Vícios |Tom Kaulitz

Impossível me Expressar

Senti algo bater no meu rosto enquanto dormia, não sabia se era a enxaqueca da ressaca ou outra coisa. Com o incômodo os meus olhos começaram a se abrirem lentamente. Vi alguém deitado ao meu lado, com a sua mão em cima de meu rosto, ao abrir os meus olhos por completo, vi que esse alguém era Mayla.
Com o susto inesperado de ter alguém ao meu lado dei um impulso para trás, e acabei caindo de cima da cama.
Me levantei do chão vendo que a mesma estava acordando. Não me lembrava de muita coisa que havia acontecido na noite anterior, só me lembrava de algumas mulheres ao meu redor, de Mayla enchendo a cara e depois indo para um bar que não tava sendo utilizado e...

— Porra! — Lembrei do que eu havia feito. Junto com a lembrança me veio uma grande e forte dor de cabeça

— O quê está acontecendo? — Ela murmurava abrindo os seus olhos — Eu durmi com você!? — Ela disse em um espanto cobrindo seu corpo com o edredom

— Você fez muito mais do que dormir comigo — Eu disse meio malicioso na intenção de provoca-la

— Eu não posso ter feito isso, você é um babaca! — Ela dizia tentando se lembrar de algo, para verificar se o que eu disse era verídico

— É um babaca que você gosta, você mesma disse isso — A provoquei mais uma vez — Mas qual seria o problema? Você é a minha namorada, não é mesmo? — Eu disse mais uma vez em um tom de provocação

— Não pense que eu te desculpei porque fiz sexo com você — Ela dizia se levantando da cama, e eu apreciei ela que estava com o vestido que eu havia comprado. Ela olhou para as suas vestes e depois me encarou — Este vestido não significa nada! Um homem que é homem não faz o que você faz!

— E o quê eu faço Mayla!?

— Ainda pergunta!? Você pode ter 20 anos na cara mas não deixa de ter atitudes infantis. Se quiser pode ter 30 anos na cara, mas nunca vai ser um homem de verdade se você não mudar o seu caráter! — Ela berrou, suas palavras saíram como um alívio, parecia que ela guardava esse peso dentro dela

— Se o meu caráter te incômoda tanto por que ainda está comigo? — Essa foi a única coisa que eu consegui pensar

— Porque eu sou uma imbecil, e isso que é o foda. Pode soar estúpido mas eu te amo — Suas palavras me afetaram — Mas a verdadeira pergunta seria, por que você ainda está comigo?

— Eu... — Ela me interrompeu

— Se você quer ter diversidade e ser de várias, não faz sentido você se prender a mim — Ela me fez repensar sobre as minhas atitudes. Mas não seria por causa de uma garota que disse que me ama, sendo que eu nem sei se é verdade, que eu iria mudar, não é mesmo? — Chega, eu não vou ficar aqui perdendo o meu tempo discutindo com um ser imaturo que nem você

— A onde você vai?

— Vou voltar para a minha casa! — Ela dizia prestes a se retirar do local

— Você não vai. Você não pode ficar sozinha!

— Acredite, eu fico melhor sozinha na minha casa do que acompanhada por você — Isso me trouxe raiva, então eu puxei ela bruscamente pelo seu punho, a impedindo de sair — Me solta!

— Apesar de tudo que eu já te causei, eu quero que você fique — Agarrei ela pela cintura impedindo que ela faça força contra mim — E a resposta da sua pergunta é que... É que talvez eu também goste de você — Ó céus como era difícil falar aquilo

— Tudo bem. Fica aí com o seu talvez — Ela me deu um empurro inesperado, fazendo com que eu perca as minhas forças à soltando. Eu não esperava isso dela, eu pensei que ela iria ceder, como ela já havia feito antes

— Mayla... — Fui interrompido pela garota

— Tom. Quando você deixar de ser um babaca, aí você me liga — Ela se retirou

— Caralho, que garota difícil — Eu murmurei assim que ela saiu do meu campo de vista

Era quase impossível para mim me expressar e me abrir. Eu queria ter ela, eu realmente queria. Mas eu não conseguia não ceder para as outras. Nunca na minha vida senti algo verdadeiramente por alguém, não como eu sentia por Mayla, eu não queria perdê-la, não como perdi, já uma vez, o meu primeiro amor. Por causa dele eu não acredito em suas palavras, quando ela diz que me ama. Se nem os meus antigos colegas de turma aceitava como eu sou, por que ela iria aceitar? Para eles, eu e Bill, éramos como aberrações.
Então para mim era difícil acreditar naquilo, de que existe alguém que realmente me ama, e que não está comigo só pela fama e o dinheiro, alguém que me aceite pelo o que eu verdadeiramente sou.