Proposta

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— Este carro é seu? — Perguntei adentrando no veículo

— Não, é de Georg, mas não conte a ele — Ele colocava a chave na ignição. Tom acelerou e saímos rapidamente do estacionamento.

— Ok... se você pediu que não contasse, não vou contar — Falei me ajeitando no carro

— Qual é o seu endereço? — Ele perguntou mexendo na estação de rádio

— Prefiro ir de a pé do que te passar! — Murmurei. Não sabia dizer se era verdade as minhas palavras, ou se eu estava somente zuando

— Eu não tenho todo tempo do mundo, ou você me passa, ou você realmente vai de a pé! — Ele me olhou nos olhos com um leve sorriso, mas não um sorriso amigável. Ele estava falando sério!

— Credo! Acordou de mau humor foi?— Falei passando o endereço — Pelo menos você não tem três picas desenhadas na sua cara! — Me olhei pelo espelho do retrovisor esfregando o meu rosto, em uma tentativa falha de tirar o desenho

— Isso que dá conhecer os garotos! — Ele falou como se estivesse se lembrando de algo, das palhaçadas dos rapazes

— Não duvido que você seja pior! — Falei olhando para as suas mãos que segurava firmemente o volante, ressaltando as suas veias. Por que eu estava reparando nisso?

— Por que acha isso? — Tom olhou para mim com um leve ar de intriga no rosto, mas com um sorriso de humor.

— Você tem cara de que apronta! — Ele sorriu, como se estivesse lembrando de suas traquinagens

— Você também tem! — Ele olhou para mim de relance. Mas, o seu breve olhar, percorreu por todo o meu corpo em um instante

— Tenho? — Uma face de dúvida pairava sobre o meu rosto

— Sim! Você tem o ar de uma atentada, mas também tem aquele lado sério e calculista, que não deixa todo mundo enganar! Mas também não deixa de ter seu lado malicioso. Por isso foi parar no meu hotel, mas queria que tivesse parado na minha cama.

— Por que você está me julgando antes de me conhecer? — Perguntei ignorando completamente a última frase do garoto

— Então eu posso te conhecer melhor? — Ele perguntou com segundas intenções, pude sentir isso em seu tom de voz

— Pode! — Falei ao Kaulitz, já que também estou curiosa para conhecê-lo.  

— E posso te fazer uma proposta? —Tom sorriu. Parecia que ele ficava feliz por isso, já que parecia ter uma vontade grande de me conhecer melhor. Acho que ele não esperava um impacto tão grande com uma simples brincadeira.

— Pode... — Respondi meio receosa, mas, curiosa para o que iria vir

— Se eu te conhecer, e você for atentada... — Ele fez uma pausa dramática, talvez pensando melhor como colocar as palavras
Esperei ele terminar de falar, ansiosa pelo o momento.

— Ao invés de parar novamente no meu hotel, você para na minha cama?— Ele falou de uma vez, com uma tranquilidade e naturalidade, enquanto estacionava o carro

A minha boca ficou aberta. Eu estava em um estado de perplexidade, não sabendo muito bem como reagir ao comentário. Tom já estava dando um sorriso ladino de pura safadeza. Eu não estava nervosa, eu estava só... surpresa!

— Ih! Sério? — As palavras sem querer escaparam de minha boca

— Com certeza! — Ele sorriu ainda mais. Confesso que o seu sorriso já acabava comigo, imagina na cama?

— Tchau, Tom. Valeu pela carona! —
Rapidamente sai do carro antes que aquela conversa tomasse um outro rumo, e caminhei em direção a minha casa. 

— Tchau! — Ele falou. Tom me observa da janela do carro, um sorriso malicioso brincando em seus lábios. Seu olhar se desviou por um breve momento, olhando atentamente para minha casa.

— Estou feliz que você está indo embora — Eu falei, dando-lhe um olhar irônico.

— Não se preocupe, não vou perseguir você. — Disse ele, levantando as mãos em um gesto de rendição. — Você que vai vir até mim!

— Você não é tão engraçado, sabia? —  Eu respondi, incapaz de esconder um sorriso.

Fechei a porta de casa indo para cozinha. Peguei um congelado na geladeira e coloquei no microondas.
Fui até o telefone da casa, pegando e subindo para o meu quarto, discando para Hannah.

"Alô?" Alguém havia atendido, então esperei por uma resposta

"Oi Mayla" Sua voz soou suave através do telefone

"Feliz ano Novo Hannah!"  Nunca imaginei que passaria uma virada de ano sem ela ao meu lado!

"Feliz ano Novo Mayla!" Pude sentir o seu meigo sorriso do outro lado da linha

"Como está aí com a sua vó?" Tenho tantas perguntas para fazê-la, mas nunca consegui perguntar

"Bem" Ela falou curta e sutil

"Tem data prevista para voltar?" Essa era uma pergunta que eu realmente queria uma resposta

"Ainda não! Mas quando eu tiver, eu te aviso, prometo!"

"Está bem! Você tem alguma novidade?" Eu queria ficar por dentro de sua vida, mesmo com a distância

"Não. Continua tudo na mesma por aqui! E você? Tem alguma novidade?"

"Ah, sabe a banda que eu sou super fã?" Obviamente tinha sarcasmo em minha voz

"Tokio Hotel?" Ouvi a risada dela através do telefone. Como eu estava com saudades de ter o seu sorriso por perto

"Sim! Bom, eu fui comemorar o ano novo na discoteca e acabei acordando no hotel deles" Era literalmente isso, não tinha mais nada para explicar

"OI? Conta essa história direito!" A empolgação de sua voz era nítido

"Eu conheci o guitarrista da banda na discoteca, fiquei bêbada e apaguei.
Foi literalmente isso, eu estava desorientada a maior parte do tempo para te contar mais detalhes"

"Uau, Mayla! É só eu sair da sua vida que acontece tudo isso" E eu não queria que você tivesse saído

"Eles acharam que eu era a puta de Tom!" Exclamei, incrédula

"E não é?" Fiquei em silêncio por alguns segundos, procurando ironia em sua voz. Mas eu não achei, ela estava falando sério!

"Hannah!" A repreendi

"Que foi? Tudo pode acontecer vindo de você!" Ela tinha razão, não poderia negar

"Tom me deu uma carona, agora ele tem nosso endereço!" Falei com medo de levar um esporro, mas na verdade levei mais sarcasmo

"Virou amiga do guitarrista que você xingou até a 5° geração dele?" Ela riu

"Não!" Tentei fugir um pouco do rumo "Ele me fez uma proposta" Falei

"Que proposta?"

"De me conhecer melhor. Resumindo, isso acaba comigo na cama dele!" Talvez eu não deveria ter sido tão direta

"OI!? Então você realmente é uma puta do guitarrista?" Ela exclamou "Sempre soube!"

"Não, Hannah! Eu não disse que aceitei essa proposta!" Tecnicamente aceitei, mas ela não precisava saber disso

"Sei" Ouvi uma voz de fundo chamando Hannah. Isso significava que... "Tenho que ir! Tchau Mayla" Ela desligou o telefone rapidamente, antes que eu pudesse me despedir

"Tchau Hannah" Murmurei com o telefone já desligado

Voltei para a cozinha e tirei meu almoço do micro-ondas. Peguei um garfo e me sentei no sofá, já comendo. Não pude deixar de pensar na conversa que tive com Tom.
Ir parar na cama dele? Ele acha que eu sou esse tipo de garota?

Vícios  |Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora