Elisa narrando
Era por volta de umas 22:00 quando Violetta começou a chorar.
Me levantei rapidamente da cama e fui para o quarto da mesma.
Assim que entrei vi a mesma chorando no berço. Logo a peguei no colo e ela parou de chorar.
- Ei principessa. Por que chora tanto?- Pergunto encarando seus lindos olhos azuis.
Fico balançando ela em meu colo, mas nada de dormir.
Suspirei com sono.
Me lembrei que quando mais nova no orfanato, quando os recém nascidos começam a chorar no meio da noite Mia madre cantava para os mesmos, a voz suave a a música lenta os acalmava e o sono vinha.
Quando ela ou outras monitoras estavam dormindo e algum bebê chorava eu fazia o mesmo que ela, cantava para eles. Fazia isso toda noite para não acordá-las, afinal, era cansativo cuidar de várias crianças durante o dia e madrugar com os recém nascidos a noite.
Com essa lembrança eu canto para Violetta.
- Brilha linda flor
Teu poder venceu
Traz de volta já
O que uma vez foi meuCura o que se feriu
Salva o que se perdeu
Traz de volta já
O que uma vez foi meu
Uma vez foi meu- Canto a música da Rapunzel. Minha princesa favorita.
Quando olho para a mesma ela já dormia calmamente em meus braços.
Coloco Violetta em seu berço e a mesma resmunga um pouco mas não acorda.
Em silêncio eu saio do quarto e volto para o meu.
[...]
Acordo com o despertador e novamente repito minha rotina de ontem.
Assim que me arrumo desço para a cozinha e tomo um café preto. Em seguida eu vou para o quarto de Enzo, apelido que dei a ele.
- Lorenzo- O chamo me agachando ficando na mesma altura que a cama.
Ele nem se mexe.
- Enzo, hora de acordar- Falo mexendo em seu bracinho.
Nada.
- Vamos, levante- Digo acariciando seus cabelos.
- Eu tô com sono lisa- Resmunga sonolento.
Lisa foi o apelido que ele me deu.
- Olga fez um café da manhã delicioso...panquecas com mel, suas preferidas- Falo e no mesmo instante ele me olha.
Me levanto e sento na ponta da cama. Logo ele se levanta e senta no meu colo como ontem.
Fico fazendo carinho em suas costas conversando com o mesmo, para ele ir despertando.
Quando finalmente acordou foi lavar o rosto enquanto eu separava seu uniforme.
O ajudei a se trocar e logo descemos para a sala de jantar.
Na mesa estava presente o senhor Bianchi e ao seu lado em pé, dona Emília.
- Bom dia- Digo aos dois.
Somente a senhora me responde, o nojento não disse nada.
Lorenzo também disse bom dia, mas o pau no cu do pai dele também não respondeu.
Sou uma pessoa bem paciente, não me estresso com facilidade, mas esse homem por nome de Leonardo Bianchi, vulgo meu chefe, já está tirando meu juízo.
Não sei o problema que ele tem com os filhos, pois não dá o mínimo de atenção a eles. Também não sei seu problema comigo, pois desde ontem depois do almoço ele repele a minha presença.
Ontem na janta, ele simplesmente brigou comigo por estar segurando Violetta enquanto ele é Lorenzo comia.
Eu só estava fazendo o meu trabalho!!
Respiro fundo e guardo toda a minha raiva por esse orco ( ogro ).
[...]
Depois do almoço eu levo Lorenzo para sua brinquedoteca, uma sala no primeiro andar onde tem seus brinquedos e suas coisas de desenhar.
- Lisa, olho o desenho que eu fiz- Diz Enzo me mostrando seu desenho de um carro.
- Nossa, que lindo!- Elogio o deixando envergonhado- Gosta de carros?- Pergunto puxando assunto.
- Sim, o meu preferido é a Ferrari- Fala enquanto faz outro desenho.
- Sério, por quê?- Pergunto desenhando uma flor.
- Por que é o carro preferido do meu papa- Diz simples.
Aquele resposta me matou.
Ele não falou do modo triste ou melancólico, mas sua explicação me fez sentir mais raiva do senhor Bianchi.
Aquele orco passa o dia em casa mas não vem ver o filho, nem ver interagir com o mesmo. E isso também acontece com Violetta.
Eu entendo que ele tem uma babá para cuidar dos filhos, mas isso não tira seu papel de pai.
Lorenzo sente falta de ter um pai presente. Ele é um amor de pessoa, não merecia esse gelo que o orco lhe dá.
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Mais que uma babá
RomanceElisa Rossi é uma jovem órfã de pai e mãe, que nasceu em Roma na Itália, e viveu em um orfanato até seus 16 anos, quando foi adotada por uma das monitoras do orfanato "Angeli di Santa Lucia" . A mulher de 26 anos é Psicóloga infantil. Se formou a p...