𝑶 𝒊𝒎𝒑𝒐𝒔𝒔𝒊́𝒗𝒆𝒍 - Gabigol

07.

-Eu não acredito que ele me viu assim. -Digo assim que chego no nosso quarto na pousada e me olho no espelho, parecia que eu tinha levado um soco no rosto, foi quase, mas eu estava horrível, minhas olheiras estavam roxas e escuras, e meu nariz, meu Deus.

-Ele? O Gabigol? -Aleandro pergunta.

-Desde quando se importa? -Alicia pergunta se jogando na cama, ela ainda estava usando a mesma roupa, suada.

-Sai daí. -Digo indo até ela que sai de cima da cama murmurando. -Eu não me importo, mas querendo ou não ele é o Gabigol né.

-Eu ainda não entendi da onde você conhece ele, tipo -Alicia começa a tirar seus brincos -Ele é famoso, só anda em lugares caros, em que momento você encontrou ele?

-E outra, como ele sabe onde a gente está hospedados? -Aleandro que antes estava encostado em um dos armários, agora está sentado na beirada da cama tirando seu tênis.

-Mas que coisa, eu não devo nada pra vocês não. -Digo e sinto uma leve pontada no rosto, ainda estava extremamente sensível.

-Ai meu Deus! -Alicia diz se aproximando de mim. -Naquele dia que você saiu, disse que ia passear...

Puta merda.

-Deu pra ele. -Ah não.

-Mas que linguajar é esse garota. -Digo tentando tirar meu tênis sem baixar a cabeça.

-Você não negou. -Aleandro diz se levantando assustado.

-Gente, por favor! -Digo me virando para os dois que tenho certeza, estavam pensando muitas besteiras. -Eu conheci ele naquele dia, mas não foi assim seus idiotas.

-E como foi? -Alicia volta a deitar na cama e eu apenas reviro os olhos. -Desembucha.

-Vocês lembram que eu cheguei machucada?

-Meu Deus, eu imaginava ele violento, mas nesse nível! -Alicia só abre a boca pra falar besteira.

-Eu não fiquei com o Gabriel. -Digo pausadamente. -Ele quase me atropelou, eu caí no susto e me machuquei, ele me trouxe pra casa, e o Fabinho estava junto, por isso na festa ele me reconheceu e me chamou pro camarote.

-Que? -Aleandro é o primeiro a dizer.

-Eu preferia que tivesse dado pra ele... -Alicia de novo só abre a boca pra falar besteira.

-Dá pra você parar de falar isso. -Repreendo.

-Cara você quase foi atropelada? -Reviro os olhos e confirmo com a cabeça, eu nem queria mais falar sobre isso.

-Esqueçam isso, tenho uma notícia pra dar. -Digo me sentando na cama, estava começando a sentir mais dor, acho que preciso descansar.

-Você quase morreu... -Alê insiste no assunto, mas interrompo ele.

-Gabriel disse que vai me compensar no próximo jogo. -Digo e sinto que eles entenderam errado pela cara de felicidade de Alicia e a de desgosto do Alê. -Não desse jeito imbecis.

-Não era pegando a minha irmã que eu queria conhecer o Gabigol. -Ele diz com uma das mãos no peito.

-Vamos assistir o próximo jogo no Maracanã, em um camarote que ele vai nos ceder. -Digo ignorando Alê que abre o maior sorriso no rosto.

-Espero que ele continue pegando você! -Aleandro diz na maior felicidade.

-Ai meu Deus! -Me deito devagar, estava realmente doendo mais agora, mas preciso revirar meus olhos ouvindo isso. -Ele vai mandar buscarem a gente, provavelmente acha que somos duros.