IMPERFECT
Como Linda poderia enfrentar um empresário frio e ganancioso?
Nunca, prefiro vender minha alma ao diabo, gritou Linda Chandler, furiosa, ao ouvir a proposta de Vincent Perlman, para comprar sua empresa.
Porém, ele não se abalou com a negat...
"O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você."
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Depois de uma discussão mais empolgada, Vincent perguntou.
— Você é sempre tão teimosa?
— Meu pai diz que eu sou endiabrada, mas é exagero. Que culpa eu tenho se sou a única filha que ele não consegue intimidar?
— Intimidar? Então ele é um monstro!
— Não. Papai apenas age de acordo com suas convicções de militar aposentado.
— Algumas pessoas costumam dizer que os militares são verdadeiros monstros em casa. Seu tio também era um militar?
— Não é verdade. Papai só não sabe o que fazer com todas aquelas filhas... e meu tio era completamente diferente na verdade.
— Filhas?...
— Quatro. E para completar, também só teve netas. Cada uma de minhas irmãs teve três filhas.
— E sua mãe?
— Mamãe tem um temperamento semelhante ao meu. Minhas irmãs são todas comportadas, parecidas com papai.
— Então encontrei a irmã certa! — Disse, pegando a mão dela e levando-a aos lábios.
Com o coração disparado, Linda levantou-se depressa e começou a recolher os pratos, sentindo o rosto quente e vermelho. Por que sempre reagia como uma adolescente diante daquele homem?
— Você lava a louça e eu enxugo. — Sugeriu Vincent.
— E por acaso você tem experiência com louças?
— É claro que sim! Eu não nasci em berço de ouro, sabe? E por um tempo tive que aprender a me virar sozinho.
— Não, eu não sei. Na verdade, não sei quase nada a seu respeito.
— Não tenho muito o que contar. Tenho trinta e três anos, nasci aqui mesmo e, graças a uma grande habilidade nos esportes, consegui terminar meus estudos — e encolheu os ombros, como se nada daquilo tivesse importância. Mas a tristeza em sua voz indicava que ainda havia muito a ser dito. — Durante as férias de verão eu trabalhava nos mais diversos lugares, inclusive em restaurantes. Meus pais eram amorosos e me ensinaram muito. Eles tinham um pequeno comércio... E sabe o que eu fazia? Lavava pratos. Não há muito mais o que dizer. O resto você pode ler nos jornais.
Linda sabia que ainda havia muito o que descobrir sobre Vincent Parlman, mas era discreta o bastante para não fazer perguntas.
Pelo canto dos olhos, viu que ele enxugava os pratos com movimentos lentos e seguros. Uma parte dela preferia que fosse mais desajeitado, que não tivesse movimentos tão sensuais e graciosos, capazes de provocar a confusão que a invadia.
E então, como se pudesse ler seus pensamentos, Vincent aproximou-se e abraçou-a, beijando-a delicadamente na nuca.
— Pare com isso! — Disse ela. — Você já jantou e eu não estou disposta a ser a sobremesa.
