Capítulo 10 - Henrique

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Henrique LeBlanc

Que inferno!

Rebecca mexe com a minha cabeça, com o meu coração, com o meu corpo e com a minha alma e eu não gosto disso, não gosto de saber que ela tem tanto poder sobre mim e sabe o que é pior? Eu não consigo tirar ela da minha cabeça.

Eu tento, me esforço, tento ter algo com Ava, mas não dá porque Rebecca e seus olhos de estrela não saem da minha cabeça. Maldição!

Ava e eu concordamos em ser apenas amigos e estamos mantendo isso, eu não quero nada com ela, só que sempre que ela vê Ava comigo deduz tudo errado e eu que me fodo porque eu não consigo falar com ela direito e eu não consigo falar tudo o que eu quero falar e um abismo gigante vai se formando entre ela e eu.

Ainda pra completar ela fez aquela cena patética em beijar o Christopher quando eu sei que eu sou o único que ela deseja e a noite de ontem, só me provou isso, ela não teve relutância em dormir comigo e ela gostou, sei que gostou e do nada ela faz aquela cena patética? Eu tô fervendo de raiva.

- Filho, você está bem? -Ouço a voz da minha mãe me tirando de meus pensamentos e ergo os olhos pra ela. - Você parece irritado.

Talvez seja porque eu estou.

- Não é nada mãe, eu só estou pensando em algumas coisas do trabalho.

- Você trabalha demais, Henrique.

Eu não gosto de mentir pra minha mãe, mas também não quero ter que dizer toda a verdade e dizer que eu sou um fracassado por não ter coragem de ficar com a mulher que eu quero.

- Bom, eu gosto do que eu faço.

- Eu não disse que não gostava querido, mas é que você trabalha demais e não tira um tempo pra você, pro seu corpo descansar e sua mente também, você passou três dias seguidos no hospital cuidando de uma única paciente, isso cansa também filho. -Minha mãe sabe sobre a paciente que eu cuidei, mas não sabe, acho que ela nem sonha a importância que essa paciente tem na minha vida.

- Eu vou ficar bem mãe, não se preocupa não.

- Eu sou sua mãe, eu sempre vou me preocupar com você.

- Eu sei e eu agradeço por isso, mas eu estou bem. -E se eu não estiver vou ficar.

- Então, vem jantar. -Ela me chama e eu levanto do sofá.

Eu não estou com fome, mas não vou fazer essa desfeita com a minha mãe.

Me juntei a ela e ao meu pai na mesa e bom, comer não foi esforço algum, pois a comida estava deliciosa, eu que não tinha fome mesmo.

Após o jantar, minha mãe ficou arrumando a cozinha com a ajuda de meu pai e eu fiquei mais alguns minutos com eles.

- Eu preciso ir pra casa, vou pro hospital amanhã cedo e não quero me atrasar.

- Tem certeza que não quer ficar um pouco mais ou até mesmo dormir aqui? -Meu pai se adianta.

É aquilo né, para pai e mãe o filho sempre será criança.

- Eu agradeço, mas eu realmente prefiro ir pra casa.

Abraço meus pais em um abraço apertado.

- Não demore tanto para vir nos ver, filho. -Minha mãe quem pede.

- Eu virei sempre que puder.

Me despedi dos dois e subi na minha moto, já acelerando e indo para casa, mas enquanto eu seguia meu caminho, tinha uma voz em minha cabeça me mandando ir para outro lugar.

Henrique LeBlanc - [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora