Viver nos Estados Unidos estava sendo incrível. Eu acabei de me formar na faculdade que sempre quis, tinha os melhores amigos que alguém poderia sonhar e tinha uma namorada que causava inveja em todos que nos viam. Ou quase todos, já que ela e meus...
Vamos para os avisos prévios. Antes de mais nada, eu quero deixar um ponto claro sobre uma parte da personalidade do Apo. Cada um de nós temos nossa própria forma de lidar com certas coisas e é isso que o Apo faz. Não cabe a nós julgar se a forma que ele escolheu é algo bom ou não, esse foi o jeito que ele escolheu.
Outra coisa que quero deixar claro é que se "descobrir " é bem simples até, o real problema é se "aceitar" e abraçar essa parte nova que até então era desconhecida e cada pessoa tem seu próprio tempo e sua própria maneira de fazer isso.
AVISO: Nesse capítulo já iremos começar a entrar um pouco nas nuances de um relacionamento tóxico e abusivo. Não sei se algum de vocês está passando por esse tipo de relação e se estiver, saiba que você não está sozinho, tem pessoas que querem te ajudar e estão lá para você. Vou adicionar uma bandeira vermelha para sinalizar quando isso ocorrer no capítulo, apesar de ser frases simples para introduzir as características iniciais, ainda pode gerar algum tipo de gatilho em alguém que pode estar passando por isso. Então se você for sensível, assim que ver o símbolo 🔴🔴 pule até a parte onde ele aparece novamente.
Se vocês encontrarem uma palavra entre os sinais ** ela é relacionada ao BDSM e as devidas explicações estarão nas notas finais.
Esse capítulo será o primeiro narrado pelos nossos dois protagonistas, então espero que vocês gostem...
Aproveitem a leitura e nos vemos nas notas finais...
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APO
Dizer que eu estava com o rosto vermelho seria eufemismo. Bato a porta do carro e corro até os degraus da escada sem olhar para trás. Consigo ouvir o som do motor do carro se afastando e alguns empregados me olham curiosos pelo fato de estar ofegante e completamente corado, mas nada falam.
Atravesso a sala principal sentindo o ar faltando nos pulmões, mas não paro de correr até que finalmente chego no meu quarto, batendo a porta e passando a chave logo em seguida.
Deslizo na madeira, me sentando no chão enquanto tento recuperar o fôlego e os batimentos descompassados do meu pobre coração.
Os flashes da noite anterior começam a surgir em minha mente a medida em que meus olhos se inundam por lágrimas. Por que eu me agarrei a ele daquele jeito?
A lembrança de nós dois no elevador preenche meus pensamentos e as primeiras lágrimas grossas banham meu rosto. Sinto meu coração bater acelerado e meus pulmões não parecem fazer sua função de me manter respirando.
Minhas mãos gélidas e trêmulas tateiam o bolso do moletom a procura do celular, para tentar ligar para o Liam, mas quando o primeiro toque da chamada é feita, a bateria zera e a tela se apaga completamente.
Me deito no chão frio e abraço minhas próprias pernas tentando calar os gritos e as imagens que me atormentam a anos sem pausa, fico preso naquele pedaço de desespero, minha voz queima na garganta tentando pedir ajuda, mas nenhum ruído deixa meus lábios, nenhum som adentra meus ouvidos, é como estar imerso no mais completo vazio. Minha visão se torna embaçada e aos poucos minha consciência começa a esvair-se em uma tentativa do meu cérebro desligar meu corpo.
