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"𝑫𝒐𝒊𝒔 𝒂𝒐 𝒕𝒂𝒏𝒈𝒐"
Era para ser apenas uma noite. Apenas uma noite, onde ambos pudessem aliviar a tensão que os oprimia.
Mas agora, enquanto você olhava para o teste de gravidez com lágrimas ameaçando derramar, você sabia que o caso de uma noite era mais do que apenas isso.
Vocês dois eram amigos íntimos desde que ele se mudou para Londres, tendo colocado o brasileiro sob sua proteção.
Uma noite, ele chegou em sua casa depois de um jogo ruim, e você já estava irritada depois de um encontro fracassado.
E então uma coisa levou a outra, e vocês dois acabaram nus em sua cama. Ele partiu na manhã seguinte, vocês dois com vergonha de mencionar o que havia acontecido.
As coisas voltaram ao normal depois disso, ignorando o fato de vocês terem se visto literalmente nus.
Mas Gabriel sabia que algo estava errado. Você não atendeu suas ligações ou mensagens, nem mesmo atualizou suas redes sociais.
Então ele se encarregou de dirigir até sua casa e se certificar de que tudo estava bem.
Gabriel esperou pacientemente na porta para você atender, mas não recebeu nada. As luzes do seu apartamento estavam apagadas e ele não ouviu nada do outro lado.
- S/n. - ele gritou pela caixa de correio, os olhos perscrutando seu apartamento e vendo que tudo estava no lugar.
Era apenas para emergências, mas para ele era uma emergência. Puxando a chave reserva de debaixo do tapete, Gabriel abriu a porta da frente.
- S/n, você está aqui?
Ao som de sua voz, seus olhos se abriram, percebendo que você estava dormindo por um bom tempo. Fazia três dias desde que você desligou o telefone e decidiu ter um pouco de tempo privado.
Você parecia horrível quando se arrastou para fora do quarto, os olhos pousando em Gabriel. Ele correu até você, as mãos segurando suas bochechas para dar uma olhada melhor.
- Eu pensei que você estava morta, meu deus. - ele suspirou, a testa encostada na sua. Você entrou em pânico, afastando as mãos dele.
Tudo parecia muito romântico. Desde o jeito que ele veio te procurar, até o jeito que ele acariciou seu rosto e beijou seu nariz depois de saber que você estava bem.
- S/n, por favor me diga o que há de errado. - ele implorou, suas bochechas ficando vermelhas de frustração. Você hesitou, sabendo que isso poderia terminar de uma forma ou de outra.
Você nem tinha certeza do que queria fazer, mas Gabriel merecia saber. Afinal, era seu filho também.
Segurando seu pulso, você o puxou em direção ao banheiro. - Vamos lá, S/n. Você está agindo de forma estranha. - ele riu, tentando afastar a estranheza.
- Por favor, não fique com raiva de mim. - você falou, apontando para o lado. Seus olhos seguiram seu dedo, e Gabriel sentiu seu coração acelerar. - É isso que eu acho que é?
Como não obteve resposta, Gabriel virou-se e viu que agora você estava caída no chão, encostado na porta. - Ei, está tudo bem. Eu não estou bravo, eu prometo. - ele confortou, ajoelhando-se e pegando sua mão na dele.
Gabriel beijou-os várias vezes, assegurando-lhe que não estava bravo. Como ele poderia estar? Sua mãe sempre dizia que eram precisos dois para dançar o tango.
- Não sei o que fazer. - você soluçou, a cabeça encostada no ombro dele. Gabriel acariciou seu cabelo, ele muito inseguro sobre o que dizer.
- Depende de você, baby. Mas eu estarei aqui, a cada passo do caminho. Quer você continue ou não, eu estarei ao seu lado durante tudo isso.
Você reconheceu suas palavras, olhando para cima com olhos agradecidos. Mas como Gabriel estava te abraçando, ele quis bater em si mesmo.
O que ele acabou de dizer foi outra versão de uma confissão de amor. Algo que ele estava querendo fazer desde aquela noite.
Mas Gabriel nunca teve coragem de dizer nada. Talvez esse bebê fosse uma bênção disfarçada. Talvez isso possa ajudá-lo a vê-lo sob uma luz totalmente diferente e perceber que você nutria alguns sentimentos pelo garoto que chamava de "amigo".
