Eu Te Amo...

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- Estou com mal pressentimento. Não faz sentido ele estar demorando tanto! Era só entrar e pegar a porra do telefone - Bill dizia já sem paciência

- Ele deve ter parado para fazer uma rapidinha com Mayla - Gustav disse em meio a risadas - Deixa o garoto

- Foda-se, eu vou ir lá. E se ele estiver fazendo isso... - Bill saiu do carro, e logo atrás saiu Georg e Gustav -Ele vai se ver comigo - Ele bateu a porta fortemente

- Se acalma aí, Cinderela - Georg falava - Vai que você deixa seu salto para trás - Georg e Gustav riram, enquanto Bill os encarava sério

Barulhos de sirenes podem ser ouvidos no final da rua. Eles ficaram observando, para saber a onde eles iriam parar.
A ambulância deu uma freada brusca e logo socorristas saíram do veículo entrando no Hotel.
Eles se entreolharam, e saíram correndo logo atrás dos socorristas.
Gustav havia parado na recepção, para fazer perguntas e obter informações.
Georg e Bill continuaram correndo, subindo as escadarias.
Ao ver que eles haviam entrado no andar do seu quarto de hotel, Bill se desesperou, desejando para si mesmo que não fosse Tom.
Ao verem que eles entraram em seu quarto, um aperto forte tomou conta de seu coração, junto com um nó na garganta.
Quando eles entraram no quarto de hotel, Bill paralisou, ele percebeu que o seu desejo havia se realizado, não era Tom o paciente, mas era Tom que precisava ser salvo.

Eles corriam, mas corriam como se estivessem em câmera lenta.
Parecia cena de filme, mas um filme que não tem um final feliz.
Tom estava ajoelhado, em prantos. Mayla já não estava mais em seus braços, estava esticada no chão inconsciente, enquanto os paramédicos faziam compreensões rápidas e fortes em seu tórax.
Eles viram Mayla sair sendo carregada em uma maca. Tom continuou no mesmo lugar, imóvel.
Bill correu em sua direção, se ajoelhando e colocando suas mãos em seu ombro, puxando-o para um abraço forte e caloroso.

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As sirenes e os barulhos do pronto socorro os deixavam perturbados. Faziam cinco horas, cinco malditas horas, que eles estavam lá dentro, sem nenhuma notícia.
Tom não havia falado nem se quer um "A" em meio a esse tempo. Sua mente estava perturbada, o prejudicando e importunando.
Uma mulher de jaleco branco apareceu, finalmente alguém apareceu.
Mas Tom desejou de dentro do seu coração, do fundo de sua alma, que ninguém aparecesse.

- Posso falar com você, Tom Kaulitz?
- Ele se levantou

- Eu vou junto! - Bill se intrometeu - Seja lá o que for, nós temos que passar por isso juntos - Ele segurou as mãos frias de Tom - Pela nossa promessa de irmãos

- Tudo bem, me acompanhe - Eles se distanciaram. Mas não longe o suficiente para que possa sumir da visão de Georg e Gustav

Eles ficaram olhando, para ver suas expressões. Mas logo se arrependeram quando viram Tom chorar junto com Bill, em um abraço.
Era óbvio.

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- Eu sou do IML - Aquilo já foi o suficiente para que eles entendessem tudo - A paciente a qual vocês esperam... - Ela suspirou profundamente - Já estava morta no momento em que os paramédicos chegaram

- Aqui está a declaração de óbito, com a identificação e o motivo da morte - Ela tirou uma folha branca de trás do seu jaleco

Lágrimas já estavam a rolar pelos rostos dos gêmeos. O gêmeo mais velho estava com a face de ódio e raiva. Enquanto o mais novo, estava chateado e triste. Mas ainda assim estavam fortes, aguardando o final de suas palavras.

- Como podem ver, ela teve uma overdose fatal.
Ela já teve uma overdose alcoólica, e foi diagnosticada com depressão.
A dor que ela sentia, não era uma dor física, e sim psicóloga, chamadas de dores psicossomáticas. Então ela se entupiu de medicamentos como, antidepressivos, tranquilizantes e anticonvulsivantes, fora os remédios para dores.
Havia também, resquícios de heroína em seu sangue. - Cada palavra era letal para os seus ouvidos

- Agora vem a parte que talvez seja a mais dolorosa. - Ela suspirou. Como poderia ser mais dolorosa do que já estava? - Mayla estava grávida... - Os olhos da médica lacrimejaram - E você era o pai, Tom.

- Como isso pode ter acontecido? - O espanto no rosto de Tom era visível- Como os deixei morrer? - O choro que ele segurava, agora está a tona

- Porém, mesmo que Mayla estivesse sobrevivido ao ataque de overdose, o feto já estava morto. - Como pode? Como pode cada vez mais ficar pior?

- Bill, a culpa foi minha? - Ele perguntou entre soluços, com a voz rouca de tanto chorar

- Você não fez nada de errado, Tom - Bill dizia ainda em um abraço de urso, em meio a lágrimas

- Eu fiz! Eu não fiquei ao seu lado. Eu matei os dois! Eu matei minha filha! - Bill sentia culpado pela culpa de seu irmão, ele podia sentir o que Tom estava sentindo

- Os remédios não só afetaram a mesma e os seus rins, quanto afetou o feto. Os medicamentos atravessaram a placenta e, portanto, as substâncias químicas o afetaram. - Os olhos da doutora não aguentavam mais lacrimejar. Então ela deixou escorrer uma lágrima, demonstrando sua fraqueza.

- Eu quero ver a minha namorada! E a minha filha! - Ele disse ainda chorando. Nunca na sua vida ele pensou que demonstraria tanta fraqueza ao ponto de chorar em público

- O feto estava muito prematuro para sabemos o sexo - Ela secou sua lágrima, arrumando sua postura

- Não me importo. Eu sei que era uma garotinha, a minha garotinha...

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Ela estava tão pálida quanto a neve no inverno, sua boca estava seca como o deserto, sem uma gota d'água. Seus cabelos não pareciam tão vividos como antes.
O local estava gelado, ela estava gelada. Seu corpo estava rígido e instável.
Tom estava sozinho.

- Eu sei que você pode me ouvir, Mayla - Ele segurou em suas mãos frias e delicadas - Eu não queria ter arruinado a sua vida, se você nunca tivesse me falado "Eu te amo"...
Mas eu gostaria de ter te falado ainda em vida - Kaulitz depositou os seus lábios nos dos dela, os selando - Eu te amo... - Era tarde demais

Vícios  |Tom Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora