Capítulo 18

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"O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você."

Vincent viu Harlan esconder-se atrás do microônibus do orfanato e seguiu na mesma direção, aproximando-se lentamente para não assustá-lo

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Vincent viu Harlan esconder-se atrás do microônibus do orfanato e seguiu na mesma direção, aproximando-se lentamente para não assustá-lo.

— Não gostou da conversa?

— A conversa estava legal.

— Algum problema? Eu notei que você saiu correndo... quando Linda falou sobre a gráfica Record.

Lan empalideceu novamente. Vincent permaneceu em silêncio, estudando as reações do garoto. A tensão era evidente nos ombros pequenos e seus olhos moviam-se de um lado para o outro, evitando encará-lo.

De repente, como se não suportasse mais a angustia, o garoto disse em voz baixa.

— Desculpe. Eu não devia ter feito aquilo, mas mamãe precisava do dinheiro e...

— Não devia ter feito o que, Lan?

— Eu recebi cinquenta dólares para pichar a porta e dentro da gráfica Record. Se eu quebrasse algumas máquinas ou mesmo as janelas ganhariam um adicional. Mas não tive coragem o suficiente para fazer o que me mandaram.

Vincent sentiu o coração disparar dentro do peito e respirou fundo, contendo a onda de raiva e a vontade de esmagar alguém. Não aquele pobre menino, mas o adulto que havia pago para que agisse fora das normas, a mesma pessoa que tentava prejudicar Linda e ele.

— E também sinto muito pelo caminhão.

— Que caminhão, Lan?

— O da gráfica Record. Ele não vai funcionar, porque eu pus açúcar no tanque de gasolina dois dias atrás.

— Quanto recebeu por isso?

— Mais cinquenta... Minha mãe precisava desse dinheiro.

— Quem pagou pelos serviços, Lan?

— Não sei. Estava escuro nas duas vezes em que encontrei o cara, e não consegui ver o rosto dele.

— E como conheceu esse cara?

— Ele estava esperando perto da saída do meu antigo colégio. Foi na primeira semana que fugiu da escola.

— Está dizendo que ele estava esperando por você?

— Eu não sei. Nunca vi aquele sujeito antes...

— O que pode me dizer sobre ele?

— Ele tem uma voz estranha, áspera, como se fumasse muito. Ah, e dirigia um Chrysler Cruiser de cor escura.

— Não se lembra de mais nada?

— Não... É pouco, não é?

— É o suficiente. Você foi muito útil, Lan. Obrigado.

IMPERFECT - Série Pecados Capitais - Livro VIOnde histórias criam vida. Descubra agora