Nunca é um Adeus

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Hannah já havia chegado com os ingressos. Ela sorria de forma alegre, como se estivesse imersa na felicidade. Ela encolheu os ombros de forma descontraída.
O clarão do sol aos poucos foi desaparecendo, e agora, era um véu azul nos céus, assim como ouvíamos os últimos pássaros cantando. O vento passava pelas folhas das árvores, e o calor do dia se tornava mais fresco. O ar estava repleto de uma sensação de paz, como se fosse a calmaria após um sol fervilhante.

— Vamos vai, se anime! Juro que vai ser legal — A garota falava colocando a chave na ignição. Era um som suave mas claro que rompeu a calmaria. O relâmpago do motor logo se seguiu, e um pequeno escurecimento do motor parecia estar acontecendo ao mesmo tempo. As peças do carro pareciam entrar em movimento, e o veículo começou a vibrar, alguns segundos antes de soltar um som mais alto, um gemido do motor que vinha aquecendo aos poucos.

— Por a caso já foi em um show deles e eu não estou sabendo? — A voz foi aguda, com um pouco de força, e não perdia o sarcasmo.

— Não! Mas eu sei desfrutar de cada momento da vida enquanto ainda posso! — Já dizia ela na estrada. Enquanto conduzia, eu via o sol se pondo, através das árvores e da paisagem que passava. O reflexo do sol no vidro do carro era tão forte que me cegava um pouco, até que eu me limpei a face com a manga da camisa.

A brisa fresca e a paisagem passada me permitiram relaxar um pouco. Ao meu lado, Hannah segurava firmemente o volante e fazia umas observações sobre as casas e as construções nas estradas. Ao mesmo tempo que conversava comigo, ela comandava a música do carro, e até cantava.

O vento fazia as roupas dela balançarem, e o cabelo dela soprava, formando uma grande nuvem preta ao redor da cabeça dela. A face dela estava totalmente encantada, e eu via o brilho nos olhos dela ao olhar em volta. Por um momento, eu via que ela estava feliz, estava sentindo a vida. Eu poderia facilmente me perder em sua beleza, ela era apaixonante.

O céu estava pintado de um vermelho-rubro, com um laranja-garrido perto das nuvens, e o clarão do sol fazia a vista ficar ainda mais bonita. O som dos pássaros cantando se misturava com a música tocando no carro, e tudo me fazia sentir uma sensação de paz, como se nada fosse real, como se tudo fosse só uma fantasia.

— Cara, estou ansiosa para isso, a banda que vai tocar é realmente incrível! Você vai gostar muito — Ela me disse, me colocando mais ânimo.

Quando nos aproximávamos do local do show, ela parecia mais excitada.
O local do show estava em um parque ao ar livre, com um céu noturno completamente adornado de estrelas.

Chegando no local, estacionamos o carro, e fomos até o caixa de entrada, onde a fila era enorme. A multidão era enlouquecida, e parecia que todos estavam empolgados com o show.
Havia diversas garotas gritando. Era meio insuportável estar alí.
O ar estava fresco, as pessoas falavam animadamente e eu sentia um calor convidativo naquele ambiente. A adrenalina estava no auge.

Após um tempo de espera, a fila começou a andar, e nós fomos até o local do show.

— Sério que pagou a mais para ficarmos aqui? — Eu dizia encostada na grade a onde à frente era a boca do palco .

— Sim, melhor experiência! — Logo depois dela ter se pronunciado veio um silêncio estrondoso. O show estava prestes à começar

Era uma pista enorme, e no meio dela havia um palco com os instrumentos musicais, dando em destaque a uma bateria que estava no centro. Havia uma única guitarra junto ao um baixo, e um microfone em pé, e as pessoas se empolgavam cada vez mais.
Uma luz branca, porém fraca, se fez presente no palco, junto à uma névoa que se sobressaia do chão.
Quando os garotos respiraram naquele lugar, já foi um motivo para que todo aquele silêncio se quebrasse.

Vícios  |Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora