Capítulo 26

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O senhor Bianchi chamou Alessandro para nos auxiliar sobre o que fazer nesse momento.

Ele ficou uma fera quando contamos o ocorrido, tenho certeza que se ele não fosse advogado, teria ido dar uma surra no Jonathan.

- Acho melhor io e o Leonardo ir na escola amanhã para saber quem é os pais da garotinha e contar a eles, depois chamar a polícia e ir com eles na escola e ver as câmeras de segurança- Alessandro fala enquanto anda pelo escritório.

Faz mais de 1 hora que eu estou agoniada para sair daqui. Meu peito está apertado e eu não consigo dizer nada, pelo nó que se formou em minha garganta.

Queria chorar e gritar de raiva e tristeza.

Odiava essa situação, odiava pensar no que essa menininha passou, odiava me sentir tão impotente, odiava relembrar dos momentos no orfanato e odiava imaginar que isso poderia acontecer com Sophia.

- Elisa, está tudo bem?- Perguntou Leonardo, tirando o foco da conversa para mim.

- Só... é um assunto...triste- Digo sem olhá-lo.

Meu chefe não diz nada e volta a falar com seu irmão, mas vez ou outra eu sentia seu olhar sobre mim.

Eles conversaram mais um pouco sobre como seria o processo, se teria chances do Jonathan ser preso amanhã, etc.

Tive que sair da sala quando o babá eletrônica soou e Violetta acordou.

Entro no quarto da mesma e pego ela do berço.

Não consegui segurar algumas lágrimas que rolaram por meu rosto.

Sentia uma tristeza muito grande, não sabia o que fazer para ela passar.

Acho que Violetta notou isso e se aconchegou em meu peito, ficando bem quietinha com as mãos juntas.

‐ Deixe ela comigo e vá descansar- Disse Emília na entrada do quarto.

- Non precisa, posso ficar com ela- Digo de vagar para não gaguejar.

- Io insisto, voi non está bem, da para ver em seu olhos querida- Fala pegando Violetta de meus braços.

- Obrigada- Sussurro saindo do quarto.

Sigo o corredor e vou para o quarto, pego o celular e vou para o banheiro.

Pensei que um banho e uma música legal poderia me ajudar a acalmar, mas estava enganada.

Assim que liguei o chuveiro e entrei, as lágrimas desceram sem parar, não consegui segurar os soluços. Eu só queria gritar ou fazer algo que alivia se a dor no meu peito.

A música animada que tocava, deixava a cena mais triste.

Aos poucos vou escorregando na parede até chegar ao chão, abraço meus joelhos, sem me importar com a água molhando meu cabelo e choro.

Choro como não chorava a anos. Em minha mente se passava cada lembrança do antigo diretor do orfanato...conseguia escutar sua voz dizendo coisas nojentas para mim.

" Calam querida, não vai doer nada"

" Está bellíssima nesse vestido azul Elisa, sabia que azul é minha cor favorita?"

" Non conte a ninguém o que aconteceu aqui ouviu?!"

" Engula o choro, se não farei pior da próxima vez"

" Se non fizer o que io mando, vou levar Sophia para o meu escritório, e voi sabe que io cumpro com as minhas palavras"

" Seja uma boa menina e me obedeça Elisa"

" Sei così dolce"

Não aguentando mais essas lembranças, eu termino o banho rapidamente, saio do banheiro, visto uma roupa leve e me deito na cama com a esperança que o sono me nocautei e esse dia acabe.

Mas infelizmente isso não acontece.

Novamente eu volto a chorar, a dor no meu peito é tão grande que eu me encolho na cana, em posição fetal, me sentindo totalmente vulnerável.

Fazia anos que isso não acontecia, mas o que Lorenzo falou assinou um enorme gatilho.

Mais que uma babáOnde histórias criam vida. Descubra agora