IMPERFECT
Como Linda poderia enfrentar um empresário frio e ganancioso?
Nunca, prefiro vender minha alma ao diabo, gritou Linda Chandler, furiosa, ao ouvir a proposta de Vincent Perlman, para comprar sua empresa.
Porém, ele não se abalou com a negat...
"O segredo é não correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você."
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Linda foi até o escritório, o único aposento da casa pelo qual não se interessara antes. Era um local amplo e contraditório, que combinava com o temperamento de Vincent. A mesa de trabalho ficava no canto mais afastado da porta, e do outro lado havia uma mesa de bilhar. Um alvo de dardos havia sido colocado em uma das paredes e uma enorme estante continha todos os objetos necessários às atividades da sala, desde livros e folhas de papel, até tacos e dardos.
Enquanto discava o número da gráfica, pensou em desafiar Vincent para uma partida de bilhar. Costumava jogar bem na época de colégio, e talvez ainda pudesse denotá-lo.
Seria muito engraçado...
— Olá, Jeany. Sou eu.
— O que houve? Você está rindo?
— Apenas relembrando os velhos tempos. Posso falar com Dean?
Linda discutiu alguns assuntos urgentes com o gerente da gráfica e desligou.
Quando voltou à sala, Vincent estava parado perto da porta de vidro, olhando para o terraço externo, e Linda imaginou se estaria sofrendo com os mesmos conflitos que a afligiam. Chegara ali furiosa, pronta a julgar e condenar, e agora sentia-se calma e confiante.
— Dean perguntou se eu já havia acabado com você. — Disse, atraindo a atenção dele.
Com um sorriso franco, ele virou-se, nesse momento Linda notou o quanto Vincent parecia estar esgotado.
— Você vem acabando comigo há muito tempo.
— É mesmo? Então preciso me apressar e acabar o serviço de uma vez.
Os dois riram e Vincent pensou no dia em que haviam se conhecido. Desde que fora procurá-la em seu escritório, não conseguia pensar em outra coisa.
E no entanto, tinha de pensar nos negócios. O fato de estar fascinado por ela não significava que podia esquecer seus objetivos. Tinha de tentar mais uma vez... duas... quantas fossem necessárias, até conseguir aquele prédio. Até finalmente acabar com as lembranças que o atormentavam...
— Linda, e se encontrássemos um novo lugar para a sua gráfica? Um melhor do que aquele prédio onde você está instalada? — Perguntou com tom casual, iniciando uma nova tentativa.
— Não existe um lugar melhor que aquele.
— Deve haver ao menos uma dúzia melhor que aquele prédio na verdade.
— Ah, pare com isso.
— Não, pare você com isso! — Exclamou Vincent, perdendo a paciência. — Quer saber o que eu penso? Sua família não se interessa pelo negócio que seu avô começou, ou o seu tio adorado fingiu construir... Você não sabe de nada! E ainda por cima você acha que tem obrigação de se interessar no lugar deles. Um caso típico de lealdade mal empregada... e uma boa maneira de evitar relacionamentos de verdade.
