Encaro meu chefe parado ao meu lado. O mesmo tinha uma expressão neutra no rosto, sem deixar escapar qualquer emoção.
- E então?- Pergunta me encarando- Quer falar alguma coisa?-
- O senhor já sabe tudo que io penso, escutou a conversa e está ciente que eu amo tanto seus filhos que faria qualquer coisa por eles- Falo encarando seus olhos.
Não vou desmentir tudo que falei com a minha mama, afinal ele já escutou tudo.
Além de ser uma psicóloga infantil, também fui órfã, tanto de pai quanto de mãe, por isso eu sei a importância da responsabilidade afetiva com as crianças. Vi inúmeros casos de abandono afetivo e jamais irei querer que meus pequenos passe por isso.
- Voi existe Elisa?- Pergunta me fitanto.
Ta drogado orco?
Arqueio uma das sobrancelhas mostrando confusão.
-Voi é uma boa pessoa, me ajudou com os meus filhos, cuidou de problemas que non eram seus por Lorenzo e Violetta, non deu em cima dos meus irmãos, non maltrata meus filhos, ao contrário, voi os defende com unhas e dentes, e mesmo conhecendo um pouco do caos da família Bianchi está disposta a assumir uma responsabilidade que non é sua- Explica arregalando os olhos- Pergunto novamente, voi é real ou é um robô criado pela a minha madre para cuidar da minha famiglia?!-
Pisco repetidamente em busca de palavras para dizer depois disso.
- O que quer dizer com isso senhor Bianchi- Me olha feio.
- Leonardo- Me corrigi.
- Foca na conversa- Imploro não sabendo mais contratar meus sentimentos.
TPM chegando
- O que quero dizer Elisa, é que desde o começo voi foi mais que uma babá e sinceramente, io non poderia ser mais grato por isso...jamais irei afastar as crianças de voi, Elisa voi foi a melhor coisa que já aconteceu na vida dos meus filhos- diz sentando na minha frente.
Não preciso nem dizer que já estava chorando feito um bebê.
- Non posso mudar os sentimentos que o Lorenzo tem por voi e fico extremamente aliviado por voi sentir o mesmo- Seco as lágrimas com as costas da mão- Fiquei surpreso pelo que o Lorenzo disse no jantar, apesar de saber do carinho que voi tem por ele e por Violetta, io non queria te dar uma responsabilidade que non é sua, mas se voi quiser assumi-la io non serei contra- Mal termina de falar e eu me jogo em seus braços o abraçando.
- Obrigada Leonardo- Agradeço em meio ao choro.
Ele nos separa mas não se afasta. Limpa minha lágrimas com suas próprias mãos, de maneira leve e delicada.
- Obrigado voi por cuidar e amar tanto os meus filhos- Sorri verdadeiro mostrando uma covinha na bochecha esquerda.
Me puxa para um abraço novamente só que dessa vez com o queixo apoiando no topo da minha cabeça.
Era uma sensação incrível, não só o abraço, mas a conversa que tivemos tirou um peso das minhas costas.
A última vez que fiquei tão agoniada assim foi quando eu fui embora do orfanato e tive que deixar Sophia para trás. A dor de pensar em deixar os pequenos é igual a que senti naquele dia.
Amo essas crianças. Sophia, Lorenzo e Violetta são meus filhos de coração.
Fiquei perdida no tempo em meio aquele abraço caloroso que nem sei quanto tempo ficamos daquele jeito.
- E que história é esse de orco dona Elisa?- Pergunta sério.
Uma crise de riso me atinge e eu não consigo parar, apenas me contorço de tanto rir enquanto o mesmo me encara sério.
- Orco? Sério? Eu sou tão ruim assim?-
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Mais que uma babá
RomanceElisa Rossi é uma jovem órfã de pai e mãe, que nasceu em Roma na Itália, e viveu em um orfanato até seus 16 anos, quando foi adotada por uma das monitoras do orfanato "Angeli di Santa Lucia" . A mulher de 26 anos é Psicóloga infantil. Se formou a p...