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31 de dezembro, 23:00.

   Quando começaram a comemoração do último dia do ano, Lídia se permitiu tomar um drink. Estava babando naquele drink de kiwi que todo mundo estava bebendo. Mas só um. Depois de ter se enchido de tequila, vomitado em Lucas e rejeitado seu pedido de namoro, podia jurar que não iria beber nunca mais.

Mas isso não durou muito, por que hoje, na noite de ano novo, estava doida pra tomar qualquer gotinha de álcool puro. Não pelo álcool, e sim pra ver se consegue criar coragem e falar com ele. E também pra falar com Lucas e se acabar dizendo alguma besteira culpar a bebida.

O dia passou rápido. A maioria acordou tarde, então já almoçaram logo. Pela tarde, todo mundo estava descansando ou se preparando para a noite.

Estava difícil falar com Lucas, visto que a única vez que ficaram sozinhos foi quando Lídia usou o banheiro e quando saiu, Lucas estava lá para usar também. E não foi uma boa hora.

   Lídia foi ao banheiro, pela tarde do dia. Saiu e deu de cara com Lucas, ficaram uns três segundos presos em uma troca de olhares (que mais parecia três horas). Quando finalmente conseguiu forças pra parar de encarar, e dar espaço para Lucas entrar.

   Lucas entrou no banheiro, fechou a porta e Lídia ficou ali, por mais uns segundos, encarando a porta fechada do banheiro que Lucas acabou de entrar. Voltou para o quarto, se sentou na cama, analisou oque acabou de acontecer e por que ela não falou nada, só ficou encarando. Se soubesse que ele estava ali, puxava ele pro banheiro e falava tudo ali na hora. Ok, isso foi exagerado. Não falaria, não teria coragem.

Lídia hoje o dia todo fez piadas sem graça pra si mesma pensando se não era melhor deixar essa conversa com Lucas pro ano que vem. E também ficava com vontade de dar uma porrada em si mesma toda vez que via Lucas. A parte boa era que a casa era grande e dava pra se esconder.

Voltando ao presente, estavam todos na área externa da casa, esperando a queima de fogos enquanto bebiam, curtiam a música e conversavam.

A festa tinha acabado de começar então ainda tinham algumas pessoas chegando, quem não estava hospedado na casa mas iria passar o ano novo com o pessoal.

   Lídia estava meio perdida ali. Se sentia uma noiva que fora abandonada no altar. Estava com o vestido branco, um salto baixo branco todo cheio de brilho de amarração até abaixo dos joelhos, a maquiagem cheia de pedrinhas brilhosas e o cabelo solto. Se sentia muito linda mas com uma cara péssima. Sentada com o drink de kiwi ao lado de seu irmão que conversava com o Doazin. Eles estavam rindo de alguma besteira que Lídia simplesmente não conseguia prestar atenção.

Lucas estava do outro lado da festa, com o Igão e o Mitico que tinham chegado hoje um pouquinho mais cedo. Ele estava de costas pra Lídia conversando com os meninos. Ele não parecia estar no mesmo estado dela e de repente se sentiu uma bobona.

Um pessoal estava chegando e Lídia analisava cada um. De repente se sentiu em um dejavu, da festa do ônibus, onde analisava os Youtubers que tinham ali. Foi entrando o Felipe Castanhari, Nyvi Estephan... Ananda.

   De novo essa garota. Que desastre, Lídia achou que teria paz pelo menor por hoje.

   Com a chegada dessa querida anula todas as possibilidades de Lídia falar com Lucas hoje, por conta de sua insegurança.

—Ah não, de novo não.

Lídia pensou alto e seu irmão olhou pra ela, olhou pra onde estava olhando e deu uma risadinha.

—Olha lá Lídia, com quem ela tá indo falar.

Pedro disse pra implicar e Lídia deu uma cotovelada com força nele. Ele soltou um "Ai" e colocou a mão em seu braço, onde tinha sido a cotovelada. Idiota, piadinha uma hora dessas?

𝘁𝗿𝗼𝗰𝗮 𝗱𝗲 𝗼𝗹𝗵𝗮𝗿𝗲𝘀. - Lucas inutilismo.Onde histórias criam vida. Descubra agora