𝑶 𝒊𝒎𝒑𝒐𝒔𝒔𝒊́𝒗𝒆𝒍 - Gabigol

14.

Eu sabia exatamente quem ela era, quer dizer, quem não sabe? Eu sabia que eles já tinham namorado antes, saiu em vários sites, mas... ele não estava solteiro agora? Ele me fez de palhaça, ficou fazendo jogo de que não podia ficar comigo, e aqui estava a resposta, ele não podia por causa dela, e agora ela estava aqui, na minha frente como se soubesse todos os meus segredos, e eu nem se quer podia rebate-la, que tipo de pessoa eu seria se fizesse isto?

-Rafa caralho! -Era Fabinho, apenas viro e olho para Alicia, ela me olhava com pena, como se eu fosse algo tão frágil que iria quebrar a qualquer minuto, e talvez, eu iria. -Que porra tu tá fazendo aqui?

-Saiu nos sites de fofocas que meu namorado está me traindo, eu tinha que pelo menos tirar satisfação. -Ela apenas volta ao mesmo lugar que estava sentada. 

-Ele vai te matar se te ver aqui porra, vai embora. -Fabinho se aproxima dela e eu realmente não estava entendendo nada até aquele momento.

-Por causa dela? -Pergunta apontando pra mim.

-Não. -Ouço a voz dele, eu não sabia se agradecia ou me enfiava em um buraco, Gabriel estava entrando na sala olhando pra ela como se fosse cortar seu pescoço. -Deve ser porque você não passa de uma puta! Que merda tá fazendo aqui?

Eita!

-Oh querido, senti saudade dessa sua espiritualidade contagiante! -Ela se levanta novamente e para em sua frente, Gabriel se mantinha firma e sério.

-Tem cinco minutos pra sair daqui ou te boto pra fora pelo braço. -Gabriel apenas abriu passagem pra ela passar, mas ela nem se mexeu.

-Temos um assunto pendente querido! -Ela toca em seu braço mas ele se esquiva. -Você me deve, e eu não vou sair como uma puta corna na internet.

-Puta você já é né linda, ninguém nem vai ligar pro corna. -Alicia diz fazendo Fabinho rir, eu já nem sabia se era certo estar ali, parecia meio pessoal.

-Quem são esses? -Ela pergunta ignorando Alicia que andava até mim, até me assusto com sua atitude, ela sim era minha amiga. 

-Vamos pra outro cômodo, odiaria ainda estar na presença desse ser humano. -Alicia segura meu braço e eu dou uma ultima olhada em Gabriel, ele estava obviamente bravo, eu não iria dizer nada, apenas sigo Alicia e Aleandro faz o mesmo, logo vejo Fabinho ficar, talvez ele não queria deixar o amigo nessa situação sozinho.

Ando até outro cômodo, era outra sala, essa casa tinha tantas salas, como não se perder? Mas Alicia segurava meu ombro, até a gente finalmente estar os três longe daquele clima mais do que tenso que habita naquela sala. Eu não queria pensar muito no que acabou de acontecer, foram tantas emoções neste dia, e nem havia chegado na metade dele.

-Você está bem? -Ouço a voz de Alicia que estava parada na minha frente, acho que eu estava muito nervosa que nem percebi a sua presença.

-Eu... estou. -Digo pausadamente, parecia que tinha engolido um mosquito.

-Não acredito que aquela vaca achou que podia ofender a gente. -Alicia havia se jogado em um pequeno sofá, olho para Aleandro que estava parado em um canto da sala encarando tudo.

-Ela é mesmo namorada dele? -Alê pergunta e Alicia revira os olhos.

-Obvio que não, viu como ele tratou ela. -Ela diz. 

Eu ouvia o que eles falavam, ouvia cada palavra, mas era como se não conseguisse pronunciar uma só palavra, eu estava parada no meio daquela sala observando cada movimento deles, mas não conseguia me mexer, minhas pernas não me obedeciam e eu sentia meu corpo tremer, mas sabia que não estava tremendo, eu sentia frio, muito frio, mas não estava, eu não sabia como poderia saber disso, mas eu sabia.