Henrique LeBlanc - [COMPLETO]

Capítulo 38 - Henrique

Henrique LeBlanc

- Onde está, Rebecca? -Perguntei pela milésima vez e Barbara deu mais um de seus sorrisos de lado enquanto o médico permanecia trabalhando em minha orelha.

- Deixa o doutor cuidar de você e depois você ver, Rebecca. -Barbara se vira para o médico e abre um sorrisinho debochado para o médico. - Não ligue para o meu amigo doutor, ele sempre é ranzinza assim, parece até um senhor de oitenta anos.

A olhei de cara feia a fazendo sorrir abertamente para mim, mas ainda assim me mantive quieto, não queria ter de começar uma discussão na frente do médico, apesar de Barbara ter um rosto angelical e sorriso fácil, a mulher era um verdadeiro cão de guarda. Desde que entramos no consultório médico ela não desviou os olhos de mim nem por um segundo sequer.

Quando o médico terminar todo o procedimento em minha orelha ele se afasta apenas e coloca as mãos nos bolsos do jaleco.

- Tá muito ruim, doutor? -Me ouvi perguntar.

- Você tem sorte meu rapaz. -Ele diz. - Apesar do soco ter sido forte, nada foi danificado, nem chegou perto disso, seu tímpano permanece intacto, com isso tudo o que você pode sentir ao longo da semana são dores de ouvido devido a pancada, mas irei receitar um medicamento e essas dores de ouvido logo deixarão de existir.

Mais remédios! -Tive de conter um suspiro exaurido.

- E a minha alta? -Perguntei antes que eu começasse a reclamar do medicamento.

- Só posso lhe dar alta quando um responsável vier para assina-la, apesar de está bem, esse é o procedimento padrão, sinto muito.

- Problema resolvido, Barbara pode assinar para mim. -E a loira dá um sorriso que eu não gostei.

- Não, eu não posso.

- E por que não? -A encarei seriamente.

- Porque Rebecca quer que eu o segure aqui até que ela possa vir ver você.

- E onde diabos está Rebecca?

- Bem aqui!

E lá estava ela, a minha Estrela, a mulher da minha vida e de repente eu esqueci de médico de Barbara, parece que estava apenas nós dois naquela sala.

Abri os braços e Rebecca correu até mim, ela se encaixou em meu corpo e eu a abracei como se eu não a visse a anos.

Não sei por quanto tempo ficamos assim, abraçados, palavras não eram necessárias nesse momento, apenas os nossos sentimentos.

Rebecca me abraçava com força como se ela quisesse me coloca sob sua pele e pela forma que meus dedos se enterravam em suas roupas parecia que eu queria fazer o mesmo.

Percebi que Rebecca ainda usava a calça e as botas, mas ela havia deixado a jaqueta de lado e colocado a blusa do Esquadrão.

- Eu senti tanto medo de perder você. -Rebecca diz após um longo tempo agarrada a mim e eu a apertei com mais força contra mim, como se quisesse prende-lá em meu corpo e nunca mais solta-la.

- Eu tenho muita sorte mesmo. -Disso ao inalar o cheiro de Rebecca com vontade. - Nenhum homem pode ser tão sortudo por ter um anjo da guarda tão lindo.

Rebecca se afastou de mim, mas não muito e ela sorriu quando disse:

- Gosto que pense em mim como um anjo da guarda, mas gosto muito mais de ser sua estrela, de ser eu quem ilumina seu caminho e sua vida quando tudo é escuridão.

Tratei de puxa-la para meus braços novamente e a abracei mais forte do que anteriormente.

Mas Rebecca se afastou de mim mais uma vez e eu a olhei de cara feia a fazendo rir.