- Cap. 2

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Naquele exato momento a expressão de incredulidade no rosto de Rebecca só não superava o vinco que se formara em sua testa, indicando a falta de apetite. A comida que havia sido posta em seu prato não era nojenta como costumavam dizer, por sorte, contudo, tampouco era aquelas mil maravilhas.

                             

-- Salada ou não? -- A cozinheira voltou a repetir com sua expressão de tédio e Rebecca acordou de seu transe.

                             

-- Ôh boneca, acho melhor escolher logo, estou com fome e não tenho o dia todo. -- Uma mulher extremamente tatuada, com a cabeça raspada e com marcas que Rebecca julgou ser onde os piercings ficavam, falou, sorrindo de forma cafajeste para Rebecca, que assentiu e pediu salada, saindo dali às pressas para movimentar a fila.

                             

Ela procurou uma mesa para se sentar, porém todas estavam ocupadas, o que lhe deixava somente uma opção: Conversar com outra detenta. Seus olhos procuraram algum rosto não tão assustador e então encontraram o mesmo par de olhos verdes lhe encarando. Ela respirou fundo e caminhou até sua mesa.

                             

-- Será que eu posso...

                             

-- Não. Vaza! -- A voz rouca foi firme, fria e seca, fazendo Rebecca suspirar e assentir.

                             

Ela franziu o cenho quando viu uma mão no alto acenando para ela desesperadamente. Deu uma olhada para trás e aos redores, se certificando de que era com ela mesmo e quando constatou que sim se aproximou.

                             

-- Olá, sente-se. -- A voz meiga proferiu. Rebecca atendeu seu pedido e se sentou, reparando que a garota era ruiva, sorridente e gentil. Pequenas sardas cobriam seu rosto e ela usava um uniforme marrom e branco, então não era novata. -- Me chamo Margaret, mas pode me chamar de Maggie.

                             

-- Sou Rebecca. -- Ela disse um pouco cética devido a todo aquela gentileza e bom humor.

                             

-- Primeiro dia aqui e já tem várias de olho em você. Logo alguém te pega. -- Rebecca franziu o cenho.

                             

-- Alguém me pega? -- Perguntou confusa.

                             

-- Sim, demorei três meses para ser pega por alguém, mas duvido que você passe de uma semana.

                             

-- Em que sentido? -- Rebecca perguntou alheia ao que a garota dizia.

                             

-- Oh, é sua primeira vez presa? -- A garota perguntou e Rebecca assentiu. -- Bem, as líderes dos bandos costumam pegar as novatas para serem suas parceiras sexuais. Elas te oferecem proteção em troca e outros benefícios, como comidas melhores do que as que nos dão aqui.

                             

-- Não estou interessada, obrigada. -- Rebecca disse, tentando comer uma folha de alface, que era a única coisa que sentiu vontade de comer. Maggie riu ao ouvir aquilo, levando uma mão até sua boca para abafar o som.

FrᴇᴇɴBᴇᴄᴋʏ • CAUGHT BY CHANCE √ (โดยบังเอิญ) • Version Onde histórias criam vida. Descubra agora