Mais que uma babá

Capítulo 52

‐ Tantos dias olhando das janelas
Tantos anos presa sem saber
Tanto tempo nunca percebendo
Como tentei não ver?
Mas aqui, a luz das estrelas
Bem aqui, vejo o meu lugar
Sim, aqui consigo sentir
Estou onde devo estar

Vejo enfim a luz brilhar
já passou o nevoeiro
Vejo enfim a luz brilhar
Para o alto me conduz
E ela pode transformar
de uma vez o mundo inteiro
Tudo é novo pois agora eu vejo
É você a luz.

Canto baixinho enquanto Violetta lutava contra o sono.

Já se passava das 23:00 e minha menina não aceitava dormir, então tive que apelar para a cantoria.

-Tantos dias, sonhando acordado
Tantos anos, vivendo a vida em vão
Tanto tempo nunca enxergando
as coisas do jeito que são
Ela, aqui,à luz das estrelas
Com ela aqui, vejo quem eu sou
Ela que me faz sentir que eu sei pra onde vou

Vejo seus olhinhos se fechando lentamente ao som da canção.

- Vejo enfim a luz brilhar
já passou o nevoeiro
Vejo enfim a luz brilhar
Para o alto me conduz
E ela pode transformar
de uma vez o mundo inteiro
Tudo é novo pois agora eu vejo
É você a luz
É você a luz

Assim que termino a canção de enrolados, minha filha dorme calmamente em meus braços.

A levo até seu berço e a coloco delicadamente no mesmo. Antes de sair dou um beijo em sua testa.

‐ Mamma te amo muito.

Saio de seu quarto ligando a babá eletrônica e vou até o meu.

Cansada e feliz ao mesmo tempo, me deito na cama com Sofia ao meu lado dormindo serenamente.

Amanhã ele e minha mãe voltariam para Bolzano logo de manhã, então passei o dia com as duas e agora dormiria com a minha pequena.

[...]

Bufo silenciosamente me levantando da cama.

A conversa que tive com minha mãe não saia de minha cabeça.

É Leonardo pra cá, Leonardo pra lá,

Estou farta da minha mente pensar nesse orco e do meu coração bater mais rápido toda vez que lembro de seus lindos olhos.

Irritada eu pego meu casaco, luvas e minhas botas.

Precisava espairecer.

Deci as escadas sem fazer barulho e pelas portas do fundo eu fui até o quintal, que estava coberto de neve.

Depois de limpar o banco eu me sento no mesmo. E fico ali, pensando sobre tudo.

Estou feliz com a minha vida. Tenho meus filhos comigo, minha mãe e meus amigos.

Não quero mais problemas, estou cansada de resolver cinco mil problemas e ter apenas um dia de descanso. Me relacionar com qualquer pessoa já me daria trabalho, imagina com Leonardo.

E se um dia terminarmos?

Como ficaram as crianças?

Perguntas assim fritavam todos os meus neurônios.

A

s palavras de minha mãe me despertava uma vontade insana de ir até aquele orco e dizer o quanto ele mexe comigo e lhe tascar um beijo... Mas todas as ações tem consequências, sejam boas ou ruins.

Depois de tantos acontecimentos na minha vida, eu tinha medo de nos acontecer algo ruim e além de nós dois sofrermos teríamos que lidas com os pequenos.

Suspiro triste.

‐ Consigo ver sua engrenagens queimando de tanto pensar- Diz o meu problema ambulante se sentando ao meu lado.

Apenas lhe dou um simples sorriso e volto a olhar para a paisagem.

Ouvi seu suspiro e logo o mesmo se pronunciou.

- Vai ficar ou vai fugir?- Encaro o mesmo.

Na lata mesmo?

- Non sei- Sou sincera- Io quero ficar, mas minha mente me manda fugir.

- Por que sua mente quer que voi fuja?- Pergunta me analisando.

- Para io non me machucar de novo.

Dois minutos em silêncio, até Leonardo dizer:

- Tem medo de afetar as crianças de forma negativa né?- Assinto deixando uma lágrima escapar.

Dói tanto, me sinto como em uma corda bamba.

- Óbvio que temos que pensar em nossos filhos, mas non pode se fazer de tudo pelos outros, Elisa. Tenho certeza que a única coisa que voi fez nessa vida, pensando em voi foi ter se tornado mãe de Lorenzo e Violetta- Penso e avalio minha história.

Realmente, fiz pouquíssimas coisas por mim, sempre busquei ajudar aos que estão em minha volta, os colocando como prioridade em minha vida.

Sinto meus olhos arder e um bolo se formar em minha garganta.

O que eu faço?!

Sinto Leonardo se aproximar e me puxar para seus braços.

Seu abraço me acalmava, me dava paz e o sentimento de proteção.

E então me lembrei da frase da minha mãe.

Vai deixar para dizer o que sente quando non tiver mais jeito para vocês dois?

Eu quero ser feliz, quero viver a minha vida com quem eu amo.

Suspiro decidida.

Prefiro me arrepender de ter feito algo, do que não fazer e viver com aquela maldita pergunta "e se?".

Me afasto de Leonardo e o encaro. Seu semblante era de preocupação e medo, mas isso não o fazia ficar menos atraente.

Sem dizer nada eu seguro seu rosto e o beijo.

Um beijo casto, quente e significativo.

Eu já tinha feito a minha escolha

Leonardo coloca sua mão em minha cintura me puxando mais para si.

Quando a falta de ar chegou, nós nos separamos deixando nossas testas coladas e ficamos ouvindo a respiração um do outro.

- Prometo te fazer feliz e fazer de tudo para que voi non se machuque- Susurrou baixinho.

Sorri com suas palavras

- Acredito em voi...orco- Deposito um selinho em seus lábios enquanto escuto sua risada.

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Pronto!!!

Satisfeitas?!

Fui uma luta fazer esse capítulo, juro