Talvez

539 58 1
                                    

Uma hora tinha se passado e não tínhamos notícias, perguntavamos para os médicos ou enfermeiras que passavam pela gente sobre sua questão, se ela já tinha acordado; se ela estava bem; o que havia acontecido, mas todos nos ignoravam

— Senta e se acalma — Bill dizia me trazendo um copo descartável com água

— Como eu vou me acalmar, sendo que eles ignoram a nossa existência! — Digo acenando para a enfermeira que me ignora. Bill bufa

— Vocês são as pessoas que estão acompanhadas da garota? — O homem de jaleco branco se perguntou se aproximando da gente

— Somos — Bill respondia calmo e pacificamente

— Me acompanhe — Ele nos dizia e nós quatro se levantamos

— Só é permitido entrar dois de uma vez — Ele falava nos olhando

Se entreolhamos e decidimos que somente eu e Georg iria acompanhá-lo.
Ele nos levou para uma sala a onde os quartos dos pacientes eram divididos por cortinas

— Mayla Müller — Ele diz pegando uma prancheta que estava presa na cama em que a mesma estava deitada

— Ela teve uma overdose alcoólica — O homem falava enquanto preenchia a prancheta — Vocês sabem o que ela bebeu?

Olho para Georg na esperança de que ele fale alguma coisa, pois eu não fazia a mínima ideia

— Oh, foi whisky... — Ele fazia uma expressão como se tivesse tentando se lembrar de algo — Whisky de reserva— Ele completa

— Bom, normalmente whisky já tem uma boa quantia de álcool, os de reserva nem se fale — Anotava o homem enquanto fazia uma face debochada

— Como ela teve uma overdose alcoólica pelo whisky, um dos sintomas da overdose foi a convulsão. Vocês repararam em algum outro sintoma — Ele parava de anotar nos olhando esperando por uma resposta

Georg dessa vez olhava para mim esperando por minha resposta

— Bom, ela ficou gelada, muito gelada e  parecia que sentia dor — As palavras saiam de minha boca enquanto eu me lembrava da cena onde Mayla estava no chão se debatendo

— Então foi só isso — Ele anotava mais uma vez, aquilo estava me deixando nervoso

— Mas por que que ela não acordou? — Eu perguntei preocupado

— Ela usou algum tipo de substâncias? Mesmo que não tenha sido na hora, mas anteriormente. Tipo cocaína; morfina; anfetaminas

— Não senhor — Georg falou firmemente

— Nem mesmo maconha? — Os olhos dele pairavam sob mim

— Ela pode ter utilizado maconha — Afirmo rapidamente para que este interrogatório acabe logo

Mas uma vez, ele anotou, soube que as perguntas tinham acabado quando ele largou a prancheta de lado. Fui ao lado da cama olhando para mesma, vi que ela estava na tentativa de abrir o seu olho

— Doutor acho que ela está acordando — Ele chega perto da garota pegando seu estetoscópio olhando sua batida

Até que a Mayla abriu seus olhos por completo, vendo uma forte luz branca sob seu rosto, junto com três pessoa que estavam a olhar para ela

— Os batimentos estão Ok — Ele tira o estetoscópio

— Quando ela vai ter alta? — Perguntei para o médico que ainda estava alí

— Ainda hoje, mas por enquanto ela tem que descansar. Então vamos, se apressem pois vocês não tem muito tempo — Ele se retira nos deixando a sós

— Você se sente bem? — Georg perguntou indo para o outro lado da cama

— Sim — Ela diz tentando se sentar

Eu e Georg a ajudamos a se sentar para que ela converse melhor com a gente

— Se eu soubesse que você ficaria assim eu não teria deixado você beber— Gerog se culpava

— Tá tudo bem, estou melhor agora, não estou? — Mayla falava na tentativa de acalmar Georg

— Georg, você pode passar as informações pro Bill e Gustav enquanto eu fico aqui? — Dava uma desculpa para que ele nos deixasse a sós

— Beleza — Ele entende e se retira

— Você se lembra do que aconteceu? — Perguntei me referindo ao meu beijo com ela

— Talvez — Ela falava rápido e curto

Não a quis questionar mais ela, até porquê ela acabou de acordar

— Você vai querer alguma coisa?

— Vou, algum doce, estou sentindo minha pressão meio baixa — Parecia que a mesma fazia drama

— Mas é porque você acabou de acordar de uma convulsão de overdose. Mas vou ver se te trago algo— Me retiro a deixando sozinha

Vou para os corredores atrás de uma máquina de vendas e acabo me lembrando de seu "Talvez"

— Concerteza ela se lembra, como poderia esquecer de um beijo tão marcante quanto o meu — Murmuro sozinho

Vícios  |Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora