Eu Preciso de Você...

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— PORRA! — Meus olhos inconscientes ouvia alguém exclamar

Não me lembro muito bem das coisas que havia acontecido desde que eu e Tom se reconciliamos. Lembro-me de ter feito as pazes, depois fodido com Tom. No próximo dia eles saíram para resolver questões sobre a banda e me deixaram sozinha o dia inteiro, então fui a uma festa, mas não houve nada de mais, então voltei para casa e.. Heroína!
Meus olhos se abriram de uma vez, como se eu estivesse ressuscitado, ou acordado de um coma. Minhas pupilas dilatadas, como a de um gato. Ao olhar ao meu redor, eu estava no quarto de Tom, quero dizer, nosso quarto. Tinha uma colher queimada e seringas no chão. Olhei para Tom que me olhava preocupado mas ao mesmo tempo com desprezo.

— Por que você faz isso com sigo mesma? Caralho! — Suspirei fundo pelo esporro que iria ouvir — Eu tenho que contratar uma babá para você? É só a gente sair que você enfia essas porra no seu corpo! — Ele gritou comigo nervoso

Olhei assustada para ele, não estava me lembrando de muita coisa, ainda estava raciocinando

— Por que você está gritando comigo? — Disse baixo, tentando o compreender o por que disso tudo

— Foi mal, é que eu não gosto de te ver assim, usando essas drogas. Isso te faz mal, por mais que te dê prazer — Ele se acalmou e se sentou ao meu lado — Se é prazer que você procura, eu posso te dar — Ele disse deslizando a sua mão pela minha pele

— Como você consegue pensar somente em sexo? — Perguntei séria, realmente curiosa

— Tendo você ao meu lado, não tem como não pensar — Ele sussurrou em meu ouvido, fazendo minha espinha arrepiar

Obviamente eu sabia que era mentira, ele já era assim muito antes de me conhecer.

— Tom... — Sussurei e ele me olhou. Como eu amava olhar para aqueles olhos — Sem mentiras

— Desculpa... — Ele sussurrou de volta

Certamente estávamos nos lidando bem depois do nosso diálogo. Eu percebi diferença nele, e vi que ele realmente estava se esforçando para mudar.

— Eu vim te avisar que estamos de saída, mais uma vez — Ele se escorou em minha caixa torácica

— De novo? — Eu não me lembrava dele ser assim, tão... Ausente

— Sim, coisas sobre a banda! Você irá ficar bem, não é mesmo? — Ele tateava o meu seio

— Irei. Mas quando vocês irão voltar? — Eu fazia um leve cafuné em suas tranças

— Hoje mesmo! Talvez de madrugada. Não precisarei contratar uma babá até lá, certo? — Ele caçoou de mim

— Lógico que não. O mesmo serve para você! — Eu caçoei dele de volta

— Quem precisa de babá quando se tem o Bill? — Ele falou e nós caímos em gargalhadas

— Não injeta mais essas porcarias em seu corpo, pelo menos não quando eu estiver por fora! — Ele se levantou

— Está bem! Mas você realmente tem que ir nesse exato momento? — Eu queria que ele ficasse. Eu poderia ficar a tarde inteira ao seu lado

—Tenho. Até faria uma rapidinha com você, mas eu realmente não tenho como, e você sabe como Bill é! — Ele beijou o topo de minha cabeça — Tchau M&M — Ele disse antes de se retirar imediatamente pela porta

— Tchau Tom — Eu murmurei, um pouco incomodada com o que estava acontecendo

Todos já estavam lá embaixo. Tom só havia subido rapidamente para avisar que havia chegado e que já estava indo embora, mais uma vez.
Aquilo era um saco, agora eu entendo o porque de eu ter usado a heroína.

