Capítulo 27 - Rebecca (Parte V)

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Rebecca Cooper

– Com cuidado, vai com calma!

– Rebecca, eu já disse que eu estou bem, diabos de mulher teimosa!

Revirei os olhos e terminei de ajudar Henrique a sentar no sofá, logo colocando uma manta sobre o corpo dele, já que estava frio, não que isso fosse novidade, mas hoje parecia mais frio que o normal.

Henrique havia recebido alta do hospital hoje pela manhã bem cedo, após uma semana intensa de exames, análises e diagnósticos.

O doutor Heitor disse que Henrique ficaria bem, felizmente ele teria uma boa recuperação, o único problema é que ele poderia sentir fortes dores de cabeça, mas com o remédio certo, elas sumiriam com o tempo e ele ficaria novinho em folha, o doutor não disse bem com essas palavras, mas foi basicamente isso.

Não perdi tempo, peguei a receita, passei na farmácia e já comprei os remédios receitados, agora Henrique só precisava de repouso, não se estressar que dentro de alguns meses ele estaria como antes e não teríamos mais com o que se preocupar.

É claro que o doutor não poderia estipular um tempo preciso para a recuperação dele, mas se depender de mim, Henrique vai ficar curado o mais rápido possível.

É um milagre que após um tiro na cabeça, seis meses em coma e uma alimentação a base de sonda, Henrique não tenha ficado com sequela alguma, temos que agradecer bastante essa dádiva que nos foi concebida.

– Tá precisando de alguma coisa? -Perguntei me sentando no sofá ao lado dele e acariciei seus rosto com as pontas de meus dedos.

– Não, eu estou legal, preciso de nada não... -Mas então um sorriso foi se espalhando por sua boca perfeita. – Ah não ser que você queira me dar um beijo, aí sim, eu não vou reclamar.

Quase revirei os olhos. Henrique não perde a oportunidade mesmo!

– Henrique, eu não vou beijar você.

– Por que não?

– Seus pais estão lá em cima e minha mãe também, sem contar que sempre que você me beija, eu perco o controle e você não pode perder o controle, pelo menos até o próximo mês.

– Você quer que eu passe um mês inteiro vivendo como um monge? -Respirei fundo.

Que homem teimoso!

– Você passou seis meses “vivendo como um monge”, um mês não é nada.

– É, mas eu estava desacordado, agora eu estou muito bem acordado, vivo e excitado, com saudades da minha mulher.

– Henrique LeBlanc, comporte-se.

– Eu sempre fui péssimo em me comportar perto de você, Rebecca, sabe disso.

Me aproximei dele e deixei um beijo em sua bochecha.

– Que homem dramático.

– Dramático? -E antes que eu pudesse me afastar dele, os braços de Henrique enlaçaram minha cintura e ele me puxou para cima de ele. – Vou te mostrar o dramático, minha Estrela.

– Não, Henrique, não! -Me contorço para sair do colo dele, mas sem sucesso nenhum. – Você não pode.

– Minha boca está saudável, só minha cabeça que não.

Henrique LeBlanc - [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora