08.

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Ele estaciona seu carro e eu ainda estava em estado de choque, nós estávamos simplesmente no ninho do urubu, eu piscava diversas vezes com um medo de não ser real, e olhando pela janela o tamanho daquele lugar, eu só consigo pensar em como aqueles dois estariam uma hora dessas, nem eu estava acreditando, olhei para aquele homem ao meu lado e ele apenas me observava.

-Você não estava de folga? -Pergunto, foi o que ele disse, não entendia o que estávamos fazendo ali.

-Eu estou, mas iria precisar vir aqui pegar algumas coisas, achei que iria gostar de vir comigo. -Diz pegando seu celular e algumas coisas do carro.

-É claro que eu ia gostar, quer dizer, quem não ia. -Digo vendo ele descer do carro, desço me juntando a ele. -Eu posso estar aqui? 

-Você está comigo, não se preocupa. -Ele tinha a mesma sensação de ter tudo sobre controle, de quando ele entrou em campo naquele dia. 

Eu andava ao lado dele tentando agir naturalmente, e eu estava falhando miseravelmente nisso. Entramos e eu observo todo aquele lugar, cada quadro, até mesmo cada planta, cada cor na parede, eu estava completamente encantada com aquele lugar, facilmente eu pegaria todas as minhas coisas e me mudaria pra aquele lugar, estava completamente apaixonada e eu nem se quer conseguia disfarçar.

-Preciso que me espere aqui, vai levar só um minuto. -Observo Gabriel sumir por um corredor, me sento em uma poltrona que estava por ali, e pego meu celular, eu tinha que tirar uma foto ali, era como uma obrigação, mas assim que abro a câmera me deparo com aquele curativo enorme na minha cara, era impossível tirar uma foto daquele jeito, que raiva, pelo menos eu vou viver esse momento, era um sonho.

Espero por Gabriel durante alguns minutos, ele não demora muito, volta com uma sacola de plástico e percebo que eram as coisas que ele havia dito que viria buscar.

-Quer conhecer o lugar? -Pergunta como se houvesse qualquer duvida de que eu diria não. Confirmo com a cabeça e saímos andando pelo lugar, ele me apresentava cada ambiente e eu só ficava cada vez mais encantada, aquela energia era surreal, eu nem acreditava, via algumas pessoas passarem e nos olharem, mas não pareciam surpresos, eu estava ficando tão envergonhada, com aquele negocio no rosto. -Tá tudo bem?

Ele parecia preocupado, eu provavelmente estava demonstrando desconforto que eu realmente estava mas jamais falaria em voz alta, mas ele havia notado.

-Desculpa, é tudo maravilhoso, e eu realmente estou amando tudo. -Digo rápido demais, e sinto uma leve pontada no rosto.

-Você não parece estar amando tudo. -Ele diz parando na minha frente, não tão próximo de mim, mas o suficiente para me deixar toda desconcertada.

-É só que eu não queria estar assim conhecendo este lugar. -Digo e dizendo em voz alta só faz ser mais vergonhoso.

-Como assim? -Pergunta dando um passo pra frente, ficando apenas a um passo de mim.

-Olha pro meu rosto, as pessoas estão olhando, eu ia até tirar uma foto, mas... olha pra mim. -Que merda, o que eu estava falando?

-Eu me torturo todos os dias desde aquele por ter feito isso com você. -Diz e eu apenas solto um suspiro. -Mas de todas as belezas do mundo, a sua é a única que chama atenção mesmo estando com esse curativo, porque nem ele foi capaz de te deixar se quer perto de feia.

E dá mais um passo. Eu ouvia sua voz como se ouvisse as batidas do seu coração, estava a alguns centímetros de seu rosto, e eu nem sabia, mas meu corpo estava pronto, eu realmente faria aquilo, e algo em mim dizia que era aquele o momento. Me aproximo e observo seus lábios que estão entreabertos, seguro em seu rosto com as duas mãos e finalmente nossas bocas estavam a milímetros de distância.

𝑶 𝒊𝒎𝒑𝒐𝒔𝒔𝒊́𝒗𝒆𝒍 - GabigolOnde histórias criam vida. Descubra agora