sorrio discretamente e ele olha para mim com a testa franzida.
— Sério? Ninguém com exceção da minha mãe gosta disso... Mas se você gosta, pode me chamar assim.
Concordo com a cabeça, sorrindo. Percebo que ele me olha de um jeito diferente e com um sorriso sincero. Eu desvio o olhar, um pouco sem graça. O clima tenso entre nós só acaba quando os pratos chegam.
Agradeço ao mesmo garçom de antes e olho para a comida. Ainda não entendo como pessoas ricas se sustentam com porções tão pequenos.
— Você não vai comer?
— Vou, claro. — Pego uma pequena porção de risoto com meu garfo.
Quando experimento, sinto várias sensações diferentes e incríveis. Arregalo os olhos e parece que Gazzy percebe.
— Você gostou?
— Gostar? Eu amei! Isso aqui é perfeito! — Ele ri ao ver minha reação.
— Eu tinha certeza que você gostaria.
Pouco tempo depois, terminamos nossa refeição. Após Gazzy pedir e um vinho para viagem e pagar a conta, voltamos para seu carro. Como hoje é sexta-feira e os "eventos noturnos" começam mais cedo, percebo que estamos indo direto para casa.
Quando chegamos na mansão, ele estaciona o carro mas pede para que eu ainda não saia.
— O que foi? — Pergunto, um pouco preocupada.
— Você pode... não falar para ninguém desse almoço? É que eu nunca tinha levado ninguém para almoçar e não quero que achem que te trato diferente das outras.
— Tudo bem. — Concordo em imediato, mesmo com muitos questionamentos em minha cabeça.
Por que eu sou a primeira que ele leva para almoçar? Espero que seja apenas uma forma de agradecer o almoço de domingo. Se ele espera algo comigo em troca de sua gentileza repentina, ele pode esquecer!
— Te vejo daqui a algumas horas. — Apenas assinto e saio do carro.
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Arms Around You {Lil Pump}
FanfictionAlyssa Baker é uma jovem de 18 anos que reside em Miami, Flórida. Apesar de sua pouca idade, ela já enfrentou situações extremas. Entre elas, a mais recente e traumática: a morte de sua mãe. Mesmo com o óbito de sua mãe, as dívidas do hospital onde...