"O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você."
Dois dias depois...
Linda notou que a porta do prédio estava aberta e estremeceu. Pensou em chamar a polícia, mas disse a si mesma que tinha de controlar a imaginação. Talvez houvesse sido apenas um descuido de um dos moradores. Temerosa, empurrou a porta com cuidado e entrou no saguão escuro.
— Está chegando um pouco tarde, não é? Sabe que você me deixou te esperando por mais de duas horas.
A voz veio de perto da escada, e Linda levou a mão à boca para sufocar um grito. Uma silhueta escura emergiu das sombras e caminhou em sua direção. Ela retrocedeu alguns passos, mas a parede bloqueou a passagem. Com mãos trêmulas, procurou o interruptor, encontrou-o e acendeu a luz.
— É VOCÊ! — Gritou, sentindo que o alívio vencia o medo e transformava-se rapidamente em raiva.
— Em carne e osso. E quem poderia ser alem de mim? Indagou com curiosidade.
— Quase me matou de susto! Como conseguiu entrar?
— Sua vizinha do primeiro andar me deixou entrar.
— A sra. Fontenelle? Mas ela nunca deixou um estranho entrar no prédio!
— Deve ter ficado emocionada com tanto romantismo...
— Vincent Parlman! O que você disse à sra. Fontenelle?
— Apenas que nós havíamos discutido e que eu queria me desculpar. Acredito que as rosas vermelhas, está caixa de chocolates e o vinho tinto também ajudaram muito para convencê-la da minha sinceridade. Sorriu satisfeito.
— E ela deduziu isso tudo graças as suas artimanhas...
— Não posso saber o que a doce senhora deduziu.
— Você provocou a maior fofoqueira da cidade! Ficou maluco por acaso?
Vendo que ele sorria mais ainda, Linda abaixou a cabeça e respirou fundo. Agora Parlman não usava mais as roupas formais que vestia durante o expediente, mas uma calça jeans desbotada e um pulôver simples e encantador, cujo decote realçava as linhas firmes do pescoço atlético. Com dificuldade, afastou as fantasias que começavam a assaltá-la novamente. Tinha de lembrar-se quem ele era, o que queria, e não deixar-se envolver por aquela onda de desejo e sensualidade.
Vincent também perdia-se em pensamentos. Como ela reagiria à sua visita? Pelo menos não o expulsara... ainda. Já o pusera para fora dias atrás, e com uma facilidade surpreendente ele acabou obedecendo. Por outro lado... ele a envergonhara diante de seus empregados e, portanto, fizera por merecer.
Linda estava mexendo demais com a sua cabeça e não era somente com uma.
Mas ao lembrar da doçura de seus lábios e do calor do corpo colado ao seu, não conseguia arrepender-se por tê-la beijado. A única coisa que lamentava era o fato de não poder beijá-la novamente... muitas outras vezes.
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IMPERFECT - Série Pecados Capitais - Livro VI
RomanceIMPERFECT Como Linda poderia enfrentar um empresário frio e ganancioso? Nunca, prefiro vender minha alma ao diabo, gritou Linda Chandler, furiosa, ao ouvir a proposta de Vincent Perlman, para comprar sua empresa. Porém, ele não se abalou com a negat...