Capítulo 27 - Rebecca (Parte IV)

231 25 22
                                    

Rebecca Cooper

Seis Meses Depois!

Eu estou exausta!

Ficar a frente da obra de um hospital não é as mil maravilhas, é bem cansativo do que eu imaginei, nesses seis meses eu não tive tempo pra absolutamente nada.

Meu tempo ficou dividido entre as obras do hospital e cuidar de Henrique, eu tinha ajuda dos pais dele, de minha mãe e dos meus amigos - que permaneciam na Itália comigo fazendo a minha proteção e a de Henrique também -, nunca mais tive notícias de quem fez isso, se ele não desistiu da gente, pelo menos nos deu uma folga.

Antes que eu pudesse chegar até o quarto de Henrique fui interceptada pelos pais dele, dona Cristina parecia muito nervosa e o seu Luigi estava tenso.

Imediatamente fiquei em alerta, o que é que estava errado agora?! Eu fiquei longe desse quarto por literalmente quinze minutos só pra comer alguma coisa e parece que o mundo está prestes a desabar.

- Rebecca, minha querida... -Dona Cristina começa. - O doutor Heitor quer vê-la.

- Algo com Henrique? -Perguntei já mudando a postura para ficar completamente ereta.

- É mais algo que ele quer comunica-la, ele disse para procurá-lo o mais rápido possível.

- Tudo bem, eu vou agora mesmo.

Me forcei a sorrir e segui para a sala do médico que eu sabia exatamente onde ficava.

Dei uma leve batida na porta e ouvi a voz gentil de doutor Heitor me pedindo para entrar.

- Soube que o senhor queria me ver.

- Sente-se, Rebecca. -Ele pede e eu faço, algo me dizia que a conversa não seria fácil.

- Doutor, aconteceu algo com Henrique?

- Não, ele está bem, está estabilizado, nada com o que se preocupar, eu quero falar com você sobre outra coisa.

- Estou ouvindo!

- Rebecca, Henrique está em coma há seis meses e nesse tempo todo ele não piorou, mas também não demonstrou nenhuma melhora, o quadro dele permaneceu instável desde o dia que ele chegou aqui, quase morreu algumas vezes por parada cardíaca, mas a melhora que era algo que a gente queria infelizmente não aconteceu.

- Doutor, eu sei de tudo isso, agora vamos direto ao ponto, onde é que o senhor quer chegar?

- Rebecca, eu quero sua permissão para desligar os aparelhos de Henrique. -Fiquei de pé imediatamente.

- O quê?

- Não sabemos se Henrique vai acordar algum dia, você não acha que está na hora de deixá-lo descansar em paz?

- O senhor comunicou isso aos pais dele? -Perguntei e ele concordou com a cabeça. - E o que eles disseram?

- Que deixaria tudo nas suas mãos, você foi boa pro filho deles apesar de tudo e eles confiam cegamente em você, fará o que for melhor pra Henrique.

- Eles deixaram uma decisão dessas nas minhas mãos? Não é justo!

- Não Rebecca, não é justo, mas é uma decisão a ser tomada.

- Não há decisão a ser tomada doutor, a resposta é não, eu não vou dar permissão para desligar os aparelhos dele.

- Rebecca, sei que não é uma decisão fácil, mas se você considerar, isso é o melhor a ser feito.

- Melhor pra quem? -O encaro. - Pro senhor que não quer cuidar dele? Ou pras enfermeiras que não querem fazer o trabalho delas? Olha, eu não me importo com nada disso, se vocês não querem fazer o trabalho de vocês, me dê a autorização que eu mudo Henrique de hospital.

Henrique LeBlanc - [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora