Grandes Aflições

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Saímos da pousada rapidamente. Nosso plano era passar aquele domingo lá, mas obviamente foi necessário mudar. Savannah estava muito abalada, tentei dirigir o mais rápido que conseguia, afinal a estrada era longa e a aflição de Savannah era maior ainda. Eu sabia do valor que seu pai tinha para ela, ela não podia sequer pensar em perdê-lo também.

Enquanto dirigia digo:

- Fique calma minha linda, já já chegamos, tudo dará certo - Falo e seguro em sua mão
- É o que eu espero - Ela diz com seus olhos cheios de lágrimas

Demorou um pouco para chegarmos, e a viagem foi bem silenciosa e apreensiva. Mas finalmente chegamos em Clarksville e fomos direto para o hospital onde Dylan nos havia comunicado que Sr. Clarke estava.

- Dylan! - Savannah grita quando avista o irmão - Onde o papai está? Como ele está?
- Ele está na UTI, os médicos disseram que foi grave, mas ele está estável. Não souberam dizer que haverá alguma sequela
- Meu Deus! - Savannah começa a chorar tristemente e eu a abraço, a fim de conforta-la de alguma forma.

Era realmente triste o que estava acontecendo, jamais imaginei que algo assim pudesse ocorrer com o Sr. Clarke, ele sempre pareceu tão atlético e saudável. Mas esse tipo de coisa realmente não se espera e pode vir de uma hora pra outra com qualquer um.

Após algumas horas no hospital, nenhum médico havia dado nenhuma notícia sobre o estado do Sr. Clarke, deixo Savannah e Dylan e vou até uma lanchonete próxima para comprar algo para eles comerem e rapidamente volto.

Compro alguns sanduíches e sucos. Entrego para o Dylan e para Savannah, mas ela rejeita.

- Savannah pegue, você precisa comer algo
- Eu não quero
- Eu sei que você não quer, mas você precisa
- Zane, eu não quero! – ela diz mais enfaticamente
- Savannah tem muitas horas que você não come nada, eu entendo sua aflição, mas deixar de comer não vai ajudar em nada, portando, coma!

Ela me escuta, pega os lanches da minha mão e come. Eu não queria ser chato, mas já era quase o fim da tarde e ela não havia comido nada, não queria que ela também passasse mal.

Passado algum tempo Dylan quebra do silêncio da espera infinita na recepção do hospital:

- Savannah vá para casa descansar
- Não vou - Ela rebate
- Você ficar aqui não vai ajudar em nada, você está muito abalada e cansada da viagem. Acredite, eles não vão deixar a gente ver o papai hoje. Qualquer notícia dele eu te informo eu prometo. Nossa casa não fica longe daqui, se você quiser voltar novamente é rápido
- Dylan...
- Seu irmão tem razão Savannah, você precisa descansar e se acalmar
- Você pode levá-la Zane? - Dylan pergunta
- Claro!
- Eu não quero ir pra casa - Ela teima
- Savannah! Você vai pra casa comigo, desculpe mas você não tem poder de escolha agora, vamos!

Ela me olha um pouco indignada, mas seu cansaço mental a impede de tentar construir argumentos que a façam ficar ali. Ela simplesmente pega sua bolsa, abraça seu irmão e segue para a porta de saída.

- Qualquer coisa que precisar me ligue - Digo a Dylan
- Certo! Obrigada Zane

Sigo para o estacionamento atrás de Savannah. Entramos em minha pick-up e ela logo começa:

- Zane você não é o meu pai, não pode ficar mandando em mim
- Minha intensão não é mandar em você Savannah, é fazer o melhor por você acredite. Eu sei que você está extremamente abalada, mas agir inconsequentemente não vai ajudar. Eu estou aqui para segurar nas suas mãos sempre que você precisar, e agora é um momento desse

Ela se cala com minha fala. Então ligo o carro e parto para a sua casa. Ela estava chorosa e em silêncio, eu tentei conversar alguma coisa mas ela realmente não queria. Então decido ficar quieto e respeitar seu momento. Chegando na sua casa estaciono e digo:

– Chegamos, quer que eu entre e fique com você?
– Não precisa Zane, você também está cansado, e eu quero ficar sozinha neste momento
– Ok minha linda, fica bem. Vou deixar meu celular sempre à vista, qualquer coisa que precisar me liga, qualquer coisa mesmo.
– Ok, obrigada por tudo, eu sinto muito pelo nosso fim de semana
– Não tem problema, nós teremos várias outras oportunidades

Dou um beijo em seu rosto, ela desce do carro e rapidamente entra em sua casa. Eu queria tanto fazer mais por ela, mas eu já conhecia bem a Savannah, a pior coisa que eu poderia fazer agora era invadir o espaço dela quando ela queria somente ficar na dela. Minha vontade era entrar lá e fazer companhia para ela, mas ela não era assim, ela meio que gostava de sofrer sozinha. Então decido simplesmente dançar conforme a música. Dou partida em minha pick-up e sigo para a república.

Quando chego na república noto que os carros de todos estavam estacionados do lado de fora. Havia me esquecido que hoje o clube estaria fechado. Antes de entrar na casa já escuto o maior barulho, o som estava altíssimo.

Entro na casa e vejo que ela está toda decorada vejo Alex e pergunto:

– O que está acontecendo aqui? – Tenho que gritar para minha voz ser ouvida
– Estamos arrumando a festa de amanhã
– Que festa?
– Nós vamos dar uma festa!
– Vamos?
– Sim Zane, o verão em Clarksville está quase no fim. Então resolvemos dar a nossa própria festa

Eu sinceramente não entendia o motivo de todos naquela cidade fazerem tantas festas. Nesse tempo que estou aqui já fui mais em festas do que em minha vida inteira até aqui

– Ok, contanto que eu fique de fora dessa – Digo
– Não mesmo Zane, terão várias meninas aqui você tem que aproveitar – Alex responde
– Aproveitar o que? Você se esqueceu que eu estou com a Savannah?
– Ah é verdade! Me esqueci que você deixou de ser um virgem nerdola
– Alex, eu nunca tive problema em ser um virgem quando eu era, eu não sou o tipo de homem que sai transando com qualquer mulher.
– Zane você pode não ser virgem, mas tem a alma de um, puta que pariu que papo de mulherzinha
– Não é papo, é atitude. E foi com essa atitude que eu consegui a Savannah. E você conseguiu quem sendo um manézão?

Ele fica em silêncio. Ele sabia que o que eu falava era verdade. Alex pode ter transado com muito mais garotas do que eu, mas ele sabe que nenhuma valia a pena de verdade, até porque ele também não fazia por onde.

Ser um adolescente que não tenha transado ainda pode ser um porre, ainda mais se você tiver amigos como o Alex. Mas eu não me arrependo, minha única mulher foi exatamente a mulher que eu sempre quis, minha doce Savannah. Posso até parecer bobo, mas foi isso que meu pai me ensinou, a ter caráter e agir com uma mulher exatamente da forma como ela merece e não agir com base nos meus instintos.

– Ok, você tem razão – Alex diz – Aliás, você perdeu a virgindade com estilo hein, foi logo na loirinha mais desejada de todos os verões
– Mais respeito com a minha garota por favor
– Calma cara é só uma brincadeira
– Eu sei irmão, tô te gastando. Mas na verdade, voltando ao assunto anterior eu não estou com cabeça pra festa. O pai da Savannah está no hospital e o clima está bem tenso na casa dela
– Sério?
– Bem sério
– Caraca complicado demais
– É sim! Vou lá irmão
– Beleza

Deixo aquela bagunça da sala de lado e vou para o meu quarto para guardar minhas coisas, tomar um banho e tentar dormir um pouco. Porque talvez Savannah poderia precisar de mim nas próximas horas.

Quando abro a porta estava ali, Nour, mexendo na minha cômoda

– Nour? O que você está fazendo aqui?

Ela se vira para mim assustada

Continua...

Somente Ela | Savannah/Zane Clarter/ZavannahOnde histórias criam vida. Descubra agora