Capítulo 27 - Rebecca (Parte II)

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Rebecca Cooper

Eu via tudo a minha volta se mover, mas eu mesma não sentia nada, era como se eu estivesse entorpecida, eu me movia no piloto automático fazia tudo o que me indicavam e apesar de eu parecer bem, eu me sentia como se eu estivesse sendo afogada constantemente.

Eu não conseguia respirar e parecia que tinha um peso esmagando o meu peito, parecia que eu havia sido jogada em um pesadelo do qual eu não conseguia escapar.

- Senhorita? -Uma enfermeira alta, corpulenta e de expressão gentil parou a minha frente. - Pode vir comigo, por favor?

- Pra onde? -Perguntei com a voz bem baixa.

- Acho que a senhorita precisa se lavar, vestir uma outra roupa e ser examinada para ter certeza de que está tudo certo com você.

Tudo certo comigo? O homem que eu amo está morrendo e acham que está tudo certo? Se eu pudesse eu teria tomado aquele tiro por ele.

Olhei para baixo e soltei um suspiro baixinho, minhas mãos estavam sujas pelo sangue de Henrique e a camisa dele ainda era a única peça em meu corpo, ela também estava arruinada com o sangue, mas eu não queria ter que me mover.

- Vamos, senhorita?

Concordei com um leve aceno de cabeça e segui a enfermeira a passos lentos.

Enquanto eu seguia a mulher pelo corredor tão branco quanto uma lata de tinta da mesma cor, imagens que eu desejaria esquecer salpicavam a minha cabeça.

Henrique caído no chão, uma poça de sangue se formando ao redor de sua cabeça, lembro de eu ter colocado a cabeça dele em meu colo e foi assim que acabei suja de sangue, liguei para a emergência, felizmente eles chegaram bem rápido e lembro do barulho dos flashes e da luz cegante dos mesmos.

Eu não sei porque a imprensa estava em frente a casa de Henrique e nem sei como eles ficaram sabendo do que tinha ocorrido tão rapidamente, o que reforça a minha teoria de que eles tem espiões a cada esquina só esperando que algo aconteça para que eles possam reportar em primeira mão. Não há outra explicação!

- O doutor está fazendo o possível e o impossível para salva-lo. Vamos ter fé, querida. -A enfermeira diz gentilmente e ela dá um aperto de conforto em minha mão.

O médico disse que se Henrique tivesse demorado mais dez minutos sem ser atendido, ele estaria morto agora e desde que chegamos aqui, ele está em cirurgia, isso já faz duas horas.

- Eu realmente espero que sim, eu não posso perde-lo. -A minha voz não passava de um sussurro.

- O doutor Heitor é um dos melhores cirurgiões de todo o país, isso significa que seu namorado está em ótimas mãos.

- O nome do doutor é Heitor? -E um bolo gigantesco se formou na minha garganta.

- É sim, eu acho um nome lindo, acho que você também deve achar né?!

- Sim, era o nome do meu pai e seria o nome do meu bebê.

- Então parece que você terá mais um Heitor na sua vida que você irá amar, porque eu tenho quase certeza que o doutor Heitor vai salvar seu namorado.

- Como a senhora tem tanta certeza disso?

- Porque eu fui um dos milagres do doutor Heitor e depois de mim, eu vi ele realizar cirurgias muito difíceis que muitas pessoas inclusive médicos renomados julgavam impossíveis, então se o doutor Heitor acredita que pode salvar Henrique vai por mim, eu também acredito nisso.

- Obrigada, eu realmente preciso crer nisso, porque eu já perdi tantas pessoas, perder Henrique me quebraria de um jeito que eu não teria mais conserto.

Henrique LeBlanc - [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora