Capítulo 20 - Henrique

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Henrique LeBlanc

Solto um suspiro passando a mão em meu rosto, tentando acordar desse pesadelo que eu mesmo havia me jogado.

Desde que Rebecca foi embora, eu permanecia no mesmo lugar, em pé com o olhar cravado na porta.

Eu sei que muitos não vão entender os meus motivos de ter feito isso, mas a real que o que eu fiz não foi me ausentar de minhas responsabilidades, mas sim, eu estava salvando Rebecca de minha família, talvez até de mim mesmo.

O meu celular tocou em meu bolso e apesar de eu saber que seria impossível Rebecca me ligar depois de eu ser um completo filho da puta com ela, não pude evitar uma dose de esperança brotando em meu peito, mas é claro que eu já devia saber que ela não ia me ligar, não hoje pelo menos.

Respirei fundo e atendi a ligação.

- Não é um bom momento, Hera.

- Nem aqui no hospital.

Imediatamente a minha dor foi esquecida e meu trabalho tomou toda a minha atenção.

- O que aconteceu? -Perguntei pegando as chaves do carro e saí de casa.

- Chegou uma pessoa acidentada, o estado não parece ser dos melhores... -Entrei em meu carro. - Sei que você praticamente saiu daqui, mas ninguém é tão bom quanto você.

- Eu estou a caminho.

Hera agradeceu por eu está indo tão rápido, encerrei a ligação e coloquei o carro em movimento.

Sendo sincero, eu estava indo rápido porque eu estava com uma sensação muito ruim dentro do meu peito.

Uma sensação igual a noite que eu precisava desesperadamente ver Rebecca, só que dessa vez era bem mais forte, como se uma faca tivesse sendo cravada várias e várias vezes em meu peito.

Então eu fiz algo que eu acho que eu nunca fiz na minha vida - após está adulto, pelo menos -, eu rezei.

Rezei para que Deus, não deixasse nada acontecer com Rebecca e nem que nada de ruim acontecesse com o bebê em seu ventre e que isso fosse paranóia de minha cabeça, que essa hora ela estivesse em casa, me odiando mas bem, qualquer coisa, desde que ela estivesse bem.

Parei o carro no hospital e desci do veículo, dei um rápido cumprimento para Hera e fui para a minha sala, precisava me preparar.

Coloquei o jaleco e coloquei a máscara quando a porta da minha sala foi aberta e me virei para ver quem entrou. Era Ava.

- Henrique, não sabia que estava aqui.

- Hera me ligou, me informando de um acidente que pode ser de alta gravidade.

- Que estranho! -E Ava faz uma cara pensativa.

- Estranho, por que?

- O doutor Hélio tomou todas as medidas cabíveis já, ele está a frente, inclusive ele está na sala de cirurgia, parece que a batida foi bem feia.

- Será que Hera se confundiu?

- Eu não sei, mas se fossemos esperar por você, era capaz do paciente não resistir, mas o doutor Hélio é competente, acredito que o paciente está em boas mãos.

- Eu sei e confio em Hélio, o paciente não poderia está em mãos melhores.

- Ah não ser que fossem as suas. -Me forcei a sorrir.

- Vou falar com Hera, deve ter havido algum engano.

- E eu vou ver meus pacientes.

- Até depois.

Henrique LeBlanc - [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora