Henrique LeBlanc
Três Dias Depois
Eu estava bêbado, sendo sincero, acho que podre de bêbado seria mais adequado ao meu atual estado.
Eu não saía de casa desde a noite que eu deixei o hospital, desliguei o celular, deixei de ir trabalhar e a minha única companhia era alguma garrafa de uma bebida alcoólica, eu já havia misturado tantas bebidas que eu não sei como meu corpo ainda não havia explodido.
Eu não havia visto ninguém da minha família e nem sabia nada de Rebecca, mas vontade não faltava de ligar para minha Estrela, na verdade eu queria era entrar no carro e dirigir até a casa dela, me rastejar aos seus pés para que ela me aceitasse de volta, mas Rebecca sempre teve razão. Eu sou um covarde!
Tentei me levantar do sofá, mas meu corpo estava pesado demais, então a única coisa que eu consegui foi deixar a garrafa cair de minha mão e a mesma quebrou deixando o chão cheio de bebida alcoólica e cacos de vidro.
Soltei mais um suspiro e com um forte impulso consegui finalmente erguer meu tronco e fiquei de pé.
INFERNO!
Pisei exatamente nos cacos de vidro espalhados pela sala.
Meio pulando, andando e cambaleando, consegui subir as escadas, mas não sem deixar um rastro de sangue pelo caminho.
Entrei em meu quarto com o pé ardendo, mas ainda assim, isso não foi o suficiente para me parar.
Afinal o que era um pé machucado comparado com a dor que acontecia em meu peito?
Parece um preço pequeno a pagar depois de toda a dor que eu provoquei em Rebecca.
Rebecca... Como será que minha Estrela está? Espero que bem, eu não suportaria vê-la tão triste. Espero que o ódio dela por mim esteja tão profundo que mascare sua tristeza, por mim tudo bem ela me odiar, desde que ela fique bem, eu não vou reclamar.
Caminhei para o banheiro tirei a calça e iniciei um banho gelado, a água fria fazia minha pele arrepiar e o corte em meu pé arder, mas isso não me importava, porque aparentemente nada mais me importava.
Eu tô agindo feito um fracassado? Sim, eu estou, mas sendo sincero, eu não me importo.
Quando o banho acabou, coloquei uma toalha em torno da minha cintura e fui para a cama, tentei remover os cacos de vidro, mas minha visão estava turva e minhas mãos não estavam firme o suficiente para que eu tivesse a precisão para remover o vidro da minha pele, então sentindo o meu pé doer feito um inferno, apenas me joguei na cama e dei graças a Deus por todo o álcool ingerido já que não levou mais do que três minutos para que eu adormecesse.
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Eu estava me afogando!
Tinha uma forte pressão em meu peito, impedindo que o ar passasse para meus pulmões e quando eu abri meus olhos que eu consegui firmar a visão, já que o quarto estava todo escuro, pois já era de noite e a lu do cômodo, estava apagada, tinha alguém em cima de mim e suas duas mãos em meu pescoço.
Tentei me soltar, mas a pessoa estava destinada a dar um ponto final em minha vida.
Eu já sentia as minhas forças se esvaindo de meu corpo, respirar estava difícil, eu já estava a um passo de entregar os pontos, quando eu ouvi um barulho vindo do andar debaixo e então consegui acertar um soco na costela do filho da mãe, ele desequilibrou e saiu de cima de mim, pulando pra fora da cama e eu tentei correr atrás dele, mas o diabo do meu pé machucado ardeu e quem se desequilibrou agora foi eu, não tive outra escolha se não me deixar cair na cama novamente.
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Henrique LeBlanc - [COMPLETO]
RomanceRebecca Cooper, linda, decidida e sem papas na língua, diz o que quer com toda a sinceridade possível e ela sabe que isso as vezes pode ser visto como grosseiro, mas se pedir a verdade pra ela, eles terão a verdade. Henrique LeBlanc, médico, mudou-s...