Me levantei sentindo uma dor enorme em meu peito, parecia que eu teria um enfarte.
Me apoiei sobre o criado mudo, me mantendo em pé.
Abri a gaveta da cômoda, tirando a caixa de remédios que eu guardava, tecnicamente escondia.
Cada milissegundos que passava a dor aumentava estrondosamente.
Tirei a tampa do remédio, virando tudo de uma vez, e engolindo a seco, de tanto dor que sentia.
Andei me apoiando nas paredes com dificuldade, indo até a cozinha, e pegando um copo d'água, para não me engasgar.
Virei tudo de uma vez, que nem eu havia feito com os remédios.
A dor agora estava no ápice, não aguentava mais.
Me apoiei sobre o balcão, respirando fundo, cada vez mais calmo, para tentar regular a minha respiração.
Deu certo. As dores estavam diminuindo e eu voltei a respirar normalmente.
Imediatamente, no minuto em que me senti bem, subiu um enjoo, junto com uma anciã, eu iria vomitar. Virei para o lado, sem tempo para correr ao banheiro e, vomitei dentro da pia da cozinha.
Estava tudo uma bagunça. Liguei a torneira em busca de amenizar tudo que estava acontecendo e fui para o banheiro.
Me apoiei sobre a pia acinzentada que era a do banheiro.

— Que porra está acontecendo? — Eu me perguntei enquanto prendi o meu cabelo para trás e, suspirei ao me olhar no espelho. Estava acabada

Voltei ao meu quarto pegando um outro pote de remédios qualquer, pois aquela dor estava voltando, e por incrível que pareça, mais forte do que antes.
Desmanchei o rabo de cavalo que eu havia acabado de fazer, pois agora sentia uma dor na cabeça, parecia que qualquer hora ela iria explodir.
Voltei para o corredor, me apoiando agora na patente da porta, com os remédios em minha mão.
Ouvi barulhos de chave e logo uma voz familiar começou a soar. Era Tom

— M&M, voltei! Deixei o meu telefone em cima de sua cama — A porta se fechava — Você deixou a torneira aberta? — Ele se aproximou para fechar, vendo o vômito — Mayla você está bem!? — Ele corria para o corredor dos quartos

Minha visão já estava turva. Enquanto ele corria parecia que se multiplicava.
Deslizei lentamente pela patente e caí no chão, dura. Os remédios que antes estavam na minha mão, agora estavam espalhados no chão.

— Porra, Mayla! — Ele se tacou no chão se ajoelhando ao meu lado — Você disse que não precisaria de uma babá! — Ele tentou descontrair enquanto se levantou e utilizou o telefone do hotel para discar na recepção.

— Recepção do Hotel. O quê você desejaria? — A voz da mulher soou pelo telefone

— Liga para ambulância! AGORA! — Ele desligou imediatamente se ajoelhando novamente ao meu lado

Havia espuma saindo de minha boca enquanto me estremecia.
Minha bochecha agora estava na palma de sua mão.

— Que porra de remédios são esses!?  — Seus olhos lacrimejavam, vendo o estado em que eu me encontrava

— Mayla, querida. Por favor, não feche os seus olhos — Ele disse pausadamente, respirando fundo entre as pausas

Eu já havia parado de espumar, mas não estava tendo forças para me manter acordada

— Cadê a porra da ambulância! — Ele socou o chão de raiva — PORRA! — Ele estremecia, com medo do que poderia acontecer

— Tom... — Eu o chamei com as forças que eu ainda tinha — Eu queria ter me despedido direito de você...

— M&M, me escuta. Você vai poder falar o que quiser para mim, tá bom? É só você se manter acordada

— Tom, eu... — Ele me cortou

— Só fica comigo, tá? — Sua lágrima escorreu pelo seu rosto, caindo em minha bochecha que antes era corada, e agora estava pálida

Ver Tom Kaulitz chorar era umas das coisas que eu queria de ver antes de morrer.
Não tive forças para manter os meus olhos abertos, então os fechei, perdendo a consciência.

Tom entrelaçou os seus braços no tronco de Mayla, a levantando e abraçando, agora em lágrimas.

— M&M... — Ele à agarrou mais forte — Eu preciso de você...

Vícios  |Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora