Um pedido de socorro

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Eu não fazia ideia do que estava acontecendo, mas a ligação de Savannah me deixou preocupado, com frio e com medo no lago do bosque? Aquilo era estranho, até porque ninguém entra naquele bosque. Justamente por ser perigoso, ainda mais a noite, e o que ela estava fazendo especificamente no lago?

Eram muitas dúvidas, vou correndo para minha pick-up, sem nem me lembrar da festa que por sua vez já estava chegando ao fim já que era tão tarde da noite.

Apresso-me afim de me encontrar com Savannah e em cerca de uns quinze chego no bosque que era um pouco afastado do centro da cidade. Mas com certeza não dava pra entrar no bosque com minha pick-up, desço do carro e me lembro de levar um casaco que estava no banco detrás pois ela havia dito que estava com frio. Então, vou correndo para o lago seguindo o mapa do Google maps.

Quando finalmente chego no lago, a princípio não vejo nada, estava tudo muito escuro. Então grito:
- Savannah!
- Estou aqui - Ela responde, com uma voz alta porém distante
- Aqui onde? - Eu ainda não pude vê-la
- Dentro do lago

Finalmente consegui avista-la, Savannah estava do outro lado, dentro do lago e perto da beira. Que situação louca. Corro para ir ajudá-la e então percebo que ela estava nua, obviamente eu não conseguia vê-la com clareza por causa da água, mas ela estava totalmente sem roupas e com um semblante bem constrangido. Ainda bem que havia trazido o casaco, lembro-me

- Venha - Dou a mão pra ela mas ela não me estende a suas
- Você pode fechar seus olhos, não gostaria que me visse nesse estado - Ela pede enquanto balbucia alguns soluço de frio
- Claro

Ainda com a mão estendida, mas agora com meus olhos fechados, sua mãos tocam as minhas e eu uso força para pegar impulso para puxa-la de lá de dentro. Viro-me de costas para pegar o casaco que havia trazido.

- Coloque, está fazendo muito frio - Entrego a ela ainda com meus olhos fechados.

Espero um tempo até perceber que ela já estava coberta. Percebo que seu celular estava jogado no chão na beira do lago, pego-o e coloco em meu bolso. Assim que me viro para ela novamente, ela encosta seu corpo no meu para que eu pudesse abraça-la, então assim faço. Envolvo-a em meus braços e ficamos ali por alguns segundos. Até perceber que ela estava tremendo de frio, ela parecia ter ficado bastante tempo dentro daquele lado frio.

- Vamos sair daqui! - Começamos a caminhar com ela ainda envolta em meus braços.

Nos mantivemos em completo silêncio e andando na mata até perceber que seus pés descalços machucavam naquela mata. Instantaneamente paro e digo:
- Venha no meu colo, seus pés estão se ferindo
- Não precisa Zane - Ela diz
- Venha logo! - Digo em tom firme. Ela arregala os olhos e para. Entrelaço meus braços por suas costas e por suas pernas e seguro-a em meus braços. Mantenho-me com meu rosto para frente para que não corresse o risco de ver alguma parte de seu corpo que mau se cobria com aquele casaco. Não queria faze-la se sentir mais constrangida do que ela já parecia estar.

Finalmente chegamos em minha pick-up, chego perto da porta e ela mesma abre, já que minhas mãos estavam ocupadas. Coloco-a sentada no banco do passageiro, fecho a porta e entro na pick.

Olho pra ela e percebo sua completa vulnerabilidade, aquilo me traz sentimentos inexplicáveis. Ligo o carro para que pudéssemos voltar pra cidade e Então pergunto:

- Você vai me contar o que aconteceu?
Ela se mantém em silêncio
- Você não precisa ter medo de mim, sabe disso - continuo
Ela engole seco e então diz
- Foi a Nour
- Nour? - Pergunto perplexo
- Todos os anos todas as debutantes do clube tem que participar de um trote antes do débute. Só que sai coisas bobas. Tipo beber um shot de whisky, ou dar um selinho em algum desconhecido
- Que coisa boba
- Eu também acho, mas é meio que obrigatório. Pelo sorteio, ela era responsável pelo meu trote e então lá na festa ela mandou mensagem dizendo que era o dia. Então me encontrei lá com ela e ela pediu pra dirigir meu carro. Então me trouxe pra cá, e disse que meu trote era mergulhar sem roupas no lago, no início eu relutei, óbvio, mas como era ela que escolhia eu não podia fazer nada. Então entrei no lago e mergulhei, quando voltei para a superfície ela tinha pego minhas roupas, levado a chave do meu carro e só deixou o meu celular na beira do lago e havia enviado uma mensagem escrita "isso é pra você aprender a largar de ser uma puta". E foi isso, ela levou minhas roupas, meu carro e me deixou aqui sozinha, foi quando eu liguei pra você

Somente Ela | Savannah/Zane Clarter/ZavannahOnde histórias criam vida. Descubra agora