Capítulo 27 - Rebecca (Parte III)

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Rebecca Cooper

Os pais de Henrique haviam chegado a dois dias e a coisa que havia me surpreendido foi que minha mãe havia vindo junto com eles.

Parece que desde que eu havia saído de Washington duas semanas atrás, parecia um outro mundo tudo o que minha mãe me contava.

Aparentemente minha mãe e dona Cristina, haviam se conhecido em um bingo beneficente, três dias depois ela se reencontraram em um supermercado e enquanto aguardavam na fila do caixa, começaram a conversar e todo mundo sabe como são as mães, elas sempre falam de tudo e um pouco mais, então as duas descobriram que eram nossas mães - minha e de Henrique - e dalí surgiu uma amizade inseparável.

Dona Cristina, apesar de morar anos nos Estados Unidos, ela não tinha muitas amigas e minha mãe tinha várias amigas, mas nenhuma tão próxima quanto ela estava da mãe de Henrique, a relação das duas é mais como se fossem irmãs, apesar de elas se conhecerem em tão pouco tempo.

Minha mãe também tinha tido um encontro com o doutor Hélio, finalmente ela deu uma chance pra ele, segundo ela, eles estavam apenas se conhecendo, mas já era um grande passo pra minha mãe perceber que ela é uma mulher linda e pode se permitir pro amor novamente.

Junto com eles Barbara e Otávio também tinham vindo, já que depois da última ameaça que eu recebi - a bala com o cartão na caixa de jóias -, Kendall achou melhor que eu tivesse mais do que um agente ao meu lado por questão de segurança.

Eu quase pedi para Joe vir também, porém eu não podia tira-lo de Briana e eu também queria Tom aqui, mas ele estava apenas um mês no Esquadrão e eu não poderia tira-lo de lá agora, sendo sincera, eu acho que eu estava tão assustada que eu adoraria ter todos os meus amigos aqui por perto.

Barbara coloca uma bandeja com um lanche a minha frente e ela se senta a minha frente.

Desde que Henrique estava hospitalizado, eu sentia fome zero e meus amigos, minha mãe e até mesmo os pais de Henrique tentavam me fazer comer a todo custo.

Eu queria tanto que isso fosse um sonho ruim, que isso fosse um daqueles pesadelos que quando você acorda, você fica completamente atordoada sem saber se é real ou se não é e depois você chora de alívio porque não passou de um sonho ruim, infelizmente, isso era a porra da minha vida e eu não estava mais querendo vive-la, não sem Henrique.

Soltei um suspiro enquanto observava o sanduíche a minha frente eu senti minha garganta fechar e meu estômago embrulhar.

- Eu não estou com fome! -Disse empurrando o prato pra longe de mim.

A verdade é que ouvir "você precisa comer pra não ficar doente pra quando Henrique acordar", não fazia mais efeito, porque eu nem sabia se Henrique chegaria a acordar algum dia, é um pensamento péssimo, mas eu não consigo evitar.

- Amiga, você precisa comer... -Barbara começa, mas eu a interrompi.

- Eu sei, mas a real Barbara, é que eu sinto vontade nenhuma de comer, então, obrigada mas não quero.

Fiquei de pé e saí do quarto, indo até o quarto onde Henrique estava e me sentei na cadeira ao lado da cama dele.

Alí era onde eu tinha paz, era o local que eu podia pensar com tranquilidade, era o lugar que eu sentia onde eu pertencia.

- Oi, meu amor! -Comecei como sempre fazia todas as vezes que eu ia até ele. - Eu sinto tanto a sua falta.

Suspirei e olhei para Henrique que permanecia tão quieto quanto uma porta fechada.

Ele se alimentava por uma sonda e as enfermeiras limpavam seu corpo com panos úmidos e lenços umedecidos, trocavam o curativo de sua cabeça a cada manhã e a cada noite e mesmo assim, Henrique não tinha reação alguma.

Henrique LeBlanc - [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora