Red Thread - one shot book

eu agradeço todos os dias por, pelo menos uma vez, você ter sido meu

A grama pinica em sua pele e deixa uma sensação de coceira, mas Regulus não podia se importar menos. Os últimos raios de sol o aquecem,  trazendo a mesma impressão de calor que a pele de James contra a sua deixa em seu coração.

Ele suspira feliz e corado como qualquer menino apaixonado faria.

Os dedos de James afundam em seus cabelos, massageando seu couro cabeludo, se perdendo entre os fios de ébano e deixando pequenas ondas elétricas por sua coluna. Ele estica o pescoço para deixar um beijo casto no maxilar de seu amante e observa maravilhado a pele morena e quente de James se arrepiar com seu mero toque.

Ele se ajeita, se apoiando em seus cotovelos e sustentando a parte superior de seu corpo para poder olhar nos olhos castanhos e dilatados do menino ao seu lado. James sorri para ele, suas covinhas aparentes deixando as borboletas ainda mais extasiadas no estômago de Regulus.

— Eu te amo - a respiração de Regulus não passa de uma lufada de ar quente contra a pele do pescoço de James quando o garoto mais novo se inclina sobre ele, seus lábios deixando rastros de beijos de vênus em seu contorno.

— Eu te amo - a voz de James é sem ar e seus olhos adoram cada detalhe de Regulus que ele possa admirar, agarrando seu corpo contra o dele em puro êxtase.

— Para sempre?

— Para todo o sempre.

— Por que você está fazendo isso comigo?

— Fazendo isso com você? - a voz de James é cortada em uma risada fria e tensa, seus ombros tremendo e suas mãos agarrando seu cabelo em frustração — Merlin, agora eu sou o vilão por querer que o amor da minha vida deixe sua família abusiva e cruel?

— Não fala assim comigo - Regulus se encolhe ainda mais, torcendo seus dedos, a dor aguda em seu peito o sufocando e deixando seus olhos marejados — Você sabe que eu não posso fazer isso. Eu não consigo fazer isso.

— Eu estou cansado, Regulus - pela primeira vez naquele momento, Regulus olha nos olhos de seu amante e ele simplesmente odeia a dor que vê neles — As pessoas que eu amo estão morrendo, e eu não vou ficar aqui vendo você se matar.

O ar prende nos pulmões, seu peito dói, dói, dói, e ele não sabe o que dizer. O que ele vai fazer, pedir para James ficar? Para esperar por ele? Não, ele não pode mais fazer isso. James está certo, ele só está sendo um peso, sua indecisão atrasando James. Ele não quer, ele nunca quis isso.

— Eu estou desistindo de você, por favor, diga alguma coisa - as lágrimas agora correm livres pelo rosto bonito do menino mais velho, transformando o sorriso brilhante que Regulus tanto ama em um borrão esquecido.

Ele destruiu James.

E quando o silêncio se estende diante deles, os olhos castanhos e tristes de James brilhando tão belamente quanto os últimos raios de sol que invadem a torre de astronomia naquele fim de tarde, James Potter deixa Regulus Black sozinho pela primeira vez para nunca mais voltar.

Ele suspira trêmulo e choroso como qualquer menino apaixonado faria